sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Choros

Eu sabia que isto não podia durar sempre...
Ontem ficaram a chorar. Hoje ficaram outra vez a chorar...
Não deve ser fácil para o V. que os vai deixar. Não é fácil para mim que não vou com eles.
Não é fácil para os meus Anjos que não devem perceber porque é que os deixamos com pessoas estranhas...
Eu sei que faz parte. Que todas as crianças passam por uma fase de adaptação. Que faz parte do processo de crescimento, mas custa.
As educadoras dizem que depois ficam bem. Que brincam, dormem, comem normalmente.
E quando chegam a casa vêm bem dispostos! Claro que andam mais excitados. O M., sobretudo, passa o tempo a gritar e durante a noite, também não têm dormido muito bem, mas o tempo passa e assim que a rotina se instalar, vai ser melhor. Acredito nisso. Preciso de acreditar nisso.
Esta é só a primeira etapa de um processo de autonomização que vai durar anos...
Pelo menos, espero que dure anos! Não estou preparada para filhos independentes antes dos 30 anos!...
Quem me dera não estar confinada a esta cama e poder acompanhá-los mais.
Faço um esforço para ser eu a dar-lhes o pequeno almoço e para à tarde estar na sala a recebê-los quando chegam da escola, mas isso é tão pouco!
O melhor momento do meu dia é quando os adormeço.
Primeiro conversam0s s0bre 0 nosso dia, depois canto-lhes todas as canções que conhecem desde que lhes cantava na incubadora e depois dormimos os três bem agarradinhos...
Mesmo quando o V. está connosco na cama, aquele é o nosso momento. Fico completamente ensanduichada no meio deles, cada um a tentar reclamar a minha atenção e, apesar de estar pior que sardinha em lata, cheia de calor e numa má posição, sinto-me encantada.
Porque aquele é, efectivamente, o nosso momento.
Quando o P. reclama a minha mão e a põe à volta do corpo gordinho; quando o M. agarra o meu rosto entre as maõzinhas sapudas e me diz: "oh, mamã!", quando eu estico os braços para chegar a cadsa um deles e mostrar-lhes que a mãe está alí para os dois. Quando lhes sussurro amor aos ouvidos e espero que saibam que nunca, nunca, os vou abandonar.
Por isso é que que me custa tanto vê-los tristes e não poder partilhar com eles esse momento.

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