quarta-feira, 20 de maio de 2009

Então e depois da paixão?


Outro dia falava com E. sobre o casamento.
Casamento no sentido não literal, mas a ideia de viver junto, de escolher um companheiro para a vida.
Falávamos sobre como e porquê se escolhe uma determinada pessoa e não outra.
Tem que ver com Amor. E paixão. E atracção física. Sim. Acho que sim. Mas tem de ter muito mais que isso.
Recordei a minha própria opção. Porquê o V. e não outro rapaz qualquer que tivesse passado pela minha até então?
Porque o amava, claro. E porque há muitos anos estávamos apaixonados e porque nos ligávamos bem fisicamente, mas foi por muito mais que isso.
Porque a verdade verdadinha é que essa coisa da paixão e da atracção física há-de, num determinado momento, afrouxar. Não digo que termine (pelo menos no meu caso nunca terminou), mas depois de muitos anos há-de seguramente afrouxar.
E, por esse motivo, tem de haver mais alguma coisa.
A necessidade de partilha constante. A amizade. A admiração. O orgulho. Sentir que o outro é uma mais valia na nossa vida. O querer trazê-lo para o nosso mundo. Os mesmos interesses (não sempre os mesmos, mas similares), os mesmos objectivos. O mesmo traço de futuro. Um meio sócio-cultural similar. O querer ver filmes em conjunto, seja no cinema, seja no sofá e querer, depois, trocar impressões. Escreverem-se cartas. Papéis e mais papéis recheados de amor. Querer dar presentes. Querer mimar. Olhar para o outro e sentir: “ -caramba, não consigo mesmo deixar de te amar. Achar o outro bonito mesmo quando está a acabar de acordar. Ter os mesmos conceitos sobre educação, sobre a família, sobre tudo em geral. Não que não possa haver pontos discordantes. De todo. Se houver é, aliás, excelente sinal, de contrário seria um imenso aborrecimento, mas no geral, as linhas básicas de orientação, devem ser as mesmas, digo eu.
Porque afinal, depois dessa paixão passar, quando olharmos para o outro com olhos de ver, o que irá restar? Apenas o nada.
E conseguimos viver apenas com esse nada?
Duvido… mesmo.

E foi por todos esses motivos que decidi casar com o V.
Ás vezes até me esqueço dos motivos, mas sei perfeitamente porque é que foi. Porque sempre, sempre acreditei nele. Porque sempre soube que, independentemente de tudo o que nos pudesse acontecer, nos gostaríamos sempre. Poderia ser de um modo diferente, mas sempre nos gostariamos.

É certo que atendendo à minha experiência recente, estando eu a separar-me, até parece que nada do acima exposto vale de muito…

Mas continuo a acreditar nas mesmas coisas.
Continuo a acreditar que, sem o tal resto, o nada inicial é muito pouco ou quase nada.

7 comentários:

Banita disse...

'cá mais 5 que eu penso igual!
É bom saber que mesmo depois de tudo o que passaste, não ficaste "traumatizada" ao ponto de não acreditares em nada, nem em ninguém!
Beijinhos.

Naotequero Nemtetroco disse...

Adorei este texto..
Mas a verdade a meu ver, é que essa paixão de... cumplicidade, carinho e confiança, os meus 3 Ç de sonho para uma relaçao, ficam abalados claramente, depois de certos acontecimentos.
Mas a vida tem me ensinado que o Tempo, é um maravilhoso aliado para as curas, as mudanças.
E quando o sentimento é mais forte que uma palavra...
Tudo se resolve e a vida ganha uma nova cor, e essa paixão nao morre nunca, apenas amadurece.

Cresce barriguita...cresce!!! disse...

Amiga,
Lamento ..nao sabia que estavas a separar-te..é uma situaçao tao delicada...dificil...dura muito dura
estou assim..como tu
muitos beijinhusssssss solidarios

Mamã e Tesourinhos disse...

Concordo contigo!

Fica bem.
Bjs.

Edith disse...

Tantas verdades que escreveste!

No meu caso a paixão passou! Vivemos em estado de paixão 2 anos, depois eu engravidei e as coisas começaram a mudar! Eu continuo a amá - lo, a paixão passou, o amor ficou! No caso do J. a paixão passou e não sei se o amor ficou! Se ele próprio não sabe... Começo a sentir em mim um certo distanciamento, não desisti, mas não vou ter medo, não quero ter medo de ficar sozinha. Amo - o mas ele não é o mais importante da minha vida, o mais importante é o Pedro. Li o teu comentário no meu blog e compreendo - te, se o J. me dissesse que existia outra pessoa então nesse caso eu seria a primeira a dizer para ele sair de casa. Mas não, não existe uma terceira pessoa na minha "novela".

Beijinho grande

Maria José disse...

Assino por baixo
força
bjokas

Nós os cinco disse...

Não poderia estar mais de acordo com o que escreves-te!
Desejo-te muitas felicidades e não desistas de acreditar, pois viver apaixonada a meu ver somos muito mais felizes!