quinta-feira, 29 de julho de 2010


Olhar para ti, ver-te, estar contigo… faz-me dimensionar as coisas, reduzindo-as à sua pequenez, sabes?
Ainda não te disse, mas tenho para mim que, por baixo da camisa que trazias hoje vestida existe uma capa. De batman, super-homem, capitão América, wathever…, não é relevante… Mas que és um super-herói, disso não tenho dúvidas!

Não sou uma mulher de dramas nem de indecisões. Acho até que sou muito pragmática. Muito mais gajo que gaja, na maior parte das vezes.
Mas depois há alguns momentos em que, raios me partam, sou mesmo confusa.
E fico naquele dilema do “ai, a vida é mesmo assim e coisa e tal” ou “não, não, a vida é o que fazemos dela e temos o destino nas nossas mãos”.
E nesses momentos nem eu tenho paciência para mim, juro-vos:)
Porque tomar decisões, a bem de ver, é muito fácil. Para mim, pelo menos. Tomo decisões repentina e certeiramente. Já mantê-las, ultimanente… é o caraças, é o que é!
Mas eu não era assim… Sempre que tomava uma decisão ia com ela até ao fim, desse para onde desse!… mas agora, deve ser da merda da idade, digo eu, começo a pensar que, se calhar, as coisas podem não ser bem assim. Pode não ser tudo tão preto e branco! E que, já que estou a meio da minha vida útil (e pensar que estou a meio é mesmo uma ilusão daquelas bem doces), pode até ser, vejam bem, que voltar atrás não seja assim tão maleficamente humilhante…
Estou a ficar velha, digo-vos eu, do alto dos meus 36 anos!

quarta-feira, 28 de julho de 2010

E se um dia encontrarem o amor? Assim, por acaso, numa esquina, numa mesa de café, num cinema, num encontro de amigos, na escola, no trabalho... vão deixá-lo fugir????
Hum...

Há pessoas que olham para nós sem verdadeiramente olharem. Há outras que se esforçam, sem o conseguirem. E outras há que nos vêem.
E isso é estranho...

Do que eu gostava agora (se fosse noite, bem se vê), era de dançar sob a lua até os pés deixarem de tocar no chão.

terça-feira, 27 de julho de 2010


Sábado fui jantar a casa de uns amigos muito recentes. Uma casa muito gira, na granja, com um jardim impecavelmente arranjado (o problema do meu jardim deve ser o jardineiro e não o facto de ter três filhos bebés, desorganizados e terroristas - lol). Mas gira sobretudo pelo ar acolhedor que tem. Que faz falta na minha casa.
A minha casa é linda, sabem?
Linda… um verdadeiro paraíso no centro da cidade. Com divisões enormes e iluminadas. Um jardim em volta com flores e árvores de fruta. Um relvado onde se pode rebolar e jogar à bola.
O meu quarto é maior que grande parte das salas que eu conheço, vejam lá…
Tudo lindo, moderno e arranjado. Com móveis escolhidos a dedo. Quadros também, numa altura em que eu e o V., ainda sem filhos, achávamos a arte divertida e um bom investimento.
Mas é uma casa que, apesar de ser um castelo, não é “my home”, percebem?
Faz-lhe falta o ar aconchegante das famílias felizes. Claro que eu e os meus filhos somos uma família feliz, mas é uma casa que foi pensada, querida e sonhada para um determinado enquadramento familiar que já não existe. E que, por isso, não faz sentido enquanto home desta família que somos nós.
Falta-lhe a minha alma, que eu sei. E, ao olhar para aquela casa na Granja, tive, uma vez mais, a consciência que continuo com a vida suspensa… à espera de nem sei bem o quê…

sexta-feira, 23 de julho de 2010

E, considerando que hoje é sexta-feira


os nossos planos são:

Hoje, jantar com os meus meninos lindo, fofinhos e imensamente amados e, depois, café na Baixa com a P. e a irmã que veio da Holanda há uma série de dias e com quem eu ainda nao estive (snif...)

Sábado, iremos seguramente para a Praia. Lá vou eu pegar nos meus pimpolhos e acessórios (ah, acho que vou convidar também as minhas sobrinhas, que três crianças é pouco para mim...), alugo um T0 com vista para o mar e passamos o dia a rebolar(literalmente), na areia e a brincar no parque em frente (quem se lembrou de colocar parques infantis mesmo ao lado das praias foi mesmo um génio!)

Depois, à noite, tenho um jantar em casa de uns amigos e, no domingo, ar livre outra vez. Há-de ser palácio de Cristal ou praia, ainda nao sei bem. Mas ar livre, de todo o modo!

Entretanto, e caso vos apeteça um livro bem disposto e de leitura fácil, nao deixem de ler o "livro dos pequenos prazeres inuteis (se nao é assim, é mais ou menos). Muito fácil e rápido de ler, com efeitos imediatos na boa disposição e apreciação das boas coisas (pequenas mas nao inuteis) da vida.


Beijos e abraços!

As emoções são tramadas


Ontem foi a missa de sétimo dia da minha Avó.

Integrada numa missa absolutamente normal, as emoções foram mais calmas.

E eu estava bem. A dar algum mimo á minha prima A., que continua inconsolável, mas perfeitamente tranquila, apesar das muitas dores de cabeça.

Já no final, dirigiu-se-me o Sr. J., um amigo do meu Pai. Amigo de sempre. Com um ar tão ternurento, tão sofrido... lamentou nao ter estado no funeral, que nao tinha sabido, mas que nao podia faltar à missa. Pela minha avó, por nós, pelo meu Pai.

E, de repente, a minha tranquilidade foi-se. E senti, uma vez mais, a tristeza invadir o meu coração, com torrentes de lágrimas...

As saudades que eu tenho do meu Pai, sabem?

Passaram dezoito anos e eu continuo a nao saber lidar com a falta que ele me faz...
Adoro música.
Cantar, ouvir, dançar, adoro.
Tanto, que nunca sei dizer uma musica favorita. Tenho várias, de vários momentos, para diferentes ocasiões.
Actualmente gosto muito de Muse. Ouço imenso, imenso. E, hoje de manhã descobri uma das minhas bandas sonoras preferidas de todos os tempos. A do filme "Romeu e Julieta".
Muito bom, ainda. Gosto.

Por falar nisso: Alguém me sabe dizer onde se vende a banda sonora do filme "Closer"???? Quero para mim, se faz favor!!!!!

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Que saudades de ti, T.!


Ontem peguei no telefone e liguei a uma amiga minha com quem já não falava há mais de dois anos… as saudades que eu tinha dela, bolas!
É que nem sei como é que estas coisas acontecem e o tempo vai passando sem que tenhamos tempo para o que é verdadeiramente importante….
Vai daí, começo eu a contar-lhe as novidades:
1. Eu tive mais um bebé e divorciei-me;
2. A B. divorciou-se, casou-se e teve uma bebé
3. O P. divorciou-se da C. e vai casar-se agora.
4. A C., a tal que se divorciou do P. (em 3), casou-se e já vai no segundo bebé
5. A X. divorciou-se, casou-se e já tem um bebé;
6. A D. separou-se do namorado e está grávida do novo;
7. A R. divorciou-se, voltou juntar-se com o ex-marido e já quer separar-se outra vez
8. A H. acabou de se divorciar

Ela: - Eia… a minha vida é mesmo monótona!


É… bem podíamos fazer uma série televisiva :)
A propósito do comentário do J. (ultimo post), lembro-me de um dos pequenas poemas que sei desde sempre. Nem sei se já o escrevi aqui, em outro momento. É um daqueles que li, gostei, ficou de cor.

Quem foi o arquitecto
Que fez este Café
Tão longe da natureza?
E tantos homens de pé?
Criado, põe esta gente na rua
E abre um buraco no tecto
Que eu quero ver a Lua!

(José Gomes Ferreira)
Eu para o J:
- Vamos para cima dormir, J.!
Ele, a correr para a janela: - Mas, mamã, onde é que estás a ver a lua?

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Deve ser porque vozes de burro nao chegam ao céu


Tenho uma reclamação a fazer.
Só uma, que já sabem que sou feliz com o que a vida me dá e que aprecio cada momento bom com a certeza de que esse há-de ultrapassar sempre, qualitativamente falando, qualquer outro momento mau.
Como também já sabem que acordar todos os dias é, para mim, e por si só, uma bênção e que não sei ser outra coisa que não seja feliz.
Por isso, só tenho uma reclamação. Uma daquelas pequeninas, coisita pouca e tudo…
Vá, a minha vida não é má, eu sei. Mas é um bocadito complicada, certo? Já tive alguns momentos menos bons e tudo, que vocês sabem…
Vai daí, a minha reclamação: QUANDO É QUE ISTO NORMALIZA??????? QUANDO É QUE ESTA … (M Word) fica mais fácil???????
Já não tinha complicações suficientes, era?????
Ai a minha vida, Senhor Deus….
És tu que estás desatento ou sou eu que sou tão burra que a minha voz não chega ao céu?

Notas:
(1. Será que pintar o cabelo de preto ajuda?
(2. Não liguem… é obvio que estou a queixar-me de barriga cheia porque tenho uma vida boa e a valorizo…
(3. Mas era só mais um bocadinho assim, estão a ver? )


Tenho uma amiga que diz que a minha vida dava um livro… que uma semana sem emoções é coisa rara (lol)
É, se calhar.
Mas o que eu gostava mesmo, mesmo, mesmo, é que a minha vida fosse normal.
Já chega de emoções fortes, sabem?
Acho até que já estou preparada para me sentir aborrecida com a normalidade e rotinice da minha vida… e que vou sentir-me equilibrada e feliz com isso…


QUERO UMA VIDA APENAS NORMAL… PODE SER, PODE????????

Como é que é possível que já nao se escrevam cartas?????

Tenho tantas saudades de ler palavras manuscritas.... que esta coisa de e-mails e msg perde tanto o encanto da leitura...

faz com que tudo seja imensamente mais rápido, mais volátil...

Um dia destes vou deixar-vos aqui o meu endereço, só para poder receber cartas vossas!


Gosto muito de uma musica já mt antiga que é qualquer coisa como:

"se essa rua, se essa rua fosse minha, eu mandava, eu mandava ladrilhar, com pedrinhas e pedrinhas e brilhantes, para o meu, para o meu amor passar. Nessa rua, nessa rua tem um bosque, que se chama, que se chama, solidão, nesse bosque nesse bosque mora um anjo, que roubou, que roubou meu coração..."


Canto-a muitas vezes, muito embora já nao a cantasse para os meus trêsm pimpolhos há já algum tempo. Ontem, depois de cantá-la uma vez mais, perguntou-me o M.:

- mas mamã, quem é esse anjo que roubou o teu coração?

- Tu e os manos são os meus anjos que roubaram o meu coração...

- ah... então tu e o papá também roubaram o meu, nao é, mamã?




terça-feira, 20 de julho de 2010


E quando uma amiga tua, de coração, te diz: "és o meu solzinho" - isto só pode ser uma coisa muito boa...

Obrigada!



Esta coisa do amor é... estranha.

E até me apetecia escrever sobre isso, mas nao sei como.









Como se adivinhava, ontem a pergunta:

P - Mamã, o G. (amigo da escola) vive com o pai e a mae na mesma casa. Porque é que nós nao vivemos na mesma casa?

Eu (com o coração dilacerado): Porque a mamã e o papá, apesar de gostarem muito um do outro, são só amigos; já nao são namorados.

M - Mamã, eu queria tanto que voces se casassem... Porque é que nao casas outra vez com o papá?

(mais coração dilacerado...)

Bem, sem grandes pormenores que me fazem mal, fui mostrar-lhes o album do meu casamento com o V. e acabamos a noite os quatro, na mesma cama, a cantar canções de embalar.

E pronto. Há noites dificeis.


P:

- Mamã, estou todo transpirado.
- De onde vem o transpiro?

LOL

segunda-feira, 19 de julho de 2010


Fossem as certezas mais certas e a vida seria seguramente mais fácil...
Sobretudo se as asas batessem sempre na mesma direcção e a fragilidade fosse apenas um miragem...

E, uma vez mais, a V. amizade...

Tenho tanta sorte... Tanta, tanta sorte!

Obrigada!

Mais uma flor no céu


Foi, também, um fim de semana de perda.

da minha Avó B. que, a final, encontrou o espaço e o momento certo para ir para o céu.

Estava eu a entrar no avião, para ir para Madrid, quando soube. consegui voltar no dia imediatamente seguinte, consegui estar presente. Por mim, por ela, pelas minhas primas, pela minha irmã e avó.

Estava com um ar doce e tranquilo. Exactamente o mesmo ar que ostentou durante toda a sua vida. Viveu e morreu em paz, numa vida cheia e à sua medida.

Chorei.

Nao pela falta que me fará agora, porque já pouca companhia fazia, mas pelas saudades que tenho do tempo que passou. Do refresco de café, dos gelados de groselha feitos no congelados do frigorifico, do pão torrado nos bicos do fogão a gaz, das vindimas, da laranjeira, do quintal, das idas à mercearia, das brincadeiras com as minhas primas, do sofá cama que usavamos como se fosse um barco, das histórias e memórias.

Também por mais um elo com o meu Pai que se vai.


Que fiques em paz, Vovó. No céu, como na terra. E que encontres em o Paizinho e lhes dês muitos beijinhos meus...

Este foi um fim de semana cheio de sol. De praia, de mar, de jardim, de jogar à bola, de cócegas, de corridas, de beijos e de mimos.
Muito bom por eu ser uma mae galinha e gostar disso.

terça-feira, 13 de julho de 2010


Domingo tivemos lá em casa três amigos do P. e do M. – dois escolhidos por eles e o terceiro, irmão de um deles, que também acabou por ficar.
De forma absolutamente espontânea, o P. e o M. foram mostrar a casa aos amigos. Quando percebi, subi atrás para ver o que faziam:
Mostraram o quarto deles, o quarto de brincar, chegaram ao meu antigo quarto (onde dormia com o V.) – este é o quarto da mamã
Passaram ao outro quarto, onde durmo agora : e este também é o quarto da mamã (LOL)
Pergunta óbvia do amiguinho mais velho:
- Mas e então o teu papá?
P.: O papá mora em Gaia. Nós moramos aqui com a mamã. Às vezes vamos dormir a casa do papá. E ele às vezes dorme cá, quando a mamã vai trabalhar para Lisboa.
E pronto, fim de explicação. Com toda a naturalidade, sem dramas.
Mas, ainda assim, partiu-se-me o coração…
Porque um dia eles vão perceber que este não é o esquema normal de uma família “normal”. E tenho medo que fiquem tristes. Odeio pensar que os meus filhos fiquem tristes, que sofram, seja por que motivo for.
Nunca foi este o enquadramento familiar que quis para eles. Temos o possível, claro, e, dentro do possível, até acho que temos o melhor dos modelos, onde o que mais importa é o amor e os laços entre todos e não a localização geográfica mas, ainda assim, tenho medo…

É. O sofrimento tem esta coisa estupida de nunca se tornar rotina. Por mais que se sofra, nunca nos habituamos ao sofrimento. A dor é sempre renovada. Sempre sentida como se fosse a primeira vez.


Nao deixem de visitar "filhoparasempre.blogspot.com"

Bjs S. e X.! Temos de repetir o lanche em Serralves, desta vez já com o G.!:)

segunda-feira, 12 de julho de 2010


Lembro-me das nossas férias (minhas e do V.) em Praga e Budapeste.
E de termos, durante a viagem, conhecido a I. e o Q., um casal com quem a empatia foi imediata. Eram de santa Maria da Feira, tínhamos interesses em comum, encontramo-nos algumas vezes depois dessa viagem.
Mas, depois, fomos deixando de nos falar. Tinhamos vontade, eu e o V., eles provavelmente também, mas era sempre mais confortável mantermos o nosso dia a dia, o nosso quotidiano, que nos esforçarmos, encontrarmos o tempo e a disponibilidade, para nos darmos.
Lembro-me várias vezes disso.
Dessa minha indisponibilidade para, a partir de um dado momento, fazer novos amigos.
Porque manter relacionamentos dá trabalho. Implica concessões, tempo, disponibilidade, espaço. E a sensação que tenho é que, a partir de uma determinada idade, pensamos que os amigos que temos já nos chegam. Deve ser por isso, aliás, que, normalmente, os nossos amigos são os amigos de infância, de liceu ou de faculdade. Raramente temos amigos verdadeiros e duradouros depois dessas épocas.
É pois, com uma imensa ternura, que penso nos meus novos amigos. Amigos de quem gosto muito, que surgiram em fases muito recentes da minha vida, mas que eu acho que vão ficar para sempre.
Dizem-se sempre felizes pela minha amizade. Soubessem eles que o que eu ganho destas amizades é infinitamente mais do que aquilo que eu dou.
Sábado estive com alguns, na conversa, até às quatro da manhã. Falamos sobre filhos, casamento, religião, direito, música, danças de salão, tudo. E, de repente, havia amigos desses amigos igualmente interessantes, igualmente boas pessoas. O que me fez pensar que era capaz de ser amiga deles também. E esta minha disponibilidade crescente para as pessoas, para me dar aos outros, para deixar que se me dêem, é uma conquista muito nova. Mas muito importante. Sinto que cada vez mais gosto de pessoas. Pessoas boas, naturalmente. De estar, de conversar, de partilhar ideias, conceitos e sentimentos. Tenho estado com muita gente do direito, sim. Mas também com outras que não têm nada que ver. Sexta-feira á noite, por exemplo, depois do concerto do Bernardo Sasseti, estive com alguns dos músicos da Orquestra Nacional do Porto. De um mundo completamente diferente. Igualmente cheio.
O que mais importa são as pessoas, não é?
Dá trabalho, sim! Claro que dá trabalho. Mas enche-nos tanto o coração…
Vale a pena. Vale mesmo a pena.

quinta-feira, 8 de julho de 2010


E como é que sabes que trabalhas num local de loucos?

Quando eu chego ao gabinete e digo para os dois rapazes que comigo trabalham:
- Acabou a água. Preciso que algum dos meninos vá lá fora trocar o garrafão…
E, ao levantar-se um dos meninos, a minha colega de gabinete põe a tocar, no seu computador, a musica da claudisabel “preciso de um herói”
(LOL)
Tenho tanta sorte por trabalhar aqui… gostar do que se faz, gostar das pessoas com quem se trabalha e ainda, ser reconhecida por isso, é uma verdadeira bênção…

Perdoar…
Então não? Claro que perdoei…
É, para mim, tão fácil perdoar a imbecilidade, a infantilidade não maldosa…
O problema não é o perdão.
É ter um enquadramento mental que me diz que isto nunca devia ter acontecido. Um preto e branco existencial que não me permite avançar na tua direcção.
Não estou a ser sobranceira. Nem a presumir-me melhor que os outros, sem erros. De todo.
Estou apenas a ser o que consigo ser. E a tentar equilibrar-me, ainda assim…

segunda-feira, 5 de julho de 2010


Sábado fomos para a praia.
Ir para a praia aqui do norte foi um hábito que readquirimos há muito pouco tempo. começamos há dois anos atrás recomeçamos a ir, ano passado, um ano mau e atípico, como sabem, nao fomos, e voltamos este ano.
Alugo um barraca com vista para o mar (10 euros o dia! isto encareceu muito desde a minha infancia ou é só impressão minha?) e fico ali quse a descansar o resto do dia...
É que a praia é um quase descanso, nao é?
O mar está longe e eles só vão se acompanhados (ao contrário da piscina que está ali à mão de semear e é usada o dia inteiro) e a areia é muita e sem barreiras visuais que me impeçam de os ter ao alcance da minha visão de mae galinha. Conclusão: Adoro.
E é impressionante a diferença deste ano para há dois anos atrás, em termos de mãe prática que passei a ser. Há dois anos, ia carregada com tudo o que possam imaginar: para além do obvio, levava também manta para o chão da barraca, comida para uma semana, pote (o P. e o M. estavam a deixar a fralda na altura), piscina insuflável, bomba para a piscina insuflável, brinquedos, roupas suplentes, etc, etc, etc... eram tantas as coisas e os sacos e tinha de ir por três vezes ao carro e até me aconteceu, uma vez, deixar a porta do carro escancarada, no estacionamente, todo o dia....
Desta vez, tudo diferente. Levei sopa e sumos e fruta fresca. O resto, comemos num café de beira de praia. O J., que está agora tb na fase de largar a fralda, fex xixi na areia, que serve muito bem para o efeito, manta, nem vê-la, piscina muito menos e levei apenas dois sacos: um com as toalhas, t-shirts suplentes, a comida e protector solar, outro com brinquedos. E chegou perfeitamente!

Estou a ficar mais espertinha, é o que é!

Temos bonzão no pedaço!


Na ida para a escola, o P.:
- mamã posso nao ir de bata, hoje, posso?
- porquê, filho?
- é para mostrar a minha camisola nova...
LOL

olha-me o pintainho com a mania que é galo!

Ontem,o P., ao entrarmos na VCI, de janelas abertas (tal era o calorão):
- Oh Mãe, sabes onde estamos, por acaso? Não vês que isto é uma autoestrada? Como é que vais de janelas abertas??????
Adoro que te tenhas lembrado que eu gosto de figos. E que mos tenhas comprado.
Obrigada!

Hoje de manhã não sabia dos meus óculos de sol e voltei para trás para os procurar. De repente ouvi o M. à minha procura por todo o lado: mamã, mamã….
- estou aqui filho.
- Ah, mamã, pensei que te tinha perdido…
Hoje o P., de manhã:
Oh mamã a minha madrinha é a tia S. e o meu madrinho é o tio J., não é?

Eu para o M.
Blá, blá, blá (que não interessa nada) …, meu anjo
Ele: anjo, mamã? Não posso ser antes a tua estrela?
Eu: claro que sim, filhinho. Mas porque queres ser antes uma estrela?
Ele: Porque não me apetece andar a voar no céu…
Eu: mas as estrelas também estão no céu, filho!
Ele: pois, mas estão paradas, não têm de voar mamã!... e isso cansa…

Eu para o J.
Como se chama a mamã?
Ele: Pincesa!

Ah, filhinho lindo!

quinta-feira, 1 de julho de 2010


Lembro-me hoje, claramente ,de o meu pai me perguntar se eu lavei as mãos. De eu lhe dizer que sim. De ele vir verificar e dizer que nao. De eu repetir que sim, que lavei. E da conclusão dele, sempre igual: filha, se nao lavaste bem, é como se nao tivesses lavado.
E eu ficava tão aborrecida... Mas hoje, percebo... e deve ser por isso que sou tão exigente comigo e com os outros. Se nao for para fazer bem, nao vale a pena fazer...