terça-feira, 29 de abril de 2008

A felicidade

O V. disse-me outro dia que no meu blog transparece a ideia de que tenho uma vida perfeita.
É evidente que não é verdade. É evidente que não tenho uma vida perfeita:
Perdi o meu pai muito cedo e continuo a ter saudades dele todos os dias, mas agarrei-me às boas memórias e à minha Mãe e irmã que continuaram a, comigo, formar um núcleo familiar coeso;
Tivemos algumas dificuldades depois dessa falta, mas sempre houve na nossa casa o essencial;
Não tenho o emprego ideal, mas gosto muito do que faço e continuo a gostar de me levantar para ir trabalhar;
Os meus filhos têm as doenças infantis normais e o P. até já rachou a cabeça, mas são doenças normais, às quais não dou grande importância;
Têm birras como todas as outras crianças e todos os dias testam a minha paciência, mas dão os beijinhos mais doces do mundo;
Há mais de dois meses que não durmo uma noite inteira, mas o J. já sorri para mim!
O V. mudou de emprego, chega mais tarde a casa e passou a trabalhar ao Sábado, mas continuamos a ter as noites e o Domingo para estarmos juntos;
Deixamos de poder passar férias em sitios exóticos, mas todas as descobertas dos meus filhos, ainda que seja no jardim ali do lado, são exóticas....

Por isso, e por tantos outros motivos, não tenho uma vida ideal. Há muito barulho e muitos ralhetes cá em casa, mas também há muito riso e muitos abraços.

Porque para mim, o que interessa não são as dificuldades que nos vão aparecendo na vida, mas o modo como as encaramos e tentamos ultrapassar.
Essa vontade de dar a volta por cima, de todos os dias dar graças pelo que temos em vez de lamentar o que não temos, de olhar para o lado positivo de todas as coisas, é que distancia as pessoas felizes das outras menos felizes.

A capacidade de, apesar de não se ter a vida que se sonhou, aceitá-la o melhor que se pode, tentando mudar o possível.

Por isso é que a frase da minha vida é:
Deus, dá-me a serenidade para aceitar as coisas que não posso mudar, a coragem de mudar as que posso e a sabedoria para distinguir umas das outras.

domingo, 27 de abril de 2008

Os cereais

Digo eu ao M.:
- queres cereais, filho?
- não, mamã! estelitas!...

... E já sabem escolher o tipo de cereais que querem...

terça-feira, 22 de abril de 2008

O P. e o chapéu

Outro dia ouvi o P. a resmungar a meio da noite. Fui ao quarto ver o que se passava e diz-me ele meio a dormir: O chapéu, mamã! O chapéu...

E lá fui eu, às escuras, abrir uma gaveta qualquer para descobrir um chapéu para lhe pôr na cabeça.
Pus-lhe na cabeça um chapéu de quando era bébé, e ele sossegou e continuou a dormir.

... Mãe sofre!...
O V. está para Cabo Verde. E eu, Mãe sozinha com três crianças!
A minha Mãe acampou, felizmente, cá em casa, pelo que em termos de trabalho não noto diferenças (só se for para melhor...), mas o meu marido faz tanta falta cá em casa...
Que venha bem e depressa!

As escolhas de roupa

Será normal que um miúdo de dois anos já queira escolher a roupa?
De manhã o P. já escolhe:
"etes patos (sapatos) não, mamã! os outos!
Ou: Eta misola não! A outa peta (a outra preta, sendo certo que não tem nenhuma camisola preta e ele ainda não conhece as cores, só as sabe dizer...)

Puto reguila com a mania que já é grande!

Docuras de infância


Sempre que vou levar o P. e o M. à escola, tenho por hábito deixá-los entrar na sala para dizer bom dia e depois chamá-los para um beijinho e um xi-coração.

Hoje, quando os deixei, estava também outra mãe a deixar o filho, pelo que me pus a arrumar os casacos e as mochilas para dar tempo à mãe para sair.

Os meus filhos entraram, mas como eu não os chamei logo, veio o P. à porta muito reivindicativo:

- Mamã, bejo! Mano, à bejo à mamã!...


Disse-me a outra mãe:

- oh! que lindo...


Pois! E eu absolutamente enternecida com estes mimos que só se têm na inocência de ser criança...



Nota: Esta fotografia é do Verão passado, mas é das que mais me enchem o coração

segunda-feira, 21 de abril de 2008

As fotografias inventadas

Estávamos na cama a mudar as fraldas e a vestir o pijama, quando o P. pegou no meu telemóvel. Primeiro tentou telefonar ao Pai. Como o Pai não respondeu do outro lado (!) pegou no telefone, pôs à frente dos olhos e disse ao M.: Mano, óia! a gafia! tic, tic!

E passou uma série de tempo a tirar fotografias ao irmão que se sentou em pose e se riu para as fotografias inventadas com o maior dos sorrisos!

São tão lindos os meus filhos!

Gulodices a três


Hoje fui à minha primeira aula de ginástica... E também me fui inscrever em sessões de massagens... vamos ver quanto tempo dura esta minha dedicação!...


E para comemorar, fui à confeitaria com o P. e o M. e cada um de nós comeu uma castanha de ovos!


Foi a estreia deles e pensei que, devido à consistência, não fossem gostar (e sobrava mais para mim...). Mas não! Gostaram e até lamberam os dedos!


E perguntaram-me o nome de todos os outros bolos que estavam na montra.


No fim, depois de repetirem tudo direitinho, disseram-me: mamã, é um bom!


(pois, o nome não interessa, só interessa que é bom...)




...Gulosos como mãe!

segunda-feira, 14 de abril de 2008




Os meus filhos mais velhos estão ASSUSTADORAMENTE crescidos!


De um dia para o outro começaram a adormecer sozinhos na sua cama.


Na verdade, num dia demoravamos (eu ou o V.) mais de uma hora para os adormecer, com músicas ou histórias e muita pacìência: No dia seguinte, decidi pô-los na cama deles, no quarto deles, desligar-lhes a luz e ver o que acontecia... Isso já foi há algumas noites atrás e o que aconteceu foi uma surpresa:

Em 1o minutos estão a dormir!
Claro que passar a noite a dormir nas suas camas é outra conversa (continuam a acordar imensas vezes e eu a levantar-me vezes sem conta...) mas já é um começo...
A nossa vida ficou bem mais confortável com esta mudança repentina, mas a verdade é que já temos saudades dos nossos bébés.
Não há dúvida que vê-los crescer é agridoce...
E o V., que muitas vezes resmungava por termos de dormir os quatro na mesma cama e por demorarmos mais de uma hora a adormecê-los, agora está sempre à espera de um choro para os poder levar para a nossa cama...
Quem pode perceber os pais????

Os limites do amor

No Sábado a G. esteve cá em casa com os miudos.
Diz a G. ao A.:
- Sabes, a S. é que tem três meninos...
- Reponde ele:
Ah! Então tem muito amor!

....

Explicação:
Um dia ouviu ele uma conversa entre a Mãe e outra pessoa qualquer em que perguntaram à G. se estava a pensar ter outro filho, tendo ela respondido que não, que não tinha mais amor para dar.
Conclusão do A.: Se eu tenho mais de dois filhos, então é porque tenho muito amor para dar...

...

Por isso é que ontem, na festa da caça aos ovos, quando a minha sobrinha B. me perguntou quando é que eu ia ter uma menina (!) eu respondi: Não posso, querida. Não tenho mais amor para dar!

Nota: ter até tenho, mas já está todo bem distribuidinho...

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Influência de mãe


Se alguém perguntar aos meus filhos mais velhos quem é o P., respondem: é o artista! e à pergunta quem é o M., respondem: é o palhaço...

E isto sem ser ensinado...

Mas como sou uma mãe bem porreira, resolvei ensinar-lhes uma coisita mais:

Se agora lhes perguntarem quem é a mamã, responderão:

- É gira!


Pois! ter filhos também serve para estas coisas!

Três gatinhos para três principezinhos



Sempre desconfiei que estes gatinhos lindos fossem cá para casa...

Foi um presente que ganhamos ontem, com algum atraso devido a enganos nas moradas, mas que veio mesmo a tempo de nos encantar!

Obrigada Dalila! São lindos e merecerão um lugar de destaque no nosso quarto!

PS: Não deixem de visitar o blog (dalilaasminhascoisas)

terça-feira, 8 de abril de 2008

As cólicas

O meu filho J. tem muitas cólicas.
Nem aero-om, nem colimil, nada parece resultar. comecei hoje a experimentar o infancol, um medicamente que tem de se encomendar a Inglaterra... Pela viagem que tem de fazer, espero que faça efeito!
Porque o meu bebé parece sofrer imenso...
E é engraçado como a memória é prodigiosa...
A minha mãe diz-me que o P. e o M. também tiverem imensas cólicas, mas na verdade, recordo muito pouco dessa fase.
Recordo o primeiro sorriso, o primeiro banho, a primeira noite em casa, a primeira papa, a primeira ida á piscina, mas muito pouco dos chamados "momentos difíceis". Como se a minha memória os tivesse já apagado...
Ai, esta memória de mãe que se confunde com coração!

O principezinho


Sempre gostei muito do principezinho. Foi, aliás, esse um dos livros que escolhemos para oferecer aos convidados do nosso casamento. Foi também um excerto do livro (a parte da raposa cativar o principezinho) que o Padre que nos casou escolheu para sermão, mas nunca, até agora, tinha entendido verdadeiramente o livro.


Porque agora, o P. e o M. desenham muito! E fazem uns sarrabiscos no papel que depois me identificam:


Um barco, um gato, um cão, uma estrela...


E eu olho e por mais que tente, só vejo uns sarrabiscos...


Que saudades de ser criança! De conseguir ver para além das caixas que se desenham... Ou dos sarrabiscos que os meus filhos amorosamente dizem ser uma flor ou um coração...

domingo, 6 de abril de 2008

O dia do Pai na escola


Como no dia do Pai a escolinha dos miúdos estava fechada para férias, eles fizeram na passada sexta-feira o Dia do Pai.

O V. esteve lá a comemorar com eles e quando os fui buscar disseram-me que tinham feito um desenho com o Papá.


Fui ver ao pavilhão é lá estava: Um desenho com um sol, nuvens e cinco bonecos de mão dada.

Ao lado, uma pequena composição sobre o nosso sonho: Continuarmos a ser uma família unida e feliz!

O V. não me perdoava se eu não fizesse uma referência ao seu querido F.C.P!

Por isso aqui vai:

Até os comemos, carago!


E os meus filhos P. e M. são sócios desde que nasceram!

Logística

I) Ontem foi a nossa primeira saída a sério com os três miúdos e, efectivamente, a logítica para sair de casa é impressionante: Entre as coisas do J., as coisas do M. e do P., os carrinhos dos mais velhos, o marsúpio do mais novo e as nossas próprias coisas... somos mesmo uma família numerosa!
Mas correu bem (se calhar porque a minha mãe e a minha irmão também ajudaram...) e foi bom estarmos juntos!

II) Já aqui tinha contado a minha primeira experiência num sábado de manhã com três miúdos em casa, sozinha.
Para resolver essa questão, pedi à nossa empregada que viesse também ao sábado de manhã para me ajudar... E mesmo assim, tendo-me levantado ás 7.30h, só consegui sair de casa ás 10.30! Ou seja, apenas 10 minutos mais cedo do que quando estou sozinha...
A única diferença é que pelo menos chego a casa e tenho a cozinha arrumada e camas feitas!

O cúmulo do esquecimento


Vinhamos hoje do pequeno almoço no Palácio de Cristal, com os miúdos a dormir no carro.
Chegamos à minha Mãe para almoçar, eu tirei o P., a minha mãe tirou o M. e o V. foi estacionar o carro, devendo trazer o J. depois para cima.
Depois de estacionar o carro, chegou à porta da minha mãe e pergunta-lhe a minha mãe:
- O J.?
Responde ele:
- Oh, esqueci-me dele no carro...
... Comentário seguinte do V.:

- São muitos filhos....

Enfim!

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Os quebra corações


Sempre que vou levar ou buscar os miúdos á escola, vêm várias meninas mais velhas (8/9 anos) ter connosco:

- Olha o M.! Olha o P.!

- Que giros hoje!

- estiveste a chorar?

- queres ajuda?

...

Tão pequenos e já uns quebra-corações!...

A rede

Coloquei uma rede (daquelas de baloiço) debaixo da minha laranjeira.
Hoje, estive lá deitada com o os meus principes mais velhos, num daqueles raros momentos em que eles aceitam estar deitados, durante o dia, sem ser a dormir.
Mais uma vez, com cheiro a perfeição...

O Palhaço


depois da história do artista (que contei em umas mensagens atrás), perguntámos ao M.:


Quem é o artista?


- Responde ele: É o mano P.


E o M.?


Responde ele:


O M. é um palhaço!

terça-feira, 1 de abril de 2008

Outro acidente...



Quem me dera ter um motorista! Ou não precisar de conduzir! Ou então saber conduzir bem!

Sei lá... Só queria não bater com o carro tantas vezes!...

Pois! como já não batia há muito tempo, hoje foi o dia.

Quem me conhece sabe bem o complexo que tenho com a condução: Não gosto e não sei. Conduzo apenas porque tem mesmo de ser e apenas o absolutamente essencial e mesmo assim, estou sempre a ter acidentes! Ainda quem sem muita gravidade, não deixam de ser batidelas que me incomodam (e custam tempo, paciência e dinheiro...)

Se pelo menos eu tivesse um carro de bombeiros...


Segunda-feira à noite é, cá em casa, tempo de "o dia seguinte" - um programa de comentários ao fim de semana desportivo, que o V. não perde.

Ontem, estava ele a ver o referido programa e eu a não fazer nada ao lado, quando ouvi um dos comentadores (Guilherme qualquer coisa Aguiar) a dizer qualquer coisa do género:

"O Calimero era um ursinho"

... ?


Então o Calimero não era um pintainho preto com uma casca branca enfiada na cabeça? Será que estou enganada?


E então a famosa música " O Calimero foi ao ... à abelha Maia", também é invenção minha?

Hum..... muito estranho!


O que vale é que esse tal senhor é um velho... por isso, provavelmente, eu é que tenho razão nas minhas memórias...
nota: depois de escrever isto, fui procurar imagens sobre o calimero na internet e não há dúvida: É mesmo um pintainho!