segunda-feira, 29 de junho de 2009

Até ao fim

Há histórias que nunca chegam a ser.
São um esboço, um desenho com traços pouco coerentes, pouco firmes, sem nunca chegarem a pintura.
E podiam até tranformar-se em obra de arte. Ou não. Ser apenas mais um quadro para deitar ao lixo. Mas podiam, seguramente, ser qualquer coisa.
Que nunca chegam a ser.
E, como obra inacabada que são, deixam sempre alguma tristeza, alguma frustação. Por nao se ter conseguido perceber o que sairia dali. Por se ter tido apenas um vislumbre de uma qualquer história que podia ter sido.

Acho que vou começar a ler os livros até ao fim...

Mim mamã super mulher

Ontem o M. entalou dois deditos na porta do meu carro.
Nada de mais, sem nenhuma outra consequencia que nao fossem uns deditos ligeiramente amassados e um choro com colinho.
Engraçado foi ouvi-lo depois a contar ao irmão:
- Olha P., magoei os meus dedinhos...
- mas a mamã salvou-te, M. a mamã salvou-te!

E pode ser egoísta da minha parte, mas quase valeu a pena ouvir o M. chorar, para depois me sentir a heroína da familia.

Sim! Eu salvei o meu filho do tenebroso monstro das portas pesadas que magoam dedos de meninos inocentes e lindos...

Nem mais.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Planos de fim de semana

É noite de Sexta, mas já é sabado.
E, daqui a poucas horas, vamos para Celorico.
Gosto muito de lá ir. É calmo, com ambiente de aldeia, sempre tudo muito verde, tudo muito perto (pelo menos ali no centro...) e gosto de ver a minha avó paterna, a minha prima A., a C....
Os miúdos tb gostam muito, não só da casa da A. como tb da zona verde. De andar no parque, de ver os patos...
ando a prometer-lhes (aos mais velhos, entenda-se) que no domingo os levo a andar de skate.
Têm os skates desde Fevereiro de ano passado, mas nunca lhos dei. Sempre tive medo do seu uso... Mas nao posso adiar muito mais... Perguntam-me milhentas vezes pelos skates e eu milhentas vezes respondo que estão em casa do vizinho (!... nao me perguntem porquê, pareceu-me, na altura, uma boa desculpa...), mas acho que este domingo os vou deixar andar...
Pode ser que nao gostem e que eu nao tenha de me preocupar mais com isso...

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Desistir


Ainda a propósito da minha dificuldade em desistir, tenho de confessar que não gosto.
Não gosto, pronto.
E às vezes, por causa disso, insisto em coisas que não valem a pena, só para não ter de desistir. O que é de facto uma estupidez, eu sei.
É preciso saber quando desistir. Quando deitar a toalha ao chão e passar à frente, ainda que isso nos custe os olhos da cara.
Lembro-me de quando era miúda me ter apercebido da existência de um sinal na barriga. Sino, chamava-lhe eu. Pois eu não gostava da porcaria do sino (por acaso agora até lhe acho piada e até fica bem quando ando de barriga à mostra) e vai daí, andava sempre a esfregá-lo. Por muito que a minha mãe me explicasse que o sino não ia sair, eu continuava empenhadíssima em apagá-lo…
Lembro-me de uma outra vez em que estava na praia e fiz um buraco na areia daqueles muito, muito fundos (pelo menos para mim, na altura, era muiiiiito fundo). E depois decidi que o ia encher de água. E era ver-me ir ao mar com baldinhos e retornar ao buraco e despejar a água dos ditos, vezes sem conta.
Uma freira que costumava fazer praia connosco bem me dizia: olha que só Deus consegue encher um buraco de areia com água!... mas eu olhava para ela descrente e passei a tarde a tentar encher a porcaria do buraco…
Tive de crescer um bocadinho para perceber que há coisas que não consigo. Que de facto não sou Deus. Não percebi bem nessa altura mas na altura em que o meu Pai adoeceu. Queria mesmo muito curá-lo. Mesmo muito. Não consegui. Nem eu nem Deus que devia estar um bocadinho desatento na altura (ou então a encher buracos de areia com água para outros meninos noutra terra qualquer).
Seja como for, aprendi, nessa altura, que às vezes só nos resta desistir.
E acho que foi mesmo a partir desse momento que comecei a encarar a vida com outros olhos.
Os olhos de quem tenta mudar o que pode, que tenta aceitar o que não pode mudar e que tenta, mais que isso, e muito arduamente, perceber a diferença entre uma coisa e outra.
Acho que é provavelmente por isso também que desenvolvi o que a Cris disse num comentário a outro post: O Sandra’s way. O meu modo simples (sem ser simplista), claro e transparente de ver a vida.
De aceitar com naturalidade o status das coisas. Não que isso me torne conformista porque sou lutadora e teimosa (demasiado, por sinal) por natureza. Mas não vejo dramas onde a maioria das pessoas veria.
Acho sempre que só a morte não tem solução. Tudo o resto se resolve, seja de um modo ou de outro. E já agora, mais vale aproveitar o que temos, enquanto temos. Nunca sabemos quando nos vamos embora, certo? É bem melhor passarmos os nossos dias com as pessoas de quem gostamos, lutarmos com todas as nossas forças para sermos felizes, para fazermos os outros felizes … Só assim vale a pena…
E se isso significar que temos de desistir algumas vezes, que seja.
Voltaremos mais fortes depois. Mais confiantes. Mais seguros do que queremos e, sobretudo, mais seguros do que não queremos.
Digo eu, claro...
que já sabem que gosto de ter opinião sobre tudo (LOL)

O fim da minha experiencia surfista

Outra coisa que nao contei:
Desisti, finalmente, do surf.
Ou antes: nao desisti... troquei por outras coisas...
Bom, desisti, sim, por muitos eufemismos que eu queira usar...
Nao sou muito boa a desistir de coisas. Nao sou mesmo. E fico com um amarguinho de boca sempre que o faço. Mas a partir do momento em que a F. me disse que me comprava as aulas, se eu nao quisesse ir mais, tive a saída ideal. Posso sair sem perder dinheiro e pelo menos já nao me sinto tão mal...
E sempre posso dizer que já experimentei fazer surf e que até sei o que é uma " mola" e um "take off"!
Em contrapartida hoje dediquei-me um bocadinho mais na minha aula de ginástica...
O J. diz que eu, se for ao ginásio duas vezes por mês é muito, mas isso é um exagero... nao sou de facto muito aplicada mas gosto de saber que faço algum exercício.
Quanto ao surf é outra coisa... E, assim, este sábado de manhã fui para a praia com os meus petizes.
Estava tanto calor que mal dava para colocar os pés fora da toalha mas foi muito bom.
Engraçado foi vê-los no mar:
Não costumam ir ao mar. Foram ano passado no Sul de Espanha porque o mar parecia uma piscina mas aqui no Norte nem pensar.
Por isso não têm o hábito nem o conhecimento.
Seja como for o M´., sempre aventureiro, adorou. percebeu que nao pode tirar a mão de Mãe (ou de um adulto, como ele diz) mas com mão nao queria sair da água.
O J. também nao desgostou, muito embora nao tenha amado...
Já o P., nao gostou. Começou a chorar e quis ficar sentado na areia a uma distancia muito confortável.
Engraçado mesmo foi vê-lo preocupado com o irmão. Enquanto eu estava com o M. na água, ouvi-o gritar lá de longe:
- cuidado M., olha as ondas! é perigoso, sai daí!

Tão preocupado que estava... gostam mesmo uns dos outros os meus meninos lindos.
Andam sempre às turras, a implicar por tudo e por nada, batem-se, ralham-se, mas adoram-se. E isso dá-me uma tranquilidade tão grande....
Ainda nao disse hoje que os amo de paixão, pois não?

Pois. Andam insuportavelmente chorososos e a dar-me cabo da paciencia, mas amo-os de paixão!

Do nosso S. João


Ainda aqui nao contei como foi o nosso S. João.
Aliás, há uma série de coisas que nao tenho contado...
vou tentar actualizar!
agora, o S. João:
Foi muito bom. Mesmo.
Moro numa daquelas ruas com casas grandes em que os vizinhos se tratam por vizinhos mas mal se conhecem. É possível que no passado as gerações anteriores tenham convivido entre si, mas vieram os filhos, os netos, os estranhos (como eu) e essa intimidade foi-se perdendo.
Eu só lá moro há cerca de 3 anos, mas também só conheço os meus cunhados, os dois vizinhos da esquerda (um dos quais só conheci por acaso e no âmbito profissional) e o da direita.
Foi, por isso, com grande entusiasmo que aderi ao que nós chamamos o nosso S. João de rua.
Nao foi ideia minha. Foi da minha cunhada e da vizinha dela de frente, que tiveram uma excelente ideia.
Tivemos, assim, o nosso primeiro S. João de rua, ou seja: Usurpamos uma das "nossas ruas" e bloqueámo-la ao transito. Foi decorada com fitas, balões e luzes e pusemos umas mesas a ocupar os dois lados da rua (entendam este fizemos como um "eles fizeram e eu cheguei a alapei o rabo). Assamos sardinhas, pimentos e afins e comemos em agradável cavaqueira.
E nem a música de S. João faltou!
Lançamos balões (exemplo ao lado), os miúdos fartaram-se de dançar e brincar, incluindo nas casas dos vizinhos e ficamos a conhecer-nos um bocadinho melhor.
Éramos tantos que nao houve muito tempo para conversa, mas pelo menos já sabemos que existimos!
E como eu sou a "dona da casa branca com coragem suficiente para a seguir a gémeos ter mais um" acho que sou facilmente recordável...
Enfim. Muito giro.
Para além de tudo, estive, uma vez mais, com as pessoas que de facto me dizem alguma coisa. Aquelas por quem eu daria a minha vida e tudo o resto. E isso faz com que tudo tivesse sido perfeito.
Sem dúvida, a repetir!

E que venha o S. Pedro no próximo fim de semana que nós iremos bailar a um qualquer bailarico de rua!!!!

Quase, quase a ir de férias

O V. acabou de me telefonar a dizer que está a levantar os bilhetes para a nossa viagem de férias.
Falta menos de uma semana...
Vamos para a Tunisia, para o mesmo hotel onde estivemos ano passado e tenho a certeza que vai ser muito bom.
Estou absolutamente necessitada de férias.
Tenho andado tão cansada que sinto que até a minha paciencia para os miúdos está a começar a esgotar-se... E isso preocupa-me.
São muitas noites sem dormir direito e esta semana nao está, de todo, a correr bem. Felizmente quarta-feira já estamos no ir e vou conseguir recuperar tudo!
Claro que os miúdos vão comigo, mas como o V., a minha mãe e a minha irmã também vão, acho que vai dar para "dispersá-los" por todos...
Nao gosto nada de me sentir cansada...
Ontem tive dores de cabeça o dia todo e nao estou habituada.
Também não estou habituada a sentir-me tão fragilizada e isso incomoda-me...
Sim! Muito Sol, muita piscina, uns quantos sumos de fruta e a companhia das pessoas mais importantes da minha vida e isto vai ao sitio!

terça-feira, 23 de junho de 2009

ainda sobre demonstrações de amor

Lembram-se a história das demonstrações de amor?
Hoje vou juntar uma à lista:

Estando um casal em processo de divorcio e nao sabendo ele se está ou nao doente (embora presuma que está), dizer-lhe ele, a ela, para nao se divorciarem enquanto nao souberem os resultados dos exames deles porque assim, caso esteja mesmo doente, ela será a herdeira dele.

Soube desta história hoje.

Sei que nao será mt romantico. Nao implica flores nem mensagens de avião, mas demonstra muito amor mesmo. Ainda que nao tenha nenhum outro significado, que nao terá, demonstra que ela é a pessoa mais importante da vida dele.

Ainda bem que soube. Gosto de histórias de amor bonitas.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Aos amigos silenciosos


Quando comecei a escrever neste blog era suposto ser uma coisa mais ou menos anónima.
Depois, com o decorrer do tempo, e porque escrevia maioritariamente sobre os meus petizes, fui acabando por dizer a uma série de pessoas, o V. disse a outras e de repente passou a ser um blog mais que muito público.
E como muitas das pessoas que me visitam e que me conhecem não deixam comentários, muitas vezes esqueço que me lêem, pensando que estou a escrever para os “anónimos”.
Pois não estou.
E, hoje, em conversa com a G., percebi que não estou.
E percebi outra coisa: Que há diferentes pessoas que me lêem e que ficam preocupadas com o lêem. Que me conhecem, que me querem bem e que ficam muitas vezes “abaladas” com a simplicidade, com a crueza das minhas palavras.
A vocês, amigos do coração que me lêem sem nada dizer, que não comentam, que não perguntam, mas que estão sempre atentos:
OBRIGADA!
Por serem amigos silenciosos, mas amigos…
E, para que fiquem descansados:Estou bem.
Foi um terramoto, toda esta mudança… claro que foi. Há dias em que me sinto um nadinha mais triste, mais sozinha… Mas são raros.
Na maioria das vezes, estou efectivamente bem.
Porque não sei estar mal. Não sou amargurada nem despeitada, não sei não gostar das pessoas nem da vida.
Olho sempre para o lado positivo, para o lado bom das coisas. E, por isso, estou bem.
E saber que vocês estão aí, mesmo que tantas vezes eu o esqueça, faz com que eu esteja muito melhor.
Já vos devia ter dito isto, não já?Desculpem…
Gosto mesmo muito de vocês!

Castelos de areia


Sou, por natureza, imperfeita.
Tenho muitas qualidades, naturalmente, mas tenho também, sem sombra de dúvida, muitos defeitos.
Como o facto de ser presumida.
Sou presumida e admito-o.
Frequentes vezes acredito que sou muito inteligente e muito esperta, atenta aos pormenores, boa avaliadora de caracteres. E, frequentes vezes também, percebo que não percebi rigorosamente nada!
Quer dizer: Já devia ter percebido que a presunção não leva a lado nenhum, certo? Já devia ter aprendido a, pelo menos, ser mais humilde em relação à minha própria presunção…
Mas não…
Por isso continuo a, muitas vezes, ser confrontada com a minha ingenuidade. Com a minha burrice ou falta de esperteza, com os meus erros de avaliação.
Creio que isso tem que ver, sobretudo, com o facto de eu ser muito optimista, muito de bem com a vida e de acreditar genuinamente nas pessoas.
E de acreditar que podem sempre ser melhor do que são.
Mas a verdade é que não podem.
Nós somos o que somos. Não podemos ser melhores nem diferentes. Somos apenas o que somos.
E, com 35 anos, já devia saber disso.
E sei!
Racionalmente, sei.
No meu coração é que não. Cá dentro é que continuo a acreditar naquilo que quero e não naquilo que vejo.
É tramado (com f., como diria a G.)
Assim, por causa dessa minha presunção e água benta, desiludo-me frequentemente com as pessoas quando na verdade elas nem sequer têm culpa.
Eu é que não quero ver, não quero perceber…
Como diria o Sr. Scolari: “e o burro sou eu?????”
Pois… Neste caso sou mesmo eu.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Demonstrações de amor


Eu sei (e bem, por sinal) que as demonstrações de amor se fazem no dia a dia. Que se prolongam nas rotinas, no bem querer de todas as horas, nas dificuldades de momentos que se vão cruzando connosco.
Mas, apesar disso, tenho uma pergunta para todos vocês:
Se estivessem realmente desesperados para demonstrar a alguém, num só momento, num só acto, que o amam, como fariam?????
Se disso dependesse o ficar ou não ficar com a pessoa que queriam a vosso lado para o resto da vida, que loucura (ou não loucura) estariam dispostos a fazer?

Surpreendam-me, vá!

Gostava mesmo de vos ouvir (ou de, neste caso, vos ler)…

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Sobre o nosso fim de semana prolongado. E sobre a loucura de querer ter uma familia numerosa


Vejam se adivinham lá, por esta fotografia, onde foi o nosso fim de semana…
Nazaré, pois então!
Aproveitei, uma vez mais, o fim de semana prolongado, e desta feita rumamos mais a Sul.
Podia ser por causa do melhor tempo, mas não. Foi mesmo porque depois de mais de uma dúzia de locais para onde telefonei (o Gerês era o meu favorito), este foi o único onde encontrei lugar (nao percebo como se fala tanto de crise...)
Hotel Praia, de 4 estrelas, com algumas particularidades interessantes.
Uma decoração muito clean, piscina interior e jacuzzi (que aproveitamos ao máximo), a dois minutos da praia e mesmo no centro de tudo.
Apesar de ser a minha última escolha e feita por Internet, acabou por correr bem.
Os miúdos fartaram-se de jogar à bola na praia (e no quarto, verdade seja dita), de jogar ténis (com raquetes que não duraram, nas suas mãos, mais de meia dúzia de horas) e de fazer jacuzzi.
Sei que o P. e o M. adoram a piscina grande, de se atirarem à bruta para o meu colo e de eu nadar com eles em seguida, mas fazer isto, à vez, com três crianças (sim, porque até o J. reclamava que queria ir dançar comigo para o meio da piscina), é “ligeiramente” cansativo.
E se a isso juntarmos o ar das restantes famílias que continuam a olhar para mim com um misto de comiseração e de incredulidade, percebe-se que eu prefira o jacuzzi. Ou a praia…
Seja como for, vale sempre muito a pena.
E até andamos de funicular (até ao sítio) e fomos a uma festa de Santo António, com bailarico a preceito.
Têm muita sorte os meus filhos.
Porque felizmente tenho capacidade financeira para os levar de fim de semana sempre que me apetece. Ou sempre que percebo que precisam de doses extras de atenção. De lhes proporcionar momentos inesquecíveis.
Sei bem que o dinheiro não compra tudo, claro que não. Mas ajuda…
E é bom criarmos memórias conjuntas BOAS.
Como aquele momento em que eu disse ao P. que íamos para a Nazaré e ele me disse meio choroso: - mas mamã, não quero ir ver o Jesus…
Ou aquele em que entramos numa igreja e o M., ao ver um confessionário me disse:
- Mamã, podemos ir ver aquele teatro de fantoches?
Ou ainda aquele em que lhes expliquei que íamos andar de funicular (e nao comboio, nem metro) e eles me responderam:
- nao conheço essa palavra, mamã!

São momentos irrepetíveis. Que um dia mais tarde vou poder partilhar com eles: Lembras-te quando disseste….??? Lembras-te quando fizemos …?
Não sei como me passava pela cabeça viver sem filhos.
A sério.
Como já aqui repeti, nunca fui muito maternal e sempre encarei de bom grado a ideia de não ter filhos. Mas agora que os tenho, não consigo perceber como os poderia não ter.
Não outros. Estes. Estes meus filhos.
Vocês vão provavelmente achar-me louca, mas ainda não desisti da ideia de ter outro filho.
Já que tenho três, porque não quatro?
Não necessariamente biológico, mt provavelmente não biológico, mas um quarto filho de coração, sim.
Claro que tenho de, antes disso, ter a certeza de muita coisa, nomeadamente estabilidade financeira suficiente para criar sozinha quatro crianças, mas continuo a querer crescer rodeada de beijos e de abraços e de muitos mimos. Quero ter a casa cheia com os meus filhos, os amigos deles, mais tarde as suas famílias…
Vejo o meu vizinho de lado, que deve ter 4 ou 5 filhos e que, muito embora tenha uma única filha solteira, tem sempre a casa cheia.
Isso encanta-me.
Sou louca, bem sei. Mas encanta-me viver rodeada de barulho. Prefiro viver a reclamar do ruído que não ter ninguém ao lado com quem reclamar…
Essa coisa do homem não ser uma ilha tem toda a razão de ser. Nenhum homem é uma ilha. E eu, que sou uma mulher, também não sou.
Gosto de pessoas. De falar (como decerto já perceberam!), de discutir, de argumentar, de trocar ideias, de dar opiniões, de rir, de viver.
E não faz sentido viver sozinho. NÃO FAZ!
Por isso, que venha uma quarta criança! Não agora. De todo. Daqui a uma boa meia dúzia de anos. E já agora, porque não uma quinta?
Se antigamente as famílias eram numerosas, porque não agora, que tantas mais possibilidades temos????
Louca, bem sei.
Louca.
(pode ser que isto passe…)

terça-feira, 9 de junho de 2009

caos lá fora, silencio cá dentro. E é assim que estou bem


Este sábado o P. acordou mais cedo.
E enquanto o M. e o J. dormiam, levei-o para o meu quarto e ficamos os dois, só os dois, a brincar. A conversar. E, depois dessa conversa, levei-o para a banheira e ele ali ficou. Sozinho, a brincar com os seus brinquedos, sem ter de partilhar bonecos nem espaço nem atenção com mais dois irmãos.
E o que eu mais senti, naqueles breves momentos, foi o silencio.
O silencio de uma criança que fala imenso e brinca e que, provavelmente será o mais barulhento dos três mas que, estando sozinho, mal se ouve.
Não porque não falasse ou não brincasse, mas porque os meus ouvidos já estão tão treinados para ouvir três que ouvir um só é silêncio puro e absoluto.
E pensei: Era tão mais fácil. É tão infinitamente mais fácil ter um só filho…
A minha vida seria tão diferente.
Não é justo pensar isto, eu sei.
Os meus filhos só são três porque eu os aceitei. A todos, sem tirar nem pôr.
Mas que era bem mais simples ter um só, era. Não há como negá-lo.
Deixei-o no banho, tranquilo, sem birras e fui acordar os meus outros dois bebés. Primeiro o M., depois o J. e coloquei-os também no banho.
E, de repente, o caos total.
Choro por reivindicação de espaço, espuma que vai para os olhos, um que molha o outro, chamadas para limpar ranhocas, mais choro por partilha de brinquedos, barulho porque não querem lavar a cabeça, o J. que se levanta e calca os irmãos, um verdadeiro caos total.
Mas, nesse caos total, nesse ruído completo e absoluto, senti, finalmente, o meu coração em silêncio.
Porque o meu coração só se silencia, só se tranquiliza quando os tenho aos três. Quando o caos deles se torna a minha paz.

Passeios pela Baixa do Porto

Quarta-feira passada fiz uma coisa que adoro e que já não fazia há um milhão de anos:
Passei a tarde na Baixa (do Porto, claro está)
Almocei na confeitaria do Bolhão (que saudades… há mais de 10 anos que não ia lá), calcorreei Santa Catarina vezes sem conta, comi crepe com gelado, fiz compras, deixei-me inebriar pelos cheiros, pelas montras, pelos prédios, pelas ruas, pelas memórias, pelos afectos, pelas pessoas.
Atravessei a baixa até aos Clérigos. Entrei numa ourivesaria daquelas bem antigas onde me brindaram com um: “Parabéns. Fez uma escolha de muito bom gosto”. Comprei fruta e legumes com sabor a fruta e legumes e lombos de bacalhau ao quilo.
Claro que me esqueci que depois tinha de descer os clérigos, subir 31 de Janeiro e atravessar Santa Catarina carregada de compras mas ainda assim soube bem.
Entrei em retrosarias e lojinhas de miudezas para comprar pijamas em conta para os meus filhos.
Visitei sapatarias que são alternativas às lojas dos centros comerciais. E vivi tudo com muita intensidade. Comprei brincos e anéis diferentes.
Amo o Porto de paixão.
E adoro passear na baixa, encanta-me tudo, mesmo TUDO.
Sou uma verdadeira mulher do Norte, carago!

sexta-feira, 5 de junho de 2009



Obrigada Pretty flower!

Gostei muito. Do teu selo e do teu blog!

Beijos com sabor a bom bom com recheio de morango

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Isto é a vida real. Ou também podia chamar-se: Bem feito! Ou ainda: sim, sim, desta vez é mesmo um recado para ti!


Ontem olhei para ti, a olhares para eles, a olhares para mim, para nós e percebi que percebeste o que tinhas perdido.

E, passados uns instantes, voltei a olhar para ti e vi que estavas cansado outra vez.
Que não percebes como é que eu aguento a lide de todos os dias. As birras, as manhas, os nãos, os choros, as ranhocas, os cocós, as sopas, os cheiros, mais birras, mais outros choros.
Percebi que duas ou três horas te extenuam.
Mas, mais uma vez, esta é a nossa vida real.
E eu aguento porque sim.
Porque os amo, porque eles são eu e eu não me posso mandar a mim embora. Também não os posso mandar a eles.
E, ainda que pudesse, não o quereria. Nunca o faria.
Esta é a nossa vida real. De todos os dias. Andamos descalços na relva a jogar à bola quando está calor, cantamos, abanámos os rabinhos em jeito de dança, contamos histórias, vamos para o lago, damos comida aos patos, corremos, molhamo-nos com a mangueira, partilhamos aventuras e sonhos, mas também vivemos o resto. As tais birras, más disposições, momentos de sono, de choros, de babas e de ranhocas. Momentos menos bons.
Faz parte!
Porque é a vida real.
E, estejas tu onde estiveres, na vida em que estiveres, vais ter de perceber que a vida real é esta.
Não há por onde fugir.
A diferença está nos olhos com que vês essa vida, no amor com que a encaras.
A diferença está na alma.
Porque real e cansativa vai ser sempre. Faz parte.
Terás uma vida melhor sem nós? Não, não terás.
Não serás nunca tão feliz como foste connosco. Como és connosco nos pequenos momentos em que estamos todos juntos.
Porque apesar do cansaço, das rotinas, da vida que nada mais é que real, está lá o tal pedaço de alma que faz toda a diferença. Que nos completa. Que nos aquece o coração.

Se lamento? Não. Não lamento que não vás ser feliz sem nós.
Muito pelo contrário. Se isso faz de mim uma má pessoa?
Provavelmente. Who cares?
Posso sê-lo.
Lamento por nós. Por mim e por eles que não temos culpa de não teres aguentado as rotinas do dia a dia. Os barulhos, a gritaria, as babas, as ranhocas, os cocós e os xi-xis fora da sanita…de não teres sabido esperar um bocadinho mais para esta fase passar sem te teres metido debaixo das saias (ou calças, sei lá), de outra mulher. Que até pode ser boa de cama. Admito. Mas não podes passar os dias e as noites na cama, certo?
É preciso bem mais que isso – digo eu!
É um testemunho cru, bem sei. Mas, ainda uma vez mais, é a vida real.
Porque foi isso que aconteceu e porque isso também faz parte da minha realidade.
Ainda assim, perdeste seguramente muito mais que nós. Porque eu continuo a acordar todos os dias com eles. A sentir-lhes as mãozinhas quentes no meu rosto todos os dias quando acordo. Continuo a ser eu. E tu… não. És, a maior parte das vezes, uma sombra da pessoa que eras. Acho mesmo que só estás bem quando nós (eu e tu) estamos bem. Quando esquecemos as diferenças e nos rimos. Conversámos. Estamos juntos.
Podes ir comer caracóis e pasteis de nata a Belém e passar o dia da criança com outra família que, ainda assim, essa nunca vai ser a tua família.
Casos são casos. Pessoas há que poderão ser felizes numa outra família, numa outra vida. Até conheço pessoas dessas. Não tu. Ambos sabemos que não. Porque é preciso amar essa outra família. Que tu não amas. Nem vais amar.
Pois… não há como negar que este é um recado para ti. Para te dizer que percebi que percebeste.
E que, agora sim, a partir de agora, vais perceber ainda melhor que a felicidade e sorte que tu (nós) tínhamos merecia mais que um xuto inconsciente no rabiote…
E no fim só me apetece dizer, como os miúdos dizem:
Bem feito! Na, na na na nana….

Nota: Vá lá, tenho direito a ser má, certo? Mas gosto na mesma de ti!

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Sobre muitas dúvidas e poucas certezas


Sábado estava a jantar com uma rapariga que não me conhece especialmente bem (apesar de a conhecer há muitos anos, acho que só falamos uma ou duas vezes) e a meio da conversa disse-me ela:
- Oh, S. és tão convicta, tão segura de tudo o que dizes!
E sou. O meu discurso sempre foi muito seguro. Tenho a particularidade de falar com muita assertividade, com muita convicção mesmo daquilo que não sei, que não conheço ou sobre o que tenho dúvidas.
Esse foi aliás, um dos motivos pelos quais sempre tive boas notas nas orais…
Seja como for, nem sempre a segurança das minhas palavras condiz com a segurança dos meus motivos, dos meus sentimentos, das minhas razões.
Nestes últimos tempos, então, tenho sido muitas e muitas vezes assolada por muitas e muitas dúvidas.
Sobre o certo e o errado, sobre o preto e o branco, sobre as nuances do cinzento, sobre perdões, sobre falhas humanas, sobre o melhor para mim e para os meus filhos, sobre opiniões, sobre estudos, sobre o valor do amor, da honestidade, da própria insegurança, da vida em geral, sei lá…
Sei que tenho dúvidas sobre quase tudo.
E não é fácil para mim, sempre seguríssima de todas as minhas atitudes, viver com tantas incertezas.
Primeiro porque é difícil em si mesmo e, depois, porque apesar dessas incertezas tenho de continuar a viver como se tivesse certezas.
E isso é, muitas vezes, cansativo.
Continuo com as minhas teorias do preto e do branco, mas parece que agora tenho uma lente desfocada que não me permite ver com a nitidez de sempre que aquelas cores são as minhas cores.
Continuo a decidir de acordo com essas cores, mas fica sempre um saborzinho amargo na boca, como se fosse sempre possível decidir de outro modo.
E por mim, tudo bem.
Sou perfeitamente capaz de viver com esse amarguinho de boca. Misturado com gelado, chocolate ou compota de morango, quase nem se sente… o problema são os meus filhos.
Não suporto ter dúvidas sobre o que é melhor para eles. Não suporto mesmo.
Porque tenho medo que as minhas más decisões influenciem o seu destino, a sua felicidade.
E se eu fizesse antes assim? E se eu tivesse agido antes daquela maneira? Será que este é o caminho certo? Será que assim vão sofrer menos?
(…)
Esta tarefa de ser Mãe (e pai) não está a ser muito fácil de gerir. Não é impossível, claro que não, mas implica tanto, tanto esforço mental…
É uma responsabilidade tão grande, um peso tão grande para os meus ombros tão pequeninos…
Às vezes, caramba, só queria descansar. Ter quem decidisse por mim. Mas acertadamente…
O que não é possível, já sei.
Ninguém conhece o futuro e como ninguém quer aos meus filhos mais e melhor que eu, acho que sou eu que estou mais bem habilitada a decidir…
Mas que isso é uma espada sempre por cima da minha cabeça, lá isso é.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Rescaldo do dia mundial da criança

Ontem, ao final da tarde, ainda tivemos tempo para jogar à bola.
Uma das vantagens de ter jardim é precisamente essa: estamos sempre no parque!
E como eles tiveram, de presente de dia Mundial da Criança, os equipamentos do grande FCP, quiseram logo vesti-los e experimentá-los.
Ficam tão lindos!
O P. até se atira para o chão, de propósito, como um verdadeiro futebolista e fica à espera dos bombeiros…
Uma delícia!
E hoje, dia de passeio na escola (estão a ficar grandes os meus meninos mais velhos) quiseram ir de equipamento vestido e sem bata – para poderem mostrar aos amiguinhos a roupa nova.
Um presente delicioso e ternurento, mesmo pensado para eles.

Os avós paternos também nao se esqueceram e levaram uma prendinha. Obrigada!

Confesso que do que eu gostava mesmo era que o V. tivesse estado com eles. Que tivesse jogado à bola connosco.
Há dias em que nao consigo deixar de me sentir triste por ele nao estar aqui. Por estar a mais de 300 kms em dias que deviam ser especiais... paciência, eu sei.

Nao o posso condenar por estar a viver a vida dele. Nao condeno. Mas fico triste. Porque os filhos não têm culpa da inconsciencia, da infantilidade dos Pais. E porque queria, para eles, um mundo mais que perfeito.

Enfim. Enquanto eu estiver com eles, sei que eles vão estar bem.
Mas há dias em que a figura de pseudo heroína teima em querer desaparecer, sei lá....


Bola prá frente que atrás vem gente! hoje ainda vão ter mais um presente, que isto de ser dia mundial da criança é mesmo quando nós quisermos…E pode ser que ainda possamos passar na feira do livro... vamos ver.

E até eu tive presente de dia da criança!
Sim, porque na verdade, de crianças e de loucos (Era poeta, mas passa a ficar com esta adaptação) todos temos um pouco.

E uns (como eu) mais que outros....

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Dia Mundial da Criança


Hoje é o dia Mundial de Criança.

E eu, felizmente estou com os meus filhos.

E os meus filhos, felizmente, estão comigo.

Somos a vida uns dos outros. Estamos ligados, entrançados como cordas, apertados como nós de marinheiros.

É o dia Mundial da criança e passamos o fim de semana a festejá-lo.

E hoje vão ter presentes e muitos, muitos mimos.

Porque somos os elos de uma mesma cadeia.

São os meus principes, os meus anjos, os meus tesouros, o meu tudo.

amo-os tanto, tanto, tanto....

só quero protegê-los e sabê-los felizes.

Hoje em particular (apesar de sempre ser assim):
Meus queridos:

Tenho tanta sorte por vos ter. Por vocês fazerem parte de mim...

Nao alterava um milimetro que fosse do meu passado desde que vos tenho.

vocês são a minha história, o meus espelho, o meu equlibrio.


PARABÉNS a vocês, minhas crianças lindas que eu amo de verdadeira paixão!

Fim de semana CHEIO


Pois então, como eu antecipava, tivemos um fim de semana CHEIO!
Mas muito CHEIO MESMO!
Começando por Sexta-feira à noite, fomos uma vez mais ao Sr. de Matosinhos. Mas desta vez com amigos cá da empresa e só posso dizer-vos que éramos mais que as mães…
Só crianças eram nove, todas divertidas, excitadas e, agora que penso nisso, oito meninos e uma só menina…
Fomos de metro (o que, já em si é uma diversão para os miúdos), jantamos lá, tiveram direito a balões e a carróceis, divertimo-nos muito. Todos. E foi realmente bom.
No sábado de manhã, com um tempo espectacular, fomos para a praia.
Eu para a minha aula de surf e os meus bebés para a praia.
O M. não gostou nada da minha experiência radical. Esteve todo o tempo a chorar, a dizer que a mãe ia ao fundo, que ia morrer e que também queria ir com a mamã.
Essa parte não correu muito bem.
Porque a verdade é que, pelas circunstancias que todos vocês conhecem, os meus filhos estão muito apegados a mim.
Eu sou o norte deles, o seu porto seguro. E compreendo que na cabecinha deles possam pensar que se o Pai os deixou a mãe tb os pode deixar.
É lógico que passo a tempo a dizer-lhes que a mãe não vai a lado nenhum, que nunca, em caso algum, os vou deixar. Repito-lhes isto vezes sem conta, para ver se fica interiorizado, mas ainda passou pouco tempo…
E o M., extraordinariamente sensível como é, deve ter mais medo. De me perder, acho eu.
Fiquei com o coração tão triste…
Mas depois compensei-os com uma tarde inteirinha de atenção.
Fomos para Serralves de armas e bagagens fazer um pic-nic à moda antiga.
Jogaram à bola, tomaram banho nos lagos, comeram gelados, saltaram, correram, participaram num atelier de “pega-monstros”, estiveram felizes.
Não tirei fotografias porque estupidamente levei a máquina sem cartão (o que até nem é novidade), mas se tivesse tirado fotografias seriam de meninos deliciados, contentes, de bem com a vida. Como gosto de os ver.
Finalmente, no domingo de manhã fomos tomar o pequeno almoço á marina, que é um sitio que gostam muito, por causa dos barcos, e de tarde fomos ver o avô cantigas.
Essa parte foi um bocadinho cansativa, confesso…
Estava um sol infernal, o Avô cantigas era frequentemente interrompido por problemas de som, o M. quis fazer xi-xi a meio do espectáculo, tive de ir para uma fila de mais de meia hora para lhes arranjar 3 balões com o palhaço de serviço, e saí de lá estourada….
No final do dia fomos para nossa casa e meti-os a todos na piscina (daquelas de plástico…).

Foi cansativo, sim. Mas terminei o fim de semana com a sensação de missão completa.
Adoro vê-los felizes. Adoro senti-los bem.
E que venham outros como estes, em que estamos juntos e felizes.