Os meus filhos não são extraordinários. São miúdos perfeitamente normais: fazem birras (agora aprenderam a deitar-se no chão), dizem não a muita coisa, têm ranho no nariz, unhas sujas, roupas imundas depois de passarem poucas horas a brincar. Estragam os sapatos num ápice, molham a roupa com água e leite, entornam a comida no chão (quando não é pela cabeça abaixo), continuam a dar más noites (o J. vai pelo mesmo caminho), começaram a andar apenas aos quinze meses e não aos nove como muitas outras crianças, ainda não usam o pote... são crianças. Imperfeitas. E isso faz delas perfeitas para mim. Porque nunca saberia lidar com a perfeição perfeita. Sei, sim, ou tento todos os dias, lidar com a sua imperfeição perfeita. E gosto deles assim. Todos os dias um bocadinho mais. Gosto que a pediatra me diga que estão no percentil 50. Gosto de os sentir na média. Nem sub-desenvolvidos nem génios.
Fico obviamente contente quando as pessoas se admiram com a sua capacidade linguística, porque realmente falam muito bem, mas sei que como eles, outras tantas crianças falam igualmente bem. Ou melhor. E isso dá-me o conforto de saber que os meus filhos estão bem.
Por isso, acho sempre estranho que para algumas mães os seus filhos sejam extraordinários: Nunca choram, são sempre obedientes, ganham todos os concursos de português, de desenho ou de matemática, são uma barra na natação ou nunca se sujam a comer.
Porque é que isso as pôe contentes?
Adoro os filhos imperfeitos que tenho. Porque isso me dá o tal conforto de saber que, pelo menos neste momento, tudo está bem. E que eu, imperfeita como sou, estou ao seu nível. Posso acompanhá-los. Posso ser a sua mãe.
terça-feira, 25 de março de 2008
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
:)
Concordo plenamente... adoro a imperfeição perfeita da minha filha! Até quando fico com os cabelos em pé! ;)
Bjs
Que giro! O Jo tb começou a andar com 15 meses, fala muito bem e ainda não usa o pote (em casa)!
Deliciosa colheita de 2006 com todas as suas fascinantes imperfeições ;)
Beijoca
Isabel
Enviar um comentário