segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Capacidade de adaptação à mudança

É impressionante como sou o elemento agregador na vida dos meus filhos.
Tudo o resto pode estar mal porque desde que eu esteja com eles, eles estão bem. Eu sei disso. Eles sabem disso.
E é impressionante porque eu nem sequer tenho especial instinto maternal… Nem fazia questão de ter filhos… e, de repente, sou o centro da vida deles. O elo que lhes permite ter estabilidade e equilíbrio.
É uma responsabilidade tão grande! Mas assustadora! Não porque tenha medo de assumir essa responsabilidade, muito pelo contrário, mas porque tenho medo de que alguma coisa me aconteça. Porque sei que enquanto eu cá estiver eles vão ser os meninos equilibrados, doces e felizes que têm sido até aqui.
Os meus filhos são, como qualquer outra criança, muito sensíveis. Já se aperceberam das mudanças na nossa casa, na nossa vida. Mas a verdade é que isso, pelo menos até ver, não os afectou em nada. Continuam a acordar felizes e brincalhões. Continuam a adormecer felizes e tranquilos. Não chamam pelo Pai, não perguntam por ele, não me parece que lhe sintam a falta.
Claro que quando o vêem fazem uma festa enorme, de verdadeira alegria porque gostam muito dele, mas acho que já não o vêem como parte de nós.
Ainda hoje o P. e o M., por volta das 7h passaram para a minha cama, por isso, quando o J. acordou estávamos todos juntos, no meu quarto.
O J. estava a chorar, porque tinha fome, e o P. começou a fazer-lhe miminhos e a dizer-lhe:
- Não chores, bebé, o P. está aqui. Estamos todos aqui, bebé, não chores…
Eu levantei-me para ir buscar o leite e quando voltei o J. já não estava a chorar. O P. tinha-lhe dado a chupeta dele e o M. tinha-lhe dado um brinquedo. Disse-me o M.
- estás a ver, mamã? O J. já não está a chorar. Estamos todos com ele!
Uma ternura os meus queridos!
E nessa ternura percebi que o “todos” deles, somos nós os quatro, sem o V.
Isso entristece-me, como é evidente.
Do mesmo modo que me entristece eles não terem procurado pelo Pai quando desceram as escadas da casa da minha mãe (costumava ser uma brincadeira deles: O Pai escondia-se e eles procuravam-no) nem se terem admirado por irmos tomar o pequeno-almoço no meu carro, sem o V.
Entristece-me, claro. Mas por outro lado, percebo a imensa capacidade de adaptação que as crianças têm, a imensa facilidade que têm de se moldarem a novas realidades, a novos estilos de vida, desde que eu esteja lá.
E Estou. Estou e sempre estarei!

Nota: Eu e o V. separámo-nos.

7 comentários:

Paula Silva disse...

muito bom isso ...muito bom!
Mil beijinhos e que assim se mantenham sempre : unidos
bjoka
paula

disse...

:(
Coragem!
Muitos Beijinhos!

Marta disse...

Pois já me tinha apercebido que kk coisa não estava bem num post anterior que fizeste.

È optimo os meninos se adaptarem bem e ainda não terem feito perguntas,se eles as fizerem tenho a certeza absoluta que estará á altura como sempre tiveste :)

Quanto ao divorcio apenas lamento :(
Quanto aos meninos apenas quero dizer aquilo que de certo ja sabes, são meninos fantasticos e parabens a ti, fizeste e fazes um optimo trabalho com eles :)

Beijinhos nossos

Filho para sempre disse...

E tu és a mãe admirável que lhes dá a certeza de que estão seguros.
Um abraço
Sérgio & Xana

Edith disse...

Um beijinho. Esses teus meninos são a razão da tua vida, assim como o meu menino também o é! Lamento a tua separação, quem sabe se não se reconciliam?!

Carol disse...

Beijinho grande...

Maria José disse...

Minha amiga muita força para ti, é isso mesmo mantém os teu filhos unidos é isso que interessa são os nossos filhos
bjokas