Há duas mensagens que tenho de colocar aqui, que não são minhas.
Uma, foi a C.(muito querida, como sempre), que me enviou. Um texto de Fernando Pessoa que já conhecia mas do qual já não me lembrava e que gostava muito de ter sido eu a escrever e uma mensagem, da Carla Almeida, que podia muito bem ter sido eu a escrever, num momento não muito longínquo da minha vida. Muito claro, muito lúcido, muito verdadeiro.
Aqui vão as duas:
1. Construir um castelo - Fernando Pessoa
“Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes mas, não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo, e posso evitar que ela vá à falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos
problemas e se tornar um autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um "não". É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."
2. Carla Almeida:
“Hoje de manhã íamos no carro, depois de mais um acordar em correria, e eu sentia-me exausta, e olhei-te e estavas exausto, e lá atrás os miúdos gritavam um com o outro, É meu! Não, é meu! Ó mãe! Ele chamou-me bebé! Eu não sou bebé! E os gritos enchiam-nos os ouvidos e o sangue principiava a ferver-nos dentro das veias, sim, que eu bem senti o teu sangue ferver-te nas veias da mesma maneira que o meu, uma vontade imensa de gritar CALEM-SE C**AL*O!, e o cansaço, às 8.30, tão fundo. Olhei para ti sem que te apercebesses (creio que estavas a entrar numa espécie de transe) e pensei: isto é a vida. A vida tal como ela é. E há poucas pessoas capazes de aguentar a vida como ela é. E quando se dão conta de que a vida não é como no Sexo e a Cidade, quando percebem que a vida não é só jantares românticos e festas e fins-de-semana em resorts de luxo, quando percebem que estão num carro, às 8.30 da manhã, completamente esvaídas, sem forças para darem um grito sequer, quando percebem, as pessoas - muitas pessoas - rebentam. Desistem. Dizem: Isto não é vida. Vou-me embora. Separo-me. Vou à procura de outra coisa. Melhor. Mais excitante. Mais glamorosa. Mais cool. A porra é que é engano. É mentira. É ficção. Daí a pouco, noutra casa, noutro carro, sentirão o mesmo. Sem tirar nem pôr. Porque isto é a vida. A vida tal como ela é. Claro que há momentos de uma felicidade que não tem tamanho nem preço nem palavras que a definam. Ah, sim, claro! Mas são momentos. Excelentes por serem isso mesmo: instantes. E a gente vai naquele carro e pensa: daqui a bocado vai ser melhor. Amanhã vai ser melhor. No fim-de-semana vai ser melhor. Nas férias vai ser excelente. Para o ano é que vai ser em grande. E vai. Mas a vida, a puta da vida, é aquele momento no carro. E a maior parte das pessoas que eu conheço não me parece minimamente preparada para aquele momento. Ou seja, para a vida."
Uma, foi a C.(muito querida, como sempre), que me enviou. Um texto de Fernando Pessoa que já conhecia mas do qual já não me lembrava e que gostava muito de ter sido eu a escrever e uma mensagem, da Carla Almeida, que podia muito bem ter sido eu a escrever, num momento não muito longínquo da minha vida. Muito claro, muito lúcido, muito verdadeiro.
Aqui vão as duas:
1. Construir um castelo - Fernando Pessoa
“Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes mas, não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo, e posso evitar que ela vá à falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos
problemas e se tornar um autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um "não". É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."
2. Carla Almeida:
“Hoje de manhã íamos no carro, depois de mais um acordar em correria, e eu sentia-me exausta, e olhei-te e estavas exausto, e lá atrás os miúdos gritavam um com o outro, É meu! Não, é meu! Ó mãe! Ele chamou-me bebé! Eu não sou bebé! E os gritos enchiam-nos os ouvidos e o sangue principiava a ferver-nos dentro das veias, sim, que eu bem senti o teu sangue ferver-te nas veias da mesma maneira que o meu, uma vontade imensa de gritar CALEM-SE C**AL*O!, e o cansaço, às 8.30, tão fundo. Olhei para ti sem que te apercebesses (creio que estavas a entrar numa espécie de transe) e pensei: isto é a vida. A vida tal como ela é. E há poucas pessoas capazes de aguentar a vida como ela é. E quando se dão conta de que a vida não é como no Sexo e a Cidade, quando percebem que a vida não é só jantares românticos e festas e fins-de-semana em resorts de luxo, quando percebem que estão num carro, às 8.30 da manhã, completamente esvaídas, sem forças para darem um grito sequer, quando percebem, as pessoas - muitas pessoas - rebentam. Desistem. Dizem: Isto não é vida. Vou-me embora. Separo-me. Vou à procura de outra coisa. Melhor. Mais excitante. Mais glamorosa. Mais cool. A porra é que é engano. É mentira. É ficção. Daí a pouco, noutra casa, noutro carro, sentirão o mesmo. Sem tirar nem pôr. Porque isto é a vida. A vida tal como ela é. Claro que há momentos de uma felicidade que não tem tamanho nem preço nem palavras que a definam. Ah, sim, claro! Mas são momentos. Excelentes por serem isso mesmo: instantes. E a gente vai naquele carro e pensa: daqui a bocado vai ser melhor. Amanhã vai ser melhor. No fim-de-semana vai ser melhor. Nas férias vai ser excelente. Para o ano é que vai ser em grande. E vai. Mas a vida, a puta da vida, é aquele momento no carro. E a maior parte das pessoas que eu conheço não me parece minimamente preparada para aquele momento. Ou seja, para a vida."
7 comentários:
Fiquei parada a ler o texto da Carla Almeida. Senti um estranho receio, medo de não ser capaz, de perder. Medo de sentir que me poderiam fugir os momentos. Até que... voltei a ler o texto, imaginei o carro e as vozes no seu interior, pensei no tanto que vivi, no tanto que quero viver e ... estou preparada!
Um beijo
X
Tem graça o texto do Fernando Pessoa ja conhecia e gosto muito, identifico-me muito com esse texto...
Quanto à Carla vi esta manha no post de ontem, e simceramente adorei, ela está cheia de razão!
Beijinho para voces
Tem piada k li esse mesmo post sobre a vida noutro blog no dia 27 de Janeiro. Ele há cada coincidência... :)
Mas resume bem o k a vida é, e eu, não a trocava por nenhuma outra e acredito k tu tb não.
Muita força para os próximos tempos!
Beijos docinhos a desejar k tudo se recomponha pelo melhor!
Olá! O texto não é da Carla Almeida, mas sim da jornalista Sónia Morais Santos, que publicou hoje esse texto no blog dela https://coconafralda.blogspot.pt
Beijocas!
Ola
Tambem ja tinha lido este texto, mas seja la quem foi que o escreveu o certo é que ´se encaixa na vida de muita gente! Quantas e quantas vezes as 8h30 da manha ja estou cansada??
E eu com o meu marido trocamos alguns olhares....
Mas a vida é mesmo assim e eu não a troco por nada.
Beijinhos Força
Peço desculpa mas o texto não é meu ...li-o num BLOG e achei que se adequava a este seu momento da vida assim como se adequa a algumas vidas com as quais tenho grandes laços de amizade e que estão a braços com problemas idênticos...com pena minha...O blog é esse"coconafralda" que eu gosto de visitar e peço desculpa á autora deste por ter passado a mensagem dela mas esses momentos existem penso que na vida de todos nós e por isso... Eu não tenho Blog(com pena minha) sou uma infoignorante a dar os primeiros passos nisto...1º cusco os blogs por aí e pode ser que um dia aprenda a fazer um... Beijos Carla Almeida
O texto de Fernando Pessoa, pode ser mesmo de um senhor com esse nome,mas não é do nosso conhecido Fernado Pessoa criador dos hetronimos e da "Mensagem". Também gosto do texto...poderia ter sido escrito por ele quem sabe, mas não foi. Mas parabéns ao FP que o escreveu e que um dia recolha os seus louros.
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