Hoje apetece-me escrever sobre a minha amiga X. e o S., do blog “www.filhoparasempre.blogspot.com”.
A X. andou comigo na faculdade e foi das primeiras pessoas com quem tive empatia. Um doce de menina. Simpática, afável, meiga, muito terna. Muito doce.
O S., só conheci depois, já este ano. Porque se casou com ela. Conheci-o num sábado de tarde, na biblioteca do palácio, num dia em que nos combinamos encontrar para conhecerem os meus três filhos.
Pelo que vi, fiquei com a impressão que se merecem. Que ele também é um doce.
A X. já estava grávida (o J. até já nasceu e deve estar com uns dois meses) e os dois fartaram-se de brincar com os meus filhos, de lhes tirar fotografias, de lhes darem atenção.
Saí de lá com o coração cheio. Da sua doçura, da sua bondade, do seu jeito com crianças.
E digo isto hoje como poderia tê-lo dito ontem ou o poderia dizer daqui a um mês.
Mas digo hoje.
Porque já o devia ter dito e esqueci. Não no coração, mas nas palavras.
Se conhecem o blog do S., sabem do que estou a falar.
Antes da X., o S. foi casado. E, desse casamento, nasceu um filho. Separaram-se – não sei sequer o motivo mas isso é ABSOLUTAMENTE irrelevante – e, desde então, a vida do S. e do G. tem sido bem difícil…
Tenho para mim que a separação em si mesmo não tem de ser um problema. É, apenas, um circunstancialismo, um facto, muitas vezes uma inevitabilidade, mas o modo como as pessoas encaram essa separação torna-se muitas vezes, um problema.
O problema, neste caso em concreto, chama-se, a meu ver, egoísmo.
E isto porque desde então, tendo ficado a mãe com a guarda do filho, tem abusado desse poder para impedir o normal relacionamento do S. com o filho.
Sei que o S. sofre horrores com esse afastamento. Sofre o S. e sofre a X. que, sendo a sua actual Mulher só o quer ver feliz e gosta genuinamente do G., mas sofrerá, imensamente mais o G.
Que, segundo dizem, é um menino esperto e bondoso que se dava lindamente com o Pai. Segundo dizem também (nunca vi mas acredito piamente) dá-se lindamente com a X. e, nos raros momentos em que estão juntos são uma família feliz.
Alguém me diz como é que este menino vai crescer? Com que ensinamentos é que ele está a crescer?
Não percebo. Juro que não percebo.
Que os membros do casal se zanguem, se odeiem até, ainda consigo perceber, agora que, em algum momento, transfiram essa zanga para os filhos, já ultrapassa o meu entendimento.
Consigo até entender que para a ex-mulher do S. seja difícil querer partilhar o amor do filho com a X. Consigo até compreender muitíssimo bem. Mas que, por esse motivo, pela sua amargura, pela sua tristeza, pela sua incapacidade de lidar com essa dificuldade, impeça ou limite o acesso do S. e da X. ao filho, isto é que já não compreendo. Que não queira que o filho seja feliz, independentemente da sua própria felicidade é que me deixa estupefacta.
Somos todos humanos, bem sei. É possível, num dado momento, agirmos de modo errado, descontrolado, egoístico. Mas isto já dura há tanto tempo… O S. já não vê o filho desde o Natal! O J. já nasceu e ele e o G. ainda não se cruzaram…
Não é egoísmo, caramba?
Se não é egoísmo é o quê?
Não acredito que a ex-mulher do S. não goste do filho. Não acredito. Mas acredito que podia gostar mais. Que podia colocar os interesses do filho à frente dos interesses dos seus próprios interesses. Que podia considerar mais a felicidade do filho que a sua dor, mágoa, amargura ou seja o que for.
Provavelmente acredita que tem os seus motivos. Aceito até que os tenha. Mas nunca, NUNCA serão suficientemente atendíveis para utilizar o filho como arma de arremesso.
E o S. vai acreditando no poder da justiça. Vai acreditando que um dia as coisas mudarão.
Mas, e se ele fosse completamente insano e, de repente, pegasse no G. e não o entregasse mais á Mãe? E se, de repente o S., num acesso de loucura, se mudasse com a família, incluindo obviamente o G. e se mudasse para o Sri Lanka (ou outro país qualquer) e desaparecesse?
Era possível, não era?
E, de repente, o quadro passava a ser o inverso e finalmente a ex-mulher do S. provaria do seu próprio veneno….
Mas isto tudo digo eu que, como já sabem, tenha a horrível mania de ter opinião sobre tudo.
Queridos X., S. e J.e G.:
Podia ter sido antes, mas é hoje: Quero muito conhecer o J. (temos de combinar isso rapidamente), mas gostava muito mais de o conhecer em conjunto com o G. E sei que, um dia, isso será possível!
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5 comentários:
Realmente não tem explicação. Sinceramente já ponderei no assunto, não que me queira separar mas mais porque sou uma pessoa prática, e sinceramente não aguentaria separar o meu filho do seu pai, porque antes de ser marido é o pai e tb o ama. Infelizmente estas situações acontencem mais do que se desejaria e não há palavras para a imensa estupidez que essas pessoas sofrem. Como diz o outro a inteligência tem limites mas a estupidez não.
Beijos
Marta e Gabe
É uma coisa que numca consegui perceber, se até porque numca passei por nada parecido.
Não tenho filhos sequer.
A pessoa com quem estou tem um filho pois já tinha sido casado antes de me conhecer, mas felizmente o filho numca foi prejudicado com essas guerrinhas entre pais.
Posso até dizer que o acordo de poder paternal é só um papel que tem de existir mas eles entendem-se perfeitamente, qd o a ma~e quer estar o o filho está e o pai não levante problemas e o contrário a mesma coisa.
Vou espreitar o blog.
Jinhos
Sou da mesma opiniao!!!
Passando eu por a situaçao de divorcio, e um divorcio em nada fácil...em nada simplificado pleo PAI, continuo a querer manter a amizade...e o contacto com o PAI FILHO!!! essencial certo???
como poderia eu alguma vez separá-los??? puro egoismo não?? a nao ser que ele fosse um homem mau, abusos fisicos etc....
FORÇA AMIGO S e Sua X e claro agora brindados pelo J.
jinhus amiga
Conheço o blog e não podia concordar mais contigo. A única coisa que me faria afastar um filho do pai seria se o mesmo atentasse contra a sua integridade física e emocional. De resto, não compreendo e não aceito que se faça uma coisa destas. E não percebo como a justiça não age de forma célere num caso destes.
Conheço o blog do S. e a sua luta para conseguir estar com o filho. É realmente de uma insensibilidade e egoísmo extremo o que a mãe do G. lhe está a fazer. Não é saudável, não é bom, não é amor...
Mas ainda bem que o S. tem muita força e não desiste desta luta. É de louvar!
Em relação ao J. tem dois meses e meio. Nasceu no dia dos meus anos :)))) Fiquei contente:)
Beijoca
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