Morreste há 17 anos.
E tenho muitas, muitas, milhentas saudades tuas.
Lembro-te com toda a tua ternura, graça, teimosia, exigencia, intransigência (nao saio, seguramente, às pedras da calçada...). Lembro-te as rugas, o riso alegre, o abraço forte, a segurança, as mãos ásperas, a cor dourada da pele, os olhos de um verde que não consigo encontrar em mais ninguém, o orgulho em mim e na F., o sentido de familia, a habilidade, a imensa alegria de viver.
Lembro-te o amor que terias aos netos que nunca pudeste conhecer. O pilar que serias sempre para mim.
A minha vida que teria sido, seguramente diferente. Provavelmente teria ido dar aulas para Mocambique naquele ano, sabes?Ou fazer o resto do curso para coimbra... Nao teria sentido a necessidade de ficar...
Mas nao é disso que me arrependo...
Do que mais me arrependo mesmo é de nao te ter dito mais vezes que te amava.
Tanto, tanto... Mesmo com essa teimosia, essa exigencia tantas vezes levada ao limite, mas que eu sei que me fez ser uma pessoa melhor. Tão contrabalançada pelo imenso carinho, pelas palavras e gestos de amor.
Nunca tiveste problemas de expressão...
Tanto que eu aprendi... Tanto que tinha ainda a aprender...
Sei que estás aí algures nas nuvens, a tomar conta de nós e isso enche-me um bocadinho o coração.
Hoje, para ti, um amor muito muito especial.
Estás sempre connosco. Sempre.
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