E ao ler isto, nao deixo de pensar na musica "Amor Perfeito" da Adriana Calcanhoto

Já uma vez tentei aqui escrever sobre isto mas acho que não fui mt bem sucedida. Hj, ao passar os olhos pelo post da Kitty fane (até faria o link, mas não sei como se faz), apeteceu-me voltar ao tema.
Acredito no amor. Acredito. Tal como acreditava quando tinha 17 anos e encontrei, no V., o meu príncipe encantado. Tivemos os nossos desencontros, bem sei, mas quando casamos, 10 anos depois, sei que estávamos completamente enamorados.
Tive o casamento que quis, com um marido que, em muitíssimos aspectos, sempre esteve muito perto do príncipe mais que perfeito que tinha desejado. Durante 8 anos fui imensamente feliz e, como tal, não poderia nunca deixar de acreditar no amor.
Algures durante o ultimo ano do casamento, voltamo-nos a desencontrar. Podemos apontar milhentos motivos mas que não são, a final, minimamente relevantes. Desencontramo-nos e ponto. Mas, apesar disso, continuei apaixonada. E continuei a acreditar no amor.
Como sabem, o casamento chegou ao fim. Mas isso não fez de mim uma pessoa desiludida com o amor nem com a vida. Como poderia?
O que eu penso é que se encontrei o amor uma vez é porque ele existe certo? E se ele existe, há sempre esperança.
E não, não compreendo as pessoas que, por desilusão, mágoa, desesperança, passam a acreditar que mais vale um “encosto”.
Que, assim como assim, e atendendo à idade e coisa e tal, mais vale contentar-se com o que aparece.
Não…
Continuo a ser tão exigente como era aos 17 anos. Não em termos de pessoa, mas de amor. Não quero nem nunca quis, pessoas perfeitas. Quero é um amor perfeito que, mesmo que preenchido por duas pessoas imperfeitas, faça sentido.
Foi sempre só isso que eu quis…
Eu, que sou tão imperfeita, lá poderia querer outra coisa? Não… de todo!
Quero apenas alguém para quem eu (e só eu) seja suficiente. Para quem eu seja o amor da sua vida e que, sorte das sortes, seja o amor da minha.
Tenho, felizmente, amigas como a Kitty Fane. Bonitas, inteligentes, com bons empregos, simpáticas e independentes. Têm todas mais de 30 anos, mas não se contentam com pouco. Não em relação às pessoas, como disse, mas em relação ao envolvimento. Nenhuma delas está á espera de um Brad Pitt sem Angelina Jolie. Querem apenas um homem sério, bom, inteligente e limpinho (é o mínimo!) que as complete. Com quem a vida faça todo o sentido!
E tenho outras que, ainda não consegui compreender bem porquê, apesar de amarguradas com a situação que vivem, se mantêm nela… igualmente bonitas, inteligentes e independentes mas que, sem eu saber bem como, se deixaram arrastar para situações que as não completam.
Não as julgo. Mas tento dizer-lhes que não é mau estar sozinha.
Se me perguntam a minha opinião muito sincera, é melhor estar acompanhada. Sempre que vou tomar o pequeno almoço à praia e vejo casais com filhos a brincar na areia, não deixo de sentir uma ponta de inveja. Sou companheira, eu. Não um bicho solitário. Gosto de viver junto, se partilhar, de estar acompanhada. E, se pudesse escolher, escolheria o meu casamento quase perfeito de oito anos, temperado com os meus três filhos que adoro.
Não perfilo, portanto, das ideias de pessoas solitárias que preferem a sua independência. Não prefiro nada! Gosto de dependência de amor! Gosto muito de dependência de amor. Mas também sei que estar sozinho não é mau. E que, em face de um amor que não é amor, ou de um amor incompleto ou fictício, estar sozinho é o menor dos males.

E que isso não nos faça desacreditar no amor e na pessoa perfeita que, não o sendo por si só, o será sempre para nós.