terça-feira, 27 de julho de 2010


Sábado fui jantar a casa de uns amigos muito recentes. Uma casa muito gira, na granja, com um jardim impecavelmente arranjado (o problema do meu jardim deve ser o jardineiro e não o facto de ter três filhos bebés, desorganizados e terroristas - lol). Mas gira sobretudo pelo ar acolhedor que tem. Que faz falta na minha casa.
A minha casa é linda, sabem?
Linda… um verdadeiro paraíso no centro da cidade. Com divisões enormes e iluminadas. Um jardim em volta com flores e árvores de fruta. Um relvado onde se pode rebolar e jogar à bola.
O meu quarto é maior que grande parte das salas que eu conheço, vejam lá…
Tudo lindo, moderno e arranjado. Com móveis escolhidos a dedo. Quadros também, numa altura em que eu e o V., ainda sem filhos, achávamos a arte divertida e um bom investimento.
Mas é uma casa que, apesar de ser um castelo, não é “my home”, percebem?
Faz-lhe falta o ar aconchegante das famílias felizes. Claro que eu e os meus filhos somos uma família feliz, mas é uma casa que foi pensada, querida e sonhada para um determinado enquadramento familiar que já não existe. E que, por isso, não faz sentido enquanto home desta família que somos nós.
Falta-lhe a minha alma, que eu sei. E, ao olhar para aquela casa na Granja, tive, uma vez mais, a consciência que continuo com a vida suspensa… à espera de nem sei bem o quê…

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