segunda-feira, 25 de outubro de 2010


Ontem estive a arrumar papéis.
No meio deles, encontrei as tuas cartas. Os teus postais. Os teus bilhetinhos de agora e de há muitos anos atrás.
Um deles, tinha a data de 24 de Janeiro de 1997. Encontrei-o perdido num dos meus imensos diários da altura.
Tinha este poema:

"Açucena de olhos meus
A solidão tuas algemas foram
em àguas tormentas e seu destino
esbelta e graciosa em anseios vives. Livre e sem liberdade.
Liberta-te, caminha...
caminha porta ao sol
Amor de idade maior
em passos lentos e sem fim
chegarás... serás... amarás, tu
Açucena de olhos meus
Um dia... tu e eu"

Pergunto-me se, daquelas tantas pessoas que choraram a tua morte, alguém saberia que eras assim. Um menino doce e frágil. Poeta e apaixonado. Com uma imensa ternura no coração e nas mãos.

Ainda agora foste embora e já tenho saudades tuas. Foste, sem dúvida alguma, das pessoas que mais gostaram de mim e a tua morte é uma perda indizível.
Sinto-te muito a falta.

1 comentário:

Paula disse...

Nem toda a gente sabia como ele era, mas grande parte sabia sim. Errou na vida como toda a gente o pode fazer, mas foi a tempo de emendar alguns desses erros.