Desde Abril - quando organizei a tua festa de aniversário surpresa, lembras-te? - parece que passou uma vida inteira por nós.
Foram poucos meses, nao foram? Mas tanto, tanto tempo se cruzou entretanto.
Já na altura o fiz por ter pensado que seria bom teres os teus amigos reunidos. Para te darem força para esta cruzada que eu sabia se avizinhava.
Estás aí, deitado. E eu a ver-te. A querer falar-te de memórias. de estórias. A querer ouvir-te responder-me. A querer nao chorar. Nao lembrar o meu Pai. Nao lembrar a tua familia que sofrerá tão mais que eu.
Tento nao lembrar-me de ti agora. Do modo como injustamente sofres.
Falo-te de memórias que também guardo para mim. Falo-te de carinho e de amizade. Da ternura que temos nas maos. Falo-te das paisagens fora da janela que nao vês e das viagens que ainda queres fazer. Das pessoas que gostam de ti. Das pessoas de quem tu gostas.
Sexta-feira foi só um fim de semana atrás, certo? Ou nao? nao foi ilusão minha. Sei que nao foi. Sei que estavas acordado, que me falaste. Que riste, que me sorriste. Que me tocaste e deste mimo. Que perguntaste coisas e me mandaste trabalhar:)
E, no entanto, parece, uma vez mais, que foi numa outra vida.
Tanta, tanta amizade que te tenho. Tanto carinho, tanto agradecimento por teres estado comigo numa altura tão dificil para mim. Por me teres apoiado e mimado e me teres feito sentir importante. Por teres sido o meu abrigo, a minha serenidade, naquele tempo em que o meu equilibrio nao era o perfeito (ainda nao o é hoje, sabes? Mas estou no bom caminho...). Por te teres desviado quilometros para eu ver um castelo...
Nunca antes falei assim para ti, pois não?
Mas olha... who cares? Se calhar, devia tê-lo feito.
A amizade, o carinho, o agradecimento, as lembranças, a ternura, são para ser ditas. É bom que se diga que se gosta. É bom que nos sintamos "gostados".
Gosto-te imensamente. E, saber-te sofrer, faz-me muito, muito mal.
Até amanhã. Levo-te açucenas.
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