quinta-feira, 31 de janeiro de 2008
terça-feira, 29 de janeiro de 2008
Colégio
Para já, vão felizes, ficam felizes, vêm felizes.
Quando pensamos em colocá-los no colégio, sempre pensamos que viriam para casa mais cansados, masi calminhos... Mas não! Se possível, estão ainda com mais energia, com mais vontade de brincar, de correr, de fazer "asneiras"... Estão, por isso, bem.
E nós estamos tranquilos.
Não foi fácil a decisão. Porquê aquele colégio e não outro?
Porque é pequenino, acolhedor, perto de casa, porque tem bastantes educadoras e sobretudo porque nunca ouvi nenhum aspecto negativo sobre ele e, pelo contrário, ouvi comentários positivos.
De resto, não sei mais nada. Sobre educação, sobre programa, sobre principios, não sei.
E também por isso, até agora equacionei a hipótese de os mudar, aos três anos, para um colégio bilingue, que é sempre uma mais valia.
Mas, neste momento, já não estou tão certa. Porque na verdade, o que me interessa é que eles se sintam bem. Felizes. É essa a minha grande preocupação.
Se eles se sentirem bem nesta escolinha, o resto é absolutamente secundário.
sexta-feira, 25 de janeiro de 2008
Por diversos motivos: trabalho, amigos, casa, marido, filhos, ar livre..., mas há dias em que me custa mais que outros.
Como hoje: Estar na cama e ouvir os meus filhos a chamarem por mim e a chorarem porque conseguem intuir que a Mae está cá em cima e não desce para brincar com eles...
Estes são os dias realmente difíceis.
Apesar de os estar a ouvir a embirrar um com o outro e a gritarem e a chorarem por mil e um motivos diferentes, quem me dera estar ali, com eles.
Mas já esgotei a minha descida e subida de escadas de hoje ( que nem devia acontecer) e agora só volto a estar com eles à noite, no nosso momento íntimo de adormecermos juntinhos...
Há dias que são, realmente, mais dificeis.
Será possível ter filhos e descanso em simultâneo???
Acho dificil... mas não me queixo. Apesar de tudo, têm sido crianças saudáveis e problemas destes não são efectivos problemas. Que sejam sempre pequenas viroses e doenças sem importância que cá estamos nós para as enfrentar...
E como P. está doente, não foi à escola.
Desta vez decidimos que o M. devia ir, apesar de sozinho. Para ver como reage à ausência do irmão.
Ontem tudo correu bem. Conseguir integrar-se e só perguntou pelo P. uma ou duas vezes. E quando chegou a casa foi o P. que se abraçou a ele a dar-lhe beijinhos com um sentido: "- oh, mamo!".
Hoje, já não está tão bem. Ligaram-me do colégio a dizer que apesar de não estar a chorar, está tristonho, aborrecido, sem vontade de brincar e que só pergunta pelo mano...
Disse-lhes para o manterem no colégio e só me avisarem se estivesse a chorar muito. Afinal de contas, eles têm de se habituar a estar um sem o outro.
O P., por seu lado, passa o tempo a perguntar pelo M. e, no laboratorio de análises, quando as meninas o presentearam com um frasquinho de recolha de urina (presente interessante...) pediu outro para o mano...
Estão tão ligados, os meus filhos!
Acho isso lindo, mas não sem uma pequena preocupação. Quando o J. nascer, será que essa ligação vai aumentar? Será que se vão "unir" contra o "intruso"? E como se vai sentir o J.? Excluído deste mundo que é só deles?...
Tenho medo pelos meus filhos. Porque quero que sejam felizes. Sem traumas para qualquer um deles...
Sim... não é mesmo nada fácil ser Mãe!
quinta-feira, 24 de janeiro de 2008
Lógica
Então, o menino esperto, desligou a luz da sala, a televisão e pronto. Assunto rsolvido...
terça-feira, 22 de janeiro de 2008
Coslepping
segunda-feira, 21 de janeiro de 2008
Filhos
Amigos
Toalha de banho na cabeça
- mamã, apéu!
Tenho mesmo de explicar aos meus filhos a importância de uma toalha na vida da Mamã...
Não, não é um chapéu! É um objecto de culto, uma rotina, um direito adquirido, uma memória, uma tradição. Um facto da vida absolutamente certo e inalterável.
Faz parte daquele momento em que o banho terminou, mas ainda se sente o cheiro ao gel de banho e ainda não tenho de pensar "o que raio vou fazer ao cabelo que já não tem corte nenhum, nem madeixas nem nada e não posso ir ao cabeleireiro".
Na verdade, uma toalha na cabeça é uma instituição!
Chamar-lhe chapéu é, de facto, um insulto!
sábado, 19 de janeiro de 2008
Os miúdos e as suas percepções
Outro dia encontrei-o sujo, numa gaveta, e comentei com a minha Mãe que era preciso lavá-lo e que depois o guardaríamos para o J.
O M. e P. estavam a brincar, junto de nós mas, pensava eu, completamente alheados da minha conversa.
O M. ouviu, dirigiu-se à gaveta, pegou no pato e atirou-o para o lava-loiça, para que o pato fosse lavado.
E isto faz-me pensar que os miúdos, apesar de pequeninos e mal saberem falar, estão muito mais atentos a tudo à sua volta do que eu julgava.
E faz-me ainda pensar que tenho de ter muito cuidado com o que digo quando acho que eles estão distraídos ou que não vão perceber.
Porque percebem. E o que não percebem ainda, sentem. E isso, faz toda a diferença.
Sábado de manhã
Deficiência mental?
Não....
Estou de cama, não posso sair de casa, o V. foi com os miúdos tomar o pequeno almoço e passear (que não têm culpa nenhuma das impossibilidades fisicas da Mãe), pelo que estou sozinha, a televisão não dá nada de jeito e eu estou farta de me sentir inútil...
Que saudades tenho dos meus fins de semana a quatro! Que bom vão ser os nossos futuros fins de semana a cinco!
Ontem fui a uma junta médica, que de médica não tinha nada. Fui atendida por duas senhoras de bata branca (não sei se médicas...) que nem sequer tiraram os olhos do cumputador durante os menos de 60 segundos que lá estive.
Perguntaram-me se tinha sido operada...
Sim, sim, e fiquei com a barriga inchada como se tivesse engolido meia duzia de bolas de futebol...
Se tivessem pelo menos olhado para mim de relance, viam a estupiz da pergunta...
Apeteceu-me mesmo dizer-lhes que não falo com pessoas que não olham para mim... mas como só queria sair dali rapidamente, fiz de conta que não vi. Mas também não olhei para elas uma única vez!
boa!... como se elas tivessem sequer notado!
O que tem piada nestas coisas, são as outras pessoas e os comentários que ouvimos.
Dizia um senhor, muito indignado com o facto de haver uma sala para os "pacientes" e outra para os "acompanhantes":
-Não percebo! Se venho como acompanhante, como posso ficar noutra sala? acompanhante é a pessoa que acompanha alguém. Se estou sózinho, sou acompanhante de quem? Vocês não percebem nada de português!
Não pude deixar de rir! Tinha toda a razão o tal senhor, na sua questão do português...
sexta-feira, 18 de janeiro de 2008
Fsmilia numerosa
conversa puxa conversa e disse-lhe que que também eu estava grávida.
- Do primeiro filho?, perguntou ela.
- não, do terceiro! respondeu ele...
e ela ficou pasmada...
como todas as outras pessoas que sabem que vamos ter três filhos. Até já me perguntaram se faço parte da opus dei...
Pois... não é habitual, eu sei.
Mas o certo é que nunca pensamos ter gémeos da primeira vez e nunca pensamos ter um terceiro agora.
Foi a vida que assim nos encaminhou (muito embora com a nossa ajuda...) e nós aceitamos, sem reservas.
Apesar disso, continua a ser uma ideia esmagadora, esta de ter três filhos.
Ontem, estava a fazer nebulizações ao P. e ao M. e só pensava: Meu Deus, quando forem três e adoecerem ao mesmo tempo, quando acabar de fazer nebulizações ao último, já o primeiro acordou...
E não tenho dúvidas de que todos vão adoecer ao mesmo tempo. A única vez que tive só um doente foi quando o P. teve varicela e não contagiou o M.
Não sei como... eu bem me esforcei: dei-lhe a beber pelo mesmo copo, comida pela mesma colher, nunca os separei, e ainda assim o puto resistiu!
Já sei que um dia destes vou ter de passar por outra dose de varicela com o M. ...
Tudo isto para falar nas dificuldades de ter uma familia numerosa.
Tivemos de mudar de carro (temos uma carrinha que dá para três cadeirinhas e não leva mais nada!); temos despesas a duplicar e, daqui a pouco tempo, a triplicar; para já deixamos os dois miúdos na avó (que é, literalmente uma santa) quando precisamos de descansar, mas depois não posso deixar três..., e a sociedade ainda nos recrimina por termos três filhos.
Acho que as pessoas devem pensar: Ou são loucos ou são ricos...
Pois bem, um bocadinho das duas coisas.
Mas, somos, sobretudo, duas pessoas atropeladas pelos acontecimentos e que tentamos viver com eles o melhor que podemos.
Outro dia, li exactamente isso: que só nos podem pedir que façamos o melhor que podemos. E é assim que vamos vivendo - da melhor forma que sabemos! Com a certeza de que nos amamos e que só queremos que os nossos filhos sejam pessoas felizes.
Se conseguirmos isso, seja com loucura ou sem ela, já valeu a pena.
E hoje vou a uma junta médica...
Os serviços da Segurança social andam a funcionar bem! Devem querer perceber se eu preciso mesmo de baixa.
Como se eu gostasse de estar nesta situação. Como se isto para mim fosse fácil. Será que há alguém que gosta de estar de baixa? que contorna o sistema para ficar em casa, de cama, sem sair à rua, só para não trabalhar?
Tenho muitas dúvidas...
Ninguém no seu juízo perfeito quer ficar na minha situação.
Nem há um mês estou em casa e sinto-me completamente esmagada por este peso. Por este ar que não é o de lá de fora, por esta incapacidade, por esta fragilidade que me incomoda...
Se os senhores da junta médica me chatearem muito é isso que lhes vou dizer. que se quiserem, troco com eles de boa vontade.
Vamos ver como corre.
quinta-feira, 17 de janeiro de 2008
Os meus ódios de estimação
Sou por norma uma pessoas calma, bem disposta e muito dificil de irritar, mas há coisas que realmente me aborrecem:
I) Tratarem os meus filhos por gémeos.
Eu sei que essa é uma evidência (pelo menos para já porque daqui a uns tempos, vão ser tão diferentes que ninguém vai acreditar quando eles disserem que são gémeos), mas porquê tratá-los assim?
Como se não tivessem nome próprio, identidade própria. Como se fossem um só corpo, que não são. Como se isso fosse uma doença qualquer, que não é.
São o P. e o M., são irmãos, como tantos outros, com a particularidade de terem nascido no mesmo dia. Só isso. São duas crianças lindas, não são os gémeos.
II) Tratarem-me, a mim, por Mãe.
Já me tinham avisado que isso iria acontecer, especialmente no pediatra e no colégio.
Já estava realmente prevenida, mas continuo a não gostar.
Telefono para o colégio a transmitir um recado qualquer e ouço do outro lado:
" -Não se preocupe, Mãe, nós damos o recado..."
O quê??? Então eu não tenho nome? Passo a fazer parte de uma massa anónima, tratada apenas por mãe? Já não bastava no emprego ser associada a um número, agora também sou associada a uma categoria?
Antes loira burra! Pelo menos tinha direito a umas anedotas porreiras... Agora simplemente mãe, não gosto.
Não deixei de ser mulher, filha, irmã, neta, amiga, e tantas outras coisas e ninguém me chama assim...
Porquê mãe?
Por isso, de cada vez que pego no telefone, continuo a insistir:
- daqui fala SM.
- do outro lado: Quem?
- SM. Mãe do P. e do M. M.
- AH, sim, sim, Mãe....
Pois... não adianta muito! Mas hei-de insistir tanto, que um dia hão-de ter decorado o meu nome e ainda hão-de dizer:
- P. e M., os filhos de SM.!
III) Sapatos de berloque:
Porque sim. Não gosto e pronto.
Sempre que vejo algum rapaz com sapatos de berloque, penso que dali não pode sair grande coisa.
Eu sei que é um estereotipo tão estúpido como o dos gémeos ou o da mãe, que acabei de dizer que odeio. Mas se os outros podem, eu também!
E este é o meu estereotipo.
Podiam ser os homens de bigode (Iac!) os barrigudos de cerveja (Iac, Iac), as unhas do dedo mindinho compridas (Iac, Iac, Iac), os pêlos nos ouvidos e nariz( Iac, Iac, Iac, Iac), a volta de ouro ao pescoço (ok, há algumas excepções, mas mesmo muito poucas!), mas são os sapatos de berloque!
E só de pensar que posso ter de conviver com sapato de berloque... IAC! Ainda bem que estou de cama e o máximo que vejo são as minhas pantufas com a Minie e o Mickey em declarações de amor!
terça-feira, 15 de janeiro de 2008
Nascimento
Primeiro o M., depois o P., cada um numa incubadora, cada um num hospital diferente.
Não lhes senti imediatamente amor. E acho que isso me faz diferente da maioria das mães que dizem que já amam os seus filhos durante a gravidez.
Pois. Admiro isso, mas não compartilho.
Dentro da barriga, são apenas uma hipótese. Queria (como quero agora com o J.) que tudo corresse bem, evidentemente, mas a gravidez é só um meio para atingir um fim. Tenho a certeza que seria igual com uma adopção. A gravidez, para mim, é perfeitamente dispensável.
E também por isso, quando os vi, não me senti loucamente apaixonada, como estou hoje.
Chorei quando vi o M.: gordinho, apesar de apenas 2kg de gente, com umas bochechas lindas, rosado, com cabelo, de olhos fechados - o meu ideal de bébé - e tantos tubos e tantas picadas e tantos sensores à volta - de londe o meu ideal de nascimento...
Chorei por ele. Não de felicidade mas de remorsos. Por ser minha a culpa. Por ele ser tão pequenino e estar já a sofrer tanto. Por não lhe poder dar colo. Pelo meu útero ser incompetente e eu não ter podido fazer mais nada para lhe evitar aquele sofrimento.
Quando vi o P., já tinham passado mais dias porque tinha ficado num hospital diferente e o choque não foi tão grande. O meu principe loiro de olhos azuis tinha alguns sensores à volta, mas sem tubos. Pude pegar-lhe no colo, cantar-lhe canções de embalar, dar-lhe o biberão, dar-lhe banho. Senti-lo mais próximo. E com ele já não chorei. Agradeci a Deus o milagre de ter dois filhos tão perfeitos, tão saudáveis (apesar de tudo), tão lindos.
E o amor só foi crescendo com o dia a dia, com a rotina, com a presença, com os risos, com a pele.
Hoje sou tão louca por eles que não concebo a ideia de os amar ainda mais amanhã. Mas sei, de uma certeza absoluta, que amanhã os vou amar mais que hoje, e mais e mais no dia seguinte.
Porque é uma questão de pele, de risos, de choros, de descobertas, de carinhos. De magias.
Porque o amor de mãe não se esgota. Multiplica-se em cada magia construída. E cada dia que passo com eles é um dia de magia.
Pois. Posso realmente não adorar ser mãe. Mas adoro-os a eles. E isso basta-me.
segunda-feira, 14 de janeiro de 2008
àgua
Pergunta-lhe o Pai:
- que tens no ouvido, filho?
- áua (água).
o quê??????
Estão a crescer a um ritmo assustador!...
domingo, 13 de janeiro de 2008
Com tosse, febre e dificuldade em respirar...
Ainda agora foram para a escolinha e já estão doentes! Será que vai ser sempre assim? Logo eles que sempre foram tão saudáveis!
Felizmente hoje já estão melhor. Como diria a G. "as nebulizações são a melhor invenção do século XXI".
Ontem o P. dormiu na minha Mãe (como todos os sábados), mas o M veio dormir a casa, porque estava mais doente e precisava de mais cuidados durante a noite.
A primeira coisa que fez quando chegou a casa, em vez de correr para mim, como costuma fazer, foi dizer-me: Mamo, Mamo... (Mano).
Como se me dissesse que o irmão não vinha.
E eu perguntei: "O quê, querido?
- "Mamo, vovó"
Pois, ficou na vóvó.
Depois liguei para a minha Mãe, para saber do P., e também ele andava a procura do "Mamo".
E hoje, o M, assim que acordou: "Mamo, Mamo"...
Estão tão ligados!
Estão sempre a resmungar um com o outro, mas não se largam. Tenho a certeza de que vão ser grandes amigos!
Ás vezes tenho pena de que sejam dois e não um de cada vez. Porque gostava de poder dar mais atenção a cada um deles. G0stava de não ter de me dividir tanto!
Cada um deles tem tanto para dar; tantos pormenores para descobrir...
Como disse ontem o V., "os dois juntos são como um grande prato de caviar: Há tanto, que não se dá o devido valor. Devia ser servido em pequenas quantidades..."
Claro que nós não gostamos de caviar, mas percebi a ideia e ele tem razão.
Ter dois ao mesmo tempo é tão intenso! é tão tudo!
Claro que é absolutamente fabuloso e não trocava esta minha vida de mãe de gémeos por nada, mas às vezes é demais. Apenas demais. E a dose certa era ter um de cada vez.
Fico tão triste quando se pegam por quererem os dois o meu colo ao mesmo tempo! Ou quando
me querem os dois mostrar livros diferentes! queria poder dividir-me em duas e dar tudo de mim a cada um deles...
É realmente dificil de explicar...
Porque nos outros dias, sinto-me completamente abençoada por esta dádiva. Porque não tenho dúvidas de que foi uma dávida, tê-los na minha vida. Puseram-na de pernas para o ar, mas são o mais precioso da minha vida. Eles e o V. ( e, futuramente o J.) são a minha vida. E estou encantada com ela.
Sou feliz. e todos os dias agradeço por isso.
sexta-feira, 11 de janeiro de 2008
As diferenças entre os meus filhos
Chegamos à sala e o P. e o M. começaram a ambientar-se:
O P. foi ver o barco, o avião (cai-cai), o carro, mostrou-me umas garrafas que fazem barulho, um pai natal (atal) que estava pendurado no tecto e foi descobrir mais não sei quantos brinquedos.
O M. ficou no meu colo até a educadora o chamar para fazer uma torre de legos.
Ele colocou as peças, no lugar certo, e veio outra vez para o meu colo. Voltou a levantar-se, deu um safanão na torre que tinha acabado de construir e, com o ar mais satisfeito do mundo, voltou a sentar-se no meu colo.
- Quem diria que são gémeos?
M. e os nomes
- como se chamam os meninos da tua escola?
- resposta imediata: ninos! (aos berros, não fosse eu não ouvir bem...)
- E as meninas? - insisto eu.
- ninas!
(pois claro!)
- Então com quem brincaste tu hoje? (E o puto já a pensar: Que mãe chata!)
- as pimas...
(Pode ser que assim eu me cale!)
Mas como sou mesmo, mesmo chata, continuo a insistir:
- então vamos lá repetir:
- Francisco
- M: Quico
- Inês
- M:Nê
- Afonso
- M(....) - não consigo decifrar!
- Filipa
-M.: Pipa titi
Esperto o miúdo!
Choros
Ontem ficaram a chorar. Hoje ficaram outra vez a chorar...
Não deve ser fácil para o V. que os vai deixar. Não é fácil para mim que não vou com eles.
Não é fácil para os meus Anjos que não devem perceber porque é que os deixamos com pessoas estranhas...
Eu sei que faz parte. Que todas as crianças passam por uma fase de adaptação. Que faz parte do processo de crescimento, mas custa.
As educadoras dizem que depois ficam bem. Que brincam, dormem, comem normalmente.
E quando chegam a casa vêm bem dispostos! Claro que andam mais excitados. O M., sobretudo, passa o tempo a gritar e durante a noite, também não têm dormido muito bem, mas o tempo passa e assim que a rotina se instalar, vai ser melhor. Acredito nisso. Preciso de acreditar nisso.
Esta é só a primeira etapa de um processo de autonomização que vai durar anos...
Pelo menos, espero que dure anos! Não estou preparada para filhos independentes antes dos 30 anos!...
Quem me dera não estar confinada a esta cama e poder acompanhá-los mais.
Faço um esforço para ser eu a dar-lhes o pequeno almoço e para à tarde estar na sala a recebê-los quando chegam da escola, mas isso é tão pouco!
O melhor momento do meu dia é quando os adormeço.
Primeiro conversam0s s0bre 0 nosso dia, depois canto-lhes todas as canções que conhecem desde que lhes cantava na incubadora e depois dormimos os três bem agarradinhos...
Mesmo quando o V. está connosco na cama, aquele é o nosso momento. Fico completamente ensanduichada no meio deles, cada um a tentar reclamar a minha atenção e, apesar de estar pior que sardinha em lata, cheia de calor e numa má posição, sinto-me encantada.
Porque aquele é, efectivamente, o nosso momento.
Quando o P. reclama a minha mão e a põe à volta do corpo gordinho; quando o M. agarra o meu rosto entre as maõzinhas sapudas e me diz: "oh, mamã!", quando eu estico os braços para chegar a cadsa um deles e mostrar-lhes que a mãe está alí para os dois. Quando lhes sussurro amor aos ouvidos e espero que saibam que nunca, nunca, os vou abandonar.
Por isso é que que me custa tanto vê-los tristes e não poder partilhar com eles esse momento.
quinta-feira, 10 de janeiro de 2008
O nosso jardim
Há diversas vantagens em ter uma casa com jardim. E desvantagens também: mais desarrumação; mais arrumação; escadas; mais custos; jardineiro, mais bichos pela casa e o V. a implicar com cada um desses bichinhos...
Mas as vantagens compensam. E, para mim, a maior vantagem é ter os meus principes a brincar no jardim.
Adoro vê-los a regar as flores, a molharem-se um ao outro com a mangueira, a jogar à bola e, sobretudo, a colherem a fruta directamente das árvores para comerem.
Não que tenhamos um pomar, nada disso, mas fiz questão de ter pelo menos um limoeiro, uma laranjeira e uma pereira.
Também já tenho uma tangerineira em casa da minha Sogra, à espera de transplante, mas como o V. é teimoso e não gosta muito de àrvores no jardim, ainda está no vaso à espera.
Nos dias em que os vejo brincar lá fora, sinto-me realmente feliz.
Porque sou mãe deles, porque estou casada com o V. e porque somos uma familia feliz.
Os meus homens e as suas ferramentas
E quando uma uma vez lhe pedi para abrir uma lata de pessego em conserva, abriu com um alicate e o seu amigo martelo.
Acho que isto dá uma ideia do jeito dele com ferramentas...
E agora os meus homens mais pequenos:
O M. quer desmontar tudo quanto são peças electrónicas para ver se tem "pias" (pilhas) e o P. pede-me uma colher com cabo fino para fazer de conta que é uma chave de parafusos para enfiar nos parafusos do computador que recebeu no Natal...
Será que os seguros cobrem acidentes causados pelos próprios residentes nas casas?
Desconfio que fico sem casa antes dos miúdos irem para a escola primária!
terça-feira, 8 de janeiro de 2008
Coisas de homens
- Já fui ver o teu blog.
- Sim, e então, fizeste algum comentário?
- Não, mas vou fazer.
- E que vais escrever?
- Que o Pai é muito bonito!
(sem comentários...)
o Primeiro dia -II
Quando cheguei para os ir buscar (eu sei, não devia, mas esta é uma etapa tão importante na vida dos meus principes, que não posso falhar... é um drama ter de escolher entre acompanhá-los ou ficar deitada a cuidar do J. É quase ter de escolher entre o P. e o M por um lado e o J. por outro, mas confio que tudo vai correr bem. O J. não tem culpa da minha incompetência do colo do útero, mas o P. e o M também não...) estavam os dois a brincar.
O M. veio logo a correr na nossa direcção, a pedir colo e a dar beijinhos; o P., ficou a brincar onde estava e não queria vir embora...
É bem ter chegado e tê-los visto a brincar espontaneamente, sem as educadoras à volta.
Espero que não seja só o cheiro a novidade.
É tão agridoce vê-los crescer...
carnívoros
- Vamos comer nestum!
- Não. responde-me o P.
- Não? Então que queres comer?
- Carne!
Pois então, qual era mesmo a minha dúvida?
segunda-feira, 7 de janeiro de 2008
O Primeiro dia - I
E hoje saíram de casa felizes e contentes, de mochila na mão, porque iam para a escola!
Deixei-os na sala a brincar. Gostei das educadoras e auxiliares (ao todo 4 para 12 meninos), gostei do ambiente calminho, não me custou muito deixá-los. Porque não choraram. Depois, não sei. Espero que tenham ficado bem.
Disseram-me até já, quando me vim embora...
Estou absolutamente em pulgas! Se tudo correr bem, só os vou buscar às 2 da tarde, pelo que ainda falta um bocadinho.
vamos ver. Vamos ver.
sábado, 5 de janeiro de 2008
E eu estou com tanto medo... que achem que os estou a abandonar. Que fiquem tristes, que não se adaptem, que chorem muito...
Sei lá! Tanho medo por eles.
Escolhemos um colégio bem pertinho de casa e para já só vão da parte da manhã, para uma adaptação gradual, mas mesmo assim, preferia continuar com eles cá em casa. Era bem mais seguro.
Eles são crianças tão felizes! Tenho medo que isso se transforme...
Acho que, apesar de tudo, o P. se vai adaptar melhor. A principio vai chorar mais, mas vai adaptar-se mais depressa. O M., não sei. Ele é tão apegado a nós e tão estranho com todos os outros... Um doce, mas não com muitas pessoas...
Será só medo de os ver crescer?
Não... É medo de não os proteger, medo que achem que deixei de gostar deles...
Vai correr tudo bem. Sei que vai. Faz parte do crecimento.
o carro avariado
sexta-feira, 4 de janeiro de 2008
Ser Mãe
Amo-os com uma paixão absoluta e incomensurável.
Mas nem sempre amo de paixão ser mãe. E não sei se isso faz de mim uma má pessoa. Provavelmente sim. Não é normal ouvir mulheres dizerem isto...
Mas era tão mais fácil a minha vida antes deles. Não era melhor. Era mais fácil. Agora é, certamente, mais preenchida, mais colorida, mais bonita, mais vida, mas tão mais dificil...
Como é que de repente, ainda com 33 anos, me vejo com dois filhos gémeos e um terceiro a caminho?
Como é que me meti isto? (ok, sei bem como me meti nisto, mas não representei bem as consequencias...)
É uma responsabilidade a tempo inteiro, para a vida inteira. uma responsabilidade que não posso nunca delegar nem esquecer, uma responsabilidade que muitas vezes me atormenta...
Quando o P. rachou a cabeça, pensei que ia morrer. Metaforicamente falando, claro, mas juro que nunca me senti tão frágil, tão impotente. Porque percebi que não posso proteger os meus anjos de tudo. Que há muitos factores que não consigo controlar. Que não sou um super mãe.
E é isso que realmente me assusta. De que vale a responsabilidade, se não consigo controlar tudo o resto?
Não é fácil ser mãe e a maior parte das vezes não gosto.
Mas gosto tanto, tanto deles!
do cheiro, do toque, das maozinhas que me abraçam de manhã, dos beijinhos molhados, do cabelo, dos olhares, dos choros, da respiração, de os ver dormir, de os ver brincar, de dançar com eles, de cantar com eles, de os amar. de ser a sua mãe.
quinta-feira, 3 de janeiro de 2008
Expectativas
A minha professora primaria costumava dizer-me que eu era uma aluna de craveira excepcional. E todas as outras pessoas à volta, em todas as festinhas de escola e afins me diziam que eu ia longe... e eu acreditei.
Mas de aluna de craveira excepcional na primária, passei a excelente aluna no liceu, a boa aluna na faculdade e a profissional mediana, no meu dia a dia.
Podia ter feito outra coisa qualquer, seguramente. Com as notas que sempre tive podia ter seguido a carreira que me apetecesse, mas dificilmente faria a diferença no mundo.
Porque afinal, sou muito mais terra a terra, muito mais prosaica do que sonhava quando tinha 10 anos.
Sou apenas uma advogada de uma empresa de alguma dimensão, que passa o dia a apagar fogos, mas sem salvar o mundo.
E, mesmo isso, dispensava a maior parte das vezes. Achava muito mais interessante estar em casa a fazer scones, a brincar com os meus filhos, a ter tempo para ir ao ginasio, à pintura e às compras... Como gostava de ser dondoca, a maioria dos meus dias!
E agora, com dois filhos de quase dois anos e um outro a caminho, o que eu gostava mesmo era que a minha professora primária olhasse para mim e, com a mesma fé de outrora me dissesse: És uma mãe de qualidade excepcional!
quarta-feira, 2 de janeiro de 2008
O inicio!
Neste caso, a mensagem era essa: barriga cheia de felicidade.
Bem adequada a minha barriga de então - grávida de gémeos, adequada à minha barriga de agora - grávida de mais um menino... e, espero eu, adequada a toda a minha vida futura: sempre cheia e felicidade - na barriga e no coração.