quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Eu, nós e os livros


Se há hábito que existe em minha casa que já existia em casa dos meus pais é a leitura.
É que nós liamos tudo, desde livros “verdadeiros” à revista nova gente , Maria e até bulas dos medicamentos. O lema, em casa dos meus pais era, na verdade, ler.

E eu lia. Muito. Segundo a minha mãe até lhe estraguei muitos livros em criança, ora com sarrabisco ora com páginas arrancadas.
E eu agradeço-lhe profundamente ter-me deixado criar essa intimidade com os livros.
Porque entendo que para gostar de ler é preciso ver nos livros um amigo, um companheiro. É preciso criar-se intimidade, sentir a textura do papel, cheirar-lhe as letras, os desenhos, as histórias, muitas vezes, saboreá-lo (até no sentido literal).

Em minha casa e com os meus filhos, mantive os mesmos hábitos. Temos livros espalhados por todos os cantos da casa, divididos em duas categorias: Os livros deles (infantis) e os meus .
Dos infantis, há ainda os que se podem estragar e aqueles que não se podem estragar, mas TODOS podem ser lidos e tocados.
Dos que se podem estragar há muitos que estão rabiscados, sem páginas, mordiscados, com fita cola, sem pedaços. São os que eu compro precisamente para que entre eles e os meus filhos se crie essa intimidade de que falo.
Depois há os outros (mais caros, quase sempre) que podem e devem ser lidos mas com mais cuidado.
O J., por exemplo, ainda não lhes pode tocar, mas o P. e o M. já têm a consciência do cuidado com tais livros.
E há ainda os livros da mamã quando era pequenina que estão velhos e gastos mas que são a minha paixão. O P. e o M. só agora os descobriram (estavam na prateleira mais alta) mas já perceberam que são especiais para mim e que, por isso mesmo, têm, para eles, um encanto muito particular.
Não sei se é por esta minha relação especial com os livros ou não, mas a verdade é que os meus filhos adoram ler.
Depois do jantar, entre o momento em que vão para a cama (por volta das 20.30) e a hora em que efectivamente adormecem (por volta das 22h) o P. e o M. estão nas suas camitas com muitos livros à volta (ás vezes, seguramente mais de 20), folheando uns e outros até ao sono chegar.
Por definição, eu conto uma história a cada um, todas as noites, mas depois eles contam-se, a eles próprios, milhentas histórias todas as noites.

E fico realmente feliz quando o J, que ainda não tem dois anos se aproxima com um livro na mão e me diz (o que acontece todos os dias): “contas, mãe, contas?”

3 comentários:

Mariana disse...

Há algum tempo escrevi em meu blog a importância da leitura que fazemos aos nossos filhos. Contar histórias, ler histórias e fazer histórias. E o mais importante saber a hora de parar. Parar de ler aos nossos filhos quando eles adquirem a capacidade de o fazer sozinhos pode vir a ser um grande erro. Temos que ter a paciência de esperar pela maturidade em entender o sentido das palavras. Eu leio para as minhas filhas e a minha mãe leu para mim e meus irmãos durante anos. A leitura em voz alta estimula o dialogo familiar. Ensinar os filhos a ler é uma linda missão. Parabéns

sónia, mulher e mãe disse...

Cá por casa é assim: livros por todo o lado (não há amigo da mais velha que venha cá a casa estudar que não comente "ena tantos livros"). e isso enche-nos de orgulho. Temos os livros técnicos, os para toda a família, os de apoio escolar, os de literatura e os juvenis e os infantis ... e há sempre espaço para mais um :)
Nenhum de nós adormece sem ler!
Obrigada por nos mostrares que há mais famílias assim!

SolitaFit disse...

Adoro os teus post, fico sempre tão emocionada.

Jinhos