quinta-feira, 31 de julho de 2008




O P. e o M. estão numa fase muito gira.


Dizem tudo, perguntam tudo, querem saber sobre tudo.


Á noite não passam sem uma historia, mas agora querem ser eles a contá-la. Sentam-se na cama, e lêem os livros, ou antes, as imagens: Era uma vez um barco, uma menina que nadava com os peixes, etc...


É mesmo engraçado!


Estão também na fase de largar as fraldas.


Ou melhor: de eu tentar que larguem as fraldas...


Mas hoje, pela primeira vez pediram-me para fazer cócó na sanita.


E este crescimento não deixa de me comover.


Coisas tão básicas como ir à sanita não deixam de ser surpreendentes em meninos tão pequeninos...


Não vai ser um processo rápido, mas está a ir. Devagarinho.


E temos uma espécie de combinação: Se tiverem a fralda sequinha, dou-lhes muitos beijinhos; se não tiverem, não há beijinhos.


Então, de cada vez que têm a fralda sequinha, levantam a carita: Beijinhos, mãe. A mamã está contente?




Tão imensamente lindos!


A chuva marota


Hoje de manhã, já no carro, começamos a conversar:
Disse-lhes eu:
- Hoje está a chover filhos.
Respondeu o M.: Está, Mãe e está frio.
Disse o P: - A chuva é maôta... (até eu perceber que ele queria dizer marota...)

quarta-feira, 30 de julho de 2008

As Môcas...


Ontem, os miudos já estavam preparados para o seu ultimo dia de escola, quando reparei que o M. tinha uma borbulhita no braço e pus-me a olhar com alguma atenção.
Perguntou-me ele:
- O que é, mãe?
- é uma borbulhita, M.
- foi, um bicho?
- foi, filho.
- Foi uma môca que mordeu o baço do M., foi Mãe?

As gotas de chuva


Hoje de manhã estava um tempo um bocadito aborrecido, parecia que estava a chover.
Quando levei os miúdos para a cozinha, para tomarem o pequeno almoço, ouvi o M.:
- Oh mano, está a chovê!
respondeu o P.: não está, mano.
- Está, está! oia lá pa fóia, pá janela! insistiu o M.
- Não está, mano! Não tem gotas de chuva!

Como estes meninos me encantam...


Nota: A minha Mãe é que não deve achar muito, agora que fica com eles toda a tarde...
Ainda bem que estou a trabalhar!....

Mais conversas


Uma das brincadeiras favoritas dos mues filhos mais velhos é regarem-se (literalmente) com a mangueira.

Eu deixo um bocadinho mas depois digo-lhes para pararem porque gastam àgua e molham tudo à volta...

Num destes dias em que lhes disse que a brincadeira tinha terminado, ouvi a seguinte conversa:

P:, abre mano, abre a torneira...

M: O M. não pode...

P: Pode, pode, abre!

M: Não pode, a mamã não deixa...

P. Abre, mano, não faz mal...

M: M. não abre. abre o P.

(e foi-se embora)...



Como é que uns putos que ainda não têm 2 anos e meio já têm esta noção de mandar o outro fazer o que querem, para não se ralhar com ele mas com o irmão????


depois, quando dou uma surrita nos dois, ainda tenho de ouvir:

- Não foi o P., foi o Mano

- Não foi o M., foi o mano...


Vai ser bonito, este crescimento....

terça-feira, 29 de julho de 2008




Quando os deixo na escola, dou-lhes sempre um beijinho antes de sair.
Antes era uma coisa demorada, com abraços e tudo, mas desde que vieram de férias e começaram a choramingar, o processo passou a ser mais rapido, com beijinho na cabeça e toca a andar...
A verdade é que as coisas normalizaram já há muito tempo, mas continuei com este processo rápido, até porque estou sempre atrasada para ir trabalhar...
Ontem, quando os deixei, outra vez o beijinho rápido na cabeça, mas o P. pediu-me mesmo um beijinho, pelo que o abracei, dei-lhe uma beijoca mais demorada e saí.
Tinha dado uns três ou quatro passos quando ouvi o M. a chorar desalmadamente. Corri para trás e perguntei:
- O que foi, filho?
- Quero um beijo, mamã... (muito choroso)

Claro que o enchi de beijos e abraços e pedi-lhe milhões de desculpa...


Tão, tão mimadinho este meu filhote...

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Os meus três mimos


O meu benjamim está cada vez mais bonito.


Um poço de ternura, de meiguice, de docura. de calma. de Paz.


O P. e o M.nunca foram assim. São muito doces, mas nunca foram tão tranquilos, tão pouco exigentes.


Este meu filho é mais uma prenda dos céus para mim, para nós, para a nossa vida.


Nunca fui de me apaixonar à primeira vista. Nem por homens, nem por amigos, nem por filhos. As coisas, comigo, vêm com o tempo. Com a pele, com as trocas, com a vivencia.


E com essa troca de pele, amo, hoje, incondicionalmente, o J. Tanto quanto o P. e o M.

São os meus sonhos de bebés!

Histórias do fim de semana

I. Contou-me a minha Mãe que o M., a meio do jantar que estava a correr lindamente, começou a chorar. Assim, do nada, sem explicação nenhuma.
Perguntou-lhe a minha Mãe:
- M., o que te está a dar?
- O fanico, respondeu....

O quê????
Eu nem utilizo esta expressão! Onde é que ele foi buscar isto?????


II. Este fim de semana, o P. e o M. descobriram uns bonecos que tinha arrumado, que são um homem e uma mulher da Jamaica: Negros, muito cabeludos, com roupa colorida e um charuto na boca.
Disse-me o P:
- Olha Mamã, a menina está a comer um gelado!

... adoro esta inocência!...

sexta-feira, 25 de julho de 2008

O M. e a lua

- Oh Mãe, quero ver a lua, disse-me o M. quando, num dia destes, vinhamos de carro.
- olha para a frente, M. A lua (que não era lua, mas o sol em final de dia) está mesmo ali no céu.
silencio (em contemplação)
- de repente, as nuvens cobriram a lua:
- A lua fugiu, mãe! O M. quer a lua!
- Não fugiu, M. está atrás das nuvens...
- Está escondida????

Porra...



Outro dia o M. estava a chatear o P., a puxar-lhe o cabelo e o P. já lhe tinha dito para estar quieto.


O M. continuou a insistir, pelo que lhe disse o P.:


- Porra, mano, está quieto!




Será que eu utilizo muito esta expressão????? Eu achava que não, mas se calhar...

Quarto novo


Chegou a mobilia nova e o P. e o M. andam entusiasmadíssimos com as "camas novas que a mamã comprou a uma menina".

O quarto ficou giro e como as camas são grandes, estão mais à vontade, o que dá imenso jeito no Verão.

Claro que o quarto ficou um bocadito apertado, considerando que decidimos fazer um só quarto para os três miúdos, mas antes apertado que ter de decidir qual deles separar para um outro quarto.

Assiml pelo menos calor humano não falta!

Nesta fase o J. ainda dorme no nosso quarto, mas depois das férias estou a pensar também mudá-lo.

Já dorme mais ou menos a noite toda, adora ver os irmãos e é uma forma de eu e o V. voltarmos a ganhar o nosso espaço.

Vamos ver como corre!

terça-feira, 22 de julho de 2008

Ameças em vão

O P. e o M. acordam, por norma, antes das 7 da manhã. A nossa rotina é chamarem por mim e eu meter-me na cama com eles por mais uma meia hora, até irem para o quarto brincar.
Hoje, foi o P. que me chamou.
E lá fui eu, absolutamente ensonada, enroscar-me no corpo dos meus principes.
Passados alguns minutos o P. queria brincadeira. Eu, obviamente, não queria nada a não ser dormir...
Como ele não se calava, disse-lhe:
- Estás a fazer asneiras, as mamã vai-se embora...
Respondeu-me ele:
- Está bem, vai embora!...
E eu, apesar de cheia de sono, consegui pensar:
- O quê????? E respondi: não filho, a mamã está bem aqui...

....Já tenho de ter cuidado com o que digo! O miúdo pensa que é gente e já não vai de ameaças....

domingo, 20 de julho de 2008

Hoje, a caminho de casa, no carro, o J. estava com muito sono e por isso vinha a chorar. Como somos muitos, o banco de trás do carro é todo ocupado com cadeiras de bebés, pelo que não dava para eu ir ao lado do J.

Assim, ia falando com ele, do lugar da frente e quando me virei para trás, para ver se tudo estava bem, vi o M. e o P. a embalarem a cadeirinha dele, que vai no meio dos dois.
Fiquei absolutamente enternecida com aquele mimo, aquele carinho tão gratuito, tão sincero...

O certo é que o J. se calou... Disse-me o M.:

"- O bebé J. calou-se, mamã. Foi o M.!




Ele orgulhoso por ter acalmado o irmão, eu orgulhosa com o meu quadro familiar mais que perfeito...

Às vezes penso que os meus filhos vivem numa bolha cor de rosa. E é verdade. Vivem mesmo. Mas eu, ou especialmente eu, também vivo. Nesta bolha cor de rosa pintada com risos de tantas cores....
E são momento como este que enchem a minha barriga de felicidade e fazem esquecer o desespero de dona de casa-profissional-mulher-amante-amiga-professora-costureira-jardineira-(...) sem tempo e muitas vezes sem vontade que que tanto teima em aparecer no meu dia-a-dia...

sexta-feira, 18 de julho de 2008

As guerras com o Xixi


Andamos ás voltas com o xixi e o cócó na sanita.
A minha Mãe diz que começamos tarde, que já devia termos começado há uns meses atrás, mas é um processo tão aborrecido, que sempre fui adiando...
E sempre com a ideia de que este seria O VERÃO...
Não sei se vai ser...
Fazem na sanita quando lhes digo para lá irem, mas raramente pedem e quando o fazem, o xixi já vai a meio das pernocas...
Outro dia, estava já meio chateada porque o P. fez cócó na fralda sem me dizer nada.
Quando percebi, lá o levei á casa de banho e disse-lhe que estava triste com ele.
passado um bom bocado, estavamos a jantar no jardim e ele pediu para fazer xixi.
Fez e eu dei-lhe um beijinho.
de imediato me perguntou?
- E agora mamã, está contente?
...
Como se pode resisitir a um pergunta destas?????

Por outro lado, ontem quando cheguei a casa, estavam em casa das primas. Fui buscá-los e a minha cunhada referiu que o P. tinha feito cócó no jardim (andavam na piscina, sem cuequitas, foi mesmo fácil...).
Eu fiz cara de má e disse-lhe:
- P., isso não se faz! A relva não é uma sanita...
Respondeu-me ele:
- O P. é um cão, mamã....

E é assim. Educa-se um miúdo com todo o cuidado, para depois ouvir que ele é um caozinho...

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Manhãs não


Há manhãs, como as de hoje, em que me pergunto como posso ter três filhos. Ou antes: como posso ser mãe de três filhos.

Porque às vezes não é, definitivamente, fácil...

O J. acordou às 3.30h e não quis dormir mais até ás 6h. Ele não quis e eu não consegui, porque querer, queria muito...

Às sete acordaram o P. e o M., mas o P. estava num dia não, com muito choro por nada e por mais nada. Só porque sim.

Depois, não queriam que a minha Mãe os ajudasse. Tive de ser eu a vesti-los, a dar-lhes o pequeno-almoço, a calçar os sapatos, a pentear o cabelo, a lavar a cara... e já atrasada para uma consulta no médico...
Chegaram ao carro, e queriam comer cereais... A minha Mãe teve de por cereais numa tacinha, mas com mais choro pelo meio.
Entretanto, quiseram colo, sujaram-me a camisola que, no meu atraso, nem tive tempo de mudar...
conclusão, miúdos á força no carro, baba e ranho, o J. com fome porque ainda não tinha tido tempo para lhe preparar o leitinho e eu completamente aborrecida por não estar com mais paciência para eles...

Há realmente dias em que a minha vocação não é, de todo, ser Mãe.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

A crescer


O P. e o M. trouxeram da escola um CD com um filme feito pelas educadoras com uma série de fotografias que retratam o seu dia-a-dia desde que lá chegaram.
Tão, tão fácil deixar uma mãe à beira das lágrimas...
Com fotografias de miúdos sujos de comida, alegres com brincadeiras traquinas, no recreio, na salinha, com bonecos, numa corrida de carocóis (iac!!!!), com as mãos na gelatina e nos bolos, com muitos meninos, em teatrinhos, no carnaval, em muitos risos sinceros e felizes.
É uma ternura olhar para eles. Ver que cresceram. Que eram tão bebés em Fevereiro e agora já tão crescidos...
Uma ternura de quase fazer chorar.
Amo-os de todo o coração, como nunca pensei ser possível.
Com aquele tal amor que não foi à primeira vista, mas que cresce todos, todos os dias. O tal amor de pele que se cola como a humidade e não sai. Está entranhado, enlaçado, entrançado, sei lá!
Um amor que gostava de saber transmitir em palavras, mas não consigo.
Amor, apenas.

A multiplicação é maior que a divisão.




O J. está cada vez mais bonito e interactivo.
Já dobra as gargalhadas, tem muitas cócegas e ri-se para qualquer pessoa que lhe faça um mimo.
Adora atenção, colinho, mimos e beijinhos.
Parece-me um bebé feliz.
Faço por isso, apesar do pouco tempo que resta para dividir por três filhos...
às vezes não consigo deixar de imaginar como seria se só tivesse um filho. A imensa atenção e disponibilidade que eu teria para ele...
Mas evito pensar muito nisso.
A minha, a nossa realidade é esta. Três filhos. Três irmãos. Todas as exigencias a triplicar, todo o tempo a dividir por três. Não é uma equação com um resultado bonito, mas a vida não é matemática.
E apesar de ser certo que as exigências são a triplicar, tentoo que a minha atenção e a minha disponibilidade também sejam. Sempre com cedências, com arranjinhos, com encontros onde a maioria das pessoas veria desencontros, mas acho que conseguimos.
E acredito que o saldo é claramente positivo. O que os miúdos ganham por ter, cada um deles, dois irmãos, é francamente superior ao que perdem por ter de dividir atenções.
ganham em alegria, em companheirismo, em histórias de vida, em risos, em abraços, em beijos e em mimos.
Ganham em familia, em lços, em referências. em Amor.
Pelo menos, é aquilo em que eu acredito.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Confesso que não sei bem como lidar com esta ingenuidade doce dos meus filhos.
São, como diz a minha Mãe: meninos da mamã.
Terroristas, enérgicos, curiosos, teimosos, mau feitio, mas doces como potinhos de mel.
Incapazes de levantar a mão a outros meninos, de lhes responder na mesma moeda.
Ainda ontem, um menino puxou o cabelo ao P. e ele não soube responder. Ficou triste e veio contar-me:
- O menino puxou o cabelo ao P.
- E tu que fizeste, filho?
- O P. chorou...

E o que respondo eu a isto? Sei que estão à espera de uma indicação minha sobre como reagor nesta e noutras situações, mas sinto-me incapaz de os orientar.
Porque passo o tempo a explicar-lhes que não devem bater um no outro, que devem ser amigos e fazer miminhos.l.. como posso mudar de discurso para as relações com os outros meninos?
Mas também não quero nada que sejam "morcões". Que não se saibam defender....
Sei lá!
Tarefa dificl esta de ser Mãe

quinta-feira, 10 de julho de 2008

O Senhor Lei

A escola dos miúdos não tem parque de estacionamento. Por isso, sempre que os vou levar de manhã estaciono em segunda fila e espero que a polícia (localizada só um bocadinho á frente) feche os olhos a esta e mais não sei quantas mães desesperadas...
Hoje, mais uma vez, estacionei em segunda fila. Quando fui tirar os miúdos do carro olhei para o lado e vi que estava um polícia mesmo ao lado, em cima da sua mota. Olhei para ele no esboço de um sorriso, mas não obtive nenhuma demonstração de simpatia em troca...
O que fazer? Nada. Já estava estacionada e estava, por isso, tirei os miúdos, sempre a falar baixinho (sei lá... falar alto pode dar lugar a "multa"...) e pu-los no passeio.
Quando saéram e deram de caras com o polícia, foi a alegria total:
- O senhor lei, Mãe, o senhor lei... (em uníssono e bem sonoro)
- O quê???? perguntou o polícia incrédulo...
- É o Senhor Lei do Noddy - respondi eu...
- E tem mota! Repetem eles...
- Disse-lhes eu: Já disseram bom dia?
- respondem eles (outra vez em uníssono): Bom dia, Senhor Lei!...

Acho que depois disto, nenhum Sr. Lei tinha coragem de ser mau connosco, certo????

E a verdade é que o Sr. agente só teve tempo tempo para dizer:
- Então tenham um bom dia, meninos...

Bem ao estilo do Sr. Lei do Noddy!...

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Os meus filhos e a igreja

Os meus filhos mais velhos têm muma relação curiosa com a igreja. Não no sentido católico mas no sentido de edifício propriamente dito. Apesar de não irmos nunca à igreja, excepto em situações de casamentos, comunhões, batizados e outras festas do género.
Apesar disso, dizia eu, passamos muitas vezes perto de igrejas, nomeadamente sempre que os levo à escola, uma vez que na mesma rua tem a igreja onde forma batizados.
E de cada vez que passamos numa igreja é a loucura total. Especialmente o P. fica histérico:
- uma igreja, uma igreja! sino! cruz!...
Tanta histeria com o assunto, um dia destes a minha Mãe levou-os a uma igreja. Viram o jesus na cruz, fizeram umas perguntas e a minha Mãe respondeu-lhes que o Jesus estava a dormir.
depois disso, todos os dias, à ida para a escola, a conversa é a mesma:
- Oh mãe, a igreja!
- sim, filho...
- a porta está fechada!
- está, filho...
- o Jesus está a nanar!
- está filho...
Hoje, invariavelmente, a mesma história, com uma alteração:
A porta estava aberta.
Neste caso, a hsiteria foi minha:
- Estão a ver, P. e M, a porta da igreja hoje está aberta! Até se vê um candeeiro lá dentro!
Resposta pronta do P.:
- Sim, mamã, o Jesus está acordado!

.... claro! se estivesse a dormir não precisava da luz acesa!....

terça-feira, 8 de julho de 2008

Tudo ao léu

Hoje, a meio da noite, acordei com o P. a chorar por mim.
Fui a correr ao quarto e perguntei-lhe:
- o que foi filho?
- o P. está ao léu...
- o quê??????
Conclusão da mãe incrédula: tinha os pés descobertos...

segunda-feira, 7 de julho de 2008

O meus filhos e as "meninas"

Como a minha Mãe foi operada às varizes, optamos por, nestes primeiros dias, para não a sobrecarregar, mandar os miúdos mais velhos, depois da escola, para o escritório do V.
Lá têm, para além da minha Sogra, mais 4/5 colaboradoras que estão sempre com imensa paciência para eles e ajudam a entretê-los.
É, por isso, com imensa piada, que quando lhes pergunto onde vão (sabendo que vão para o escritório do Pai), os ouço dizerem:
- vamos às meninas....

Pois! começam cedo!...
Diz-me hoje o P.:
"- O P. é pequenino, não chega ao céu..."

Mas há-de chegar! Ao céu, à lua, às estrelas, onde ele quiser!
Lindo, doce, olhos cor de mar. O meu principe que adora colinho, mimos, que me bate quando eu não o ouço: "mãe, oh, mãe...." e que arrasta o corpinho para o lado enquanto me convida a entrar na cama, para o meio dele e do M. : entra, mamã, entra...

Ainda não chega, mas há-de chegar ao céu. Ele e os meus outros dois meninos lindos. Na bola de sabão que construi para eles e que os há-de acompanhar sempre...

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Noites mal dormidas


Outro dos estragos das nossa férias são as noites.
Como em férias dormíamos todos na mesma cama, agora voltarem a dormir a noite toda na cama deles tem sido uma luta...
Uma luta até mais comigo do que com eles porque na verdade, não são nem muitos chorosos nem muito rezingões.
São meigos. E é com essa meiguice que me dizem: "quero dormir na outra cama. Na cama da Mamã..."
Depois chamam-me várias vezes, mas nunca para reclamar. Pedem um beijo ou um abraço, ou que aconchegue a manta, mas sem choros, sem grandes dramas.
E é precisamente essa a razão da minha luta.
Porque sempre fui e continuo a ser defensora do coslepping. Os miúdos não dormem connosco por uma questão de espaço, de comodidade, de temperatura corporal, sei lá. Não dorme connosco porque era fisicamente impossível ter cinco pessoas na mesma cama e nós agora somos cinco!
Por isso, num dia tão bom como qualquer outro, algures em Janeirol creio, decidi que iam passar a adormecer e a dormir na cama deles.
Assim se fez e correu lindamente. Histórinha, beijoca, luz de presença e soninho....
Mas agora, querem sempre voltar à minha cama. Sem choro. Apenas com meiguice. Por isso, é fácil dizer-lhes que não. Que aquela é a cama deles, que a mamã dorme com o papá, e eles ficam sossegados até adormecerem. E por isso é tão, tão dificil o meu coração dizer-lhes que não. A minha vontade (e sei que a do V. também) é pegar neles e enrolá-los no nosso corpo, abraçá-los enquanto dormem, segredar-lhes mimos ao ouvido...
Nunca o faço. Porque racionalmente entendo que estaria a andar para trás num processo muito bem encaminhado. Não pelo coslepping, de que sou adepta, mas pela perda de comodidade, de intimidade, de espaço.

Pena que o coração nem sempre acompanhe o que a cabeça racionaliza...

Doçuras sem travessuras




Ontem, quando cheguei a casa, a minha Mãe e a minha Sogra tinham estado a dar banho ao P. e ao M. É uma tarefa que eu gosto de guardar para mim, mas ainda não consegui arranjar uma logística suficientemente boa para dar banho aos três miúdos, jantar e tê-los na cama antes das nove, por isso é, para já, o que se pode arranjar...
Estavam então já a sair do banho, o P. ao colo da minha Mãe e o M. no chão. Como iam começar a descer as escadas, dei beijinhos aos dois e perguntei ao M.: - queres colinho?
Ele atirou-se logo para o meu colo, mas desci apenas dois degraus, porque me disse a seguir:
- Não, mamã, põe o M. no chão.
- Porquê filho?
- A mamã não pode, é pequenina....
- ???? Pode pode, filho, a mamã dá colinho para descer as escadas!
- Não, a mamã é pequenina, não pode. O M. vai a pé....

E com esta doçura e cuidados imensos que são inatos e constantes, o meu doce filho quase leva o meu coração às lágrimas.

Tão, tão, imensamente doce!

O primeiro dia de regresso ao emprego

Segunda-feira foi o meu primeiro dia de regresso (não ao futuro....) ao emprego.
Quando me vi, de manhã, sozinha, com três putos, todos a chorar por um motivo distinto, o P. e o M. a fazerem birra para não tomarem o pequeno-almoço, o P. a acabar por cuspir-me o iogurte para cima (apanhando, no seu raio certeiro, a roupa do irmão que achou imensa piada), e sairmos todos de casa amarrotados, descabelados e com muitas manchas na roupa, pensei:
- Que bom voltar a trabalhar!Finalmente livre destas pestes ambulantes!

Mas depois, ao longo de todo o dia, tive saudades. Do J. De lhe dar banho, de o ter perto sempre que queria, de assistir ás primeiras papas... De ir buscar o P. e o M. à escola. De irmos todos para o jardim brincar ou só passear... E claro que esqueci, durante este meu delírio saudoso, das birras, dos choros, das gritarias, das àguas e comidas entornadas, dos brinquedos espalhados, das bolachas esmigalhadas, dos conflitos....

Logo que cheguei a casa, fui a correr dar-lhes um beijo e disse-me o P.: - O mano hoje chorou à porta de casa. queria a mamã....

E, como é evidente, todo o meu saudosismo se concentrou naquele momento, naquelas palavras, na culpa de mãe que não está em casa para ir buscar os filhos ou, ao menos, para os receber em casa...

Dei-lhes muitos e muitos beijinhos, abraços e brincadeiras para colmatar um dia inteiro de ausência. Que não é suficiente.

E, depois, nova onda de birras, de choros, de gritarias, de àguas e comidas entornadas, de brinquedos espalhados, de bolachas esmigalhadas, de confiltos....

E uma vontade enorme, sempre a crescer, de que o dia terminasse e pudesse de novo ir trabalhar, apesar de descabelada, amarrotada e cheia de manchas!

- Ciclo estranho, este de Mãe...

Regresso à rotina atribulado


Não devia ser permitido ter filhos que choram. Nem haver Mães que assistem a esse choro...
Na verdade, o nosso regresso de férias não tem corrido bem, no que toca à retoma de rotinas.
Desde que chegamos que o P. e o M. ficam a chorar na escola. Eu sei que não é nada contra a escola, até porque só choram à minha saída e passados uns momentos já passou, mas custa tanto deixá-los!!!!
Hoje o M. já não chorou e o P. acalmou-se rápido, mas mesmo assim não tem sido muito fácil.
Quando pergunto: - Vamos para a escola? invariavelmente respondem: - Não mamã. Piscina! avião....
Não é nada contra a escola. É a favor das férias, da piscina, de muita atenção, muito Pai e Mãe...
Estou mesmo ansiosa que as coisas retornem à normalidade...