terça-feira, 24 de julho de 2012

Este blogue foi uma especie de medicação de libertação lenta, para mim.
Expurguei por aqui mágoas, partilhei memórias, histórias de mim e dos meus principes mais que tudo. 3 anos de pura paixão. screvi muito. Gosto de escrever. Alguns textos de que gosto, outros nem por isso. Mas todos, sem excepção, foram escritos com muito carinho...
Conheci gente. gosto de pessoas boas. gente que me acompanhou, que me embalou em noites frias, que se riu, comigo, das minhas/nossas aventuras.
Hoje, termino.
Nao faz já muito sentido... parece uma outra vida, uma outra eu que nao esta.
Portanto, de hoje em diante, escreverei por outras paragens. Se nos quiserem seguir, a mim e a eles, enviem-me um mail para scunha74@gmail.com e eu envio convite. Para quem terminar aqui esta viagem connosco, fiquem bem! Nós estamos bem. Crescemos, evoluimos, sofremos um bocadinho ás vezes, mas estamos juntos e felizes. o P. e o M. vao para a primária em Setembro, estão grandes e independentes. Lindos de morrer. o J., do alto dos seus 4 anos, continua lindo e traquina, o mais bebé e ainda muito colado à mae.
Obrigada por terem feito parte da nossa vida!
Beijos a todos:)

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Um destes dias tive a minha primeira experiencia de voluntariado.
É certo que já tinha sido voluntária, nos tempos de faculdade, num hospital de crianças, mas esse foi, apesar de tudo, um voluntariado mais confortável.
Apesar de estarem envolvidas crianças, não estava numa ala com crianças que estivessem de facto em sofrimento e eu ia lá dar-lhes o que melhor sabia fazer: brincar.
Este voluntariado é mais desconfortável. Implica sair do quentinho de casa para uma rua despida, escura e fria. E chuvosa, naquele dia
É mais deconfortável porque se encontram pessoas que podiam ser os nossos colegas do lado, os nossos vizinhos, nossos pais e amigos.
Pessoas, algumas delas, com aspecto "limpinho", tido como "adequado". Gente que perdeu muito, mas nao a dignidade.
Gente que pede nao um pão mas uma lámina de barbear.
Gente sem rumo, de olhos vazios.
Ainda nao sei bem se será este ou outro tipo de voluntariado. se será com esta ou com outra associação. Mas sei que é preciso fazermos, todos, alguma coisa. Que é preciso que nos envolvamos, que deixemos os nossos lugares confortáveis em prol dos outros.
Nao sei bem como, mas sei que é algures por aqui

Dos cabelos

O P. para o J:
 - J. queres que te faça uma crista no cabelo?
 - J.: nao! achas que ia ficar giro, achas?

O M. para o P:
 - Porque é que nao quiseste cortar o cabelo, P? eu o J. já cortamos...
 - P: olha bem para mim M! nao vês que fico mais bonito com o cabelo assim grande?

terça-feira, 8 de maio de 2012

Das pessoas que perdi

Das que imerecidamente morreram. Com dor, todas. Com sofrimento, todas. Com lágrimas e cansadas. Seguramente com vontade, no fim, de partir.
Uma saudade imensa, sempre. Que me acompanha todos os dias, mesmo quando o nao digo. raramente o digo, na verdade. Mas aqui, sempre. Esta saudade, este lamento. Este queixume nao porque os perdi, mas porque se perderam. porque queriam cá estar que eu sei.
muito mais pobre sem vós. Eu e o mundo.
(nao me esqueço do dia em que cada um de voces morreu. E em cada data aniversária do vosso nascimento, envio um beijo ao céu, recheadinho de sorrisos e de novas historias para vos contar)

Saudades

Nota especial de mae babada

E o J., do alto dos seus quatro anos, já anda tão bem de skate:)

Dia da mae

Foi um dia perfeito. Como serão, certamente, todos os dias das maes passados com os seus filhos e as suas maes.
Foi assim o nosso. Partilhado com maes de tres gerações e respectivos filhos.
Almoçamos perto da praia, fomos brincar na areia e em seguida ao teatro. estivemos juntos e é isso que mais importa.
Sei que há dias menos bons e que todos os dias são cansativos. Nao há, na verdade, outro modo de o dizer: Podem ser dias bons, mas são sempre dias cansativos. Há até dias (e noites) em que parece que toda a energia nos é sugada...
O ponto positivo é que é uma energia de corpo e que nos sobra a energia da alma. E afinal é esta que conta, nao é?
Foi, por isso, um dia de alma cheia. Terminado com pernas cansadas, mas coração imaculado.
Este coração de mae preso por tres fios invisiveis aos seus pequenos principes

terça-feira, 10 de abril de 2012

De cada vez que os olho estão maiores.
Calças e camisolas curtas, cabelo mais comprido, mãos cada vez menos de bebé.
o J. continua com rosto de bebézinho é certo, e continuo a chamá-lo de meu bebé, mas sei que o é cada vez menos.
O P. e o M. apredenderam esta semana a andar de bicicleta sem rodinhas e parece que nunca fizeram outra coisa na vida...:)
Engraçado vê-los crescer. perceber que estão bem, que são meninos bem formados, meninos bons.
Medo de os perder, ou de que eles percam este lado de meninos bons, ao longo da sua caminhada.
Atenta para os ajudar a crescer em generosidade, equilibrio e bom senso. Eu a crescer também, com eles.
Estamos bem. Mais maduros enquanto familia, mais juntos que nunca, mais seguros de nós. Felizes.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

os buracos da lua

Há dias em que eu acho que, apesar de todas as pedras, sempre soube caminhar.
Juro que continuo, todos os dias, a tentar ser melhor. A tentar não falhar a ninguém. A tentar ser amiga de todos quanto me parecem precisar. Tento, todos os dias, fazer mais e melhor.
E de repente, nunca basta. Nunca é suficiente e há sempre tantas coisas que não faço bem.
Há dias em que acho que, por causa de todas as pedras, vou ser mais forte.
Até quando?
Até quando vou cair e levantar-me?
A capacidade de resistência, a capacidade de sofrimento diminui claramente com a idade. Em vez de se criarem barreiras, criam-se buracos…
(oh, S., sim, tens razão: há dias em que o coração tem tantos buracos…)

E das coisas boas:

- mamã, quando eu um dia tiver uma filha vou chamá-la de S.


(há lá declaração de amor mais bonita?)

Escrito no infeliz dia da tua morte

Se houvesse um tristómetro para medir a tristeza ao longa da vida, seguramente seria este o segundo dia mais triste da minha vida. Já tive outros dias tristes. Dias bem tristes até. De desilusão, de perda, de frustração, de medo, de desilusão, de insegurança. Mas hoje, é só tristeza por tristeza. Tristeza de dor. Que me impede de pensar em soltar lágrimas…
Mas não são estas que me preocupam. Alías, nem sequer me preocupam as lágrimas da minha alma… Preocupa-me mesmo é a tua ausência! Preocupa-me ter-te perdido…
Preocupa-me que nos tenhas deixado.
E entristece-me de morte que nunca tenhas sido feliz tanto quanto merecias…
Oh… que orgulho teres feito parte da minha vida. que orgulho teres tocado a minha com a tua existência. Que privilegio ter-te acompanhado sempre…
Que fiques em paz, princesinha… anjinho do meu coração…
(e como te disse antes de ontem, vou lembrar-nos sempre crianças, a atravessar a correr campos de feno, de cabelos soltos e a rir muito!

(oh… obrigada por teres cuidado sempre tão bem de mim em crianças… desculpa se te falhei…)