segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Dias menos perfeitos


Dias com vida. Dias reais.


Antes de ter filhos, achava que sabia o que eram dias perfeitos. Daqueles em que me levantava às horas que queria, ia até á praia, passava a tarde enroscada no sofá a ver filmes atrás de filmes. Eram, sem dúvida, dias tranquilos. Em que tinha tudo o que queria e preocupações absolutamente nenhumas. Em que ninguém dependia de mim e podia passar o dia inteirinho a preguiçar ao sol, a ler livros e comer gelados.


Hoje, os meus dias perfeitos são aqueles em que chegamos ao fim e sobrevivemos. Juntos. Os dias em que, sendo muito embora menos perfeitos, sabem à nossa existencia. Têm, muitas vezes, cheiro a terra e a ranho, sabor a lágrimas e mau feitio, mas têm, sobretudo, o nosso sabor e o nosso cheiro. dos nossos corpos unidos, ainda que separados.

São os dias em que subo três vezes as escadas com cada um dos meus pintainhos ao colo a dormir e em que penso que os meus 45 quilos nao chegam para aqueles corpos já tão crescidos, mas em que os deito e fico a contemplá-los como se nunca tivessem deixado de ser bebés.

São os dias em que, mesmo correndo menos bem, terminamos a rir e com a alma feliz.

Os meus dias perfeitos, hoje, são, apenas os dias em que os meus amores estão comigo e estamos bem.

E isso, só isso basta para ter a barriga cheia de felicidade.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

E, nos entretantos...


Os meus pais tiveram um casamento bom. Nao era perfeito no sentido de se entenderem a proposito de tudo, de nao haver discordâncias entre eles, mas foi um casamento perfeito no sentido do amor. Tenho a certeza que, até ao momento em que o meu Pai morreu, os meus pais estavam apaixonados um pelo outro. Lembro sempre, com muita ternura, todas as vezes que em eu brincava com o meu pai a dizer que uma qq actriz ou apresentadora era muito gira e ele me respondia sempre, de forma absolutamente sincera e convicta, que nao chegava aos calcanhares da minha Mãe.

Imagino que tenham passado por momentos menos bons. Nao recordo grandes discussões, mas lembro troca acesa de ideias; diferenças acerca de projectos e do modo de gerir a vida comum, mas sei que sempre concordaram no mais importante: No amor que sentiam, no amor que tinham pelas filhas, na crença que tinham num projecto de vida comum.

Acredito, nao sei se só por isso, mas seguramente muito por causa disso, no casamento. E acredito também em amores que duram o tempo de uma vida.

Acredito em projectos comuns, acredito em vontades, acredito em pessoas.

Casei a acreditar que o meu casamento seria para o resto da vida, muito embora com a percepção de que poderia nao ser.

Acreditei num projecto que acabou por ter um fim. Mas, apesar disso, foi um bom casamento. Enquanto foi. E, também por isso, continuo a acreditar no amor para sempre. E no casamento. Na partilha de duas vontades que serão sempre mais que a soma das partes. Continuo a acreditar que as relações se alimentam. De conversas, de mimos, de memórias, de pequenas atenções. Acredito que as relações são assim tipo as mantas de retalho: Vão-se construindo pedaços que, por si só valem muito pouco mas que, unidos por um fio, se transformam numa manta forte e protectora.

Acredito na construção de memórias nos momentos bons, que sirvam de paliativo nos momentos menos bons.

Acredito, sobretudo, nas pessoas. Na suas vontades e nos seus corações. E, desculpem-me lá os menos românticos, acredito mesmo no amor. Em almas que, nao sendo perfeitas, se completam nas suas imperfeições. Em almas que se querem partilhar, que querem o melhor de si para dar ao outro, que querem viver em si e no outro. Que, nao desistindo, querem ser mais pelo outro, que acreditam e têm vontade de ultrapassar as dissonancias em direcção à harmonia.

Que acham que o melhor do dia há-se ser o momento em que se encontram e que pensam no noutro sempre com ternura, respeito, companheirismo e saudade. Almas que, encontrem-se onde e como se encontrarem, hão-de sempre reconhecer-se, porque o seu caminho era esse e nao outro.

Just like "porque era assim que tinha de ser"

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Interpretação literal

Ontem o M. estava adoentado.
Disse-lhe eu: M., vem à mamã que vou ter se tens febre.
Ele - Nao tenho nao, Mamã, porque a A., já me tirou a febre!
Eu: - Sim? como filho?
Ele: - Pôs o termometro debaixo do meu braço e disse que me ia tirar a febre...

(LOL)

Feliz nos novos dias que começam

Nao há momento mais perfeito do que aqueles em que acordo com o som dos homens da minha vida.
Feliz por existirem. Feliz por nos amarmos. Feliz por, com eles, sentir a verdadeira alegria de um dia a começar. Feliz por nos termos encontrado (sim, porque nao acredito que tenha sido um acaso....).
Feliz. Feliz! (...)

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Eu...

... a descobrir pedacinhos novos do meu coração, todos os dias.

Acordar de bem com a vida

E hoje de manahã, ao acordar, o J.:
- acorda, minha fofinha...

:)

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Porque o meu coração se alimenta de outros corações (quentinhos e bons, com castanhas assadas)


Este nosso fim de semana ultimo foi especialmente bom e comevedor, por todas as pessoas que dele fizeram parte.


Sábado fomos jantar a casa da tia G, e Tio M., tios e padrinhos do V. que há muito adoptei como meus no coração.


Estava com tantas saudades que lhes telefonei a convidar-nos para jantar:)


Tão bom revê-los, tão bom abracá-los, partilhar do calor da lareira acesa, reflexo no nosso proprio calor.


Gosto deles. tanto, tanto... Porque há familia que se escolhe sim. E eu escolhi esta há muitos anos atrás...


Domingo, fizemos o que eu gosto de fazer: Juntar amigos. Nao todos, mas muitos. Amigos mais antigos, amigos mais recentes, todos e cada um deles com um lugar muito particular no meu coração e na minha/nossa vida.



Éramos muitos, com muitas crianças, muita desarrumação, muito barulho, choros de bebés e gritos histéricos de brincadeiras, mas felizes. Numa tranquilidade q se sentia no meio de toda aquela confusão.


O meu coração, sereno. em paz. Com três principes a partilharem desta serenidade.


Eram oito da noite, e tinha a mesa da sala cheia de crianças a comerem sopa:) Ver a minha casa assim tão cheia, enche-me a alma.


No fim, cansada (sim, este fim de semana o meu corpo, pela primeira vez em muito tempo, decidiu ceder ao cansaço, nao sei bem porquê) mas imensamente feliz. E, se todos os meus finais de dia forem como o de ontem, serei sempre a mulher mais feliz à face da terra.

Com uma felicidade serena, como diria a querida S...


sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Quem semeia ventos, colhe tempestades...

Eu para o J., que estava a mexer numa das minhas caixinhas de musica:
- J., já te disse que essa caixinha é da mamã e que nao lhe podes mexer porque estragas...
O M., em defesa do irmão:
- Então porque é que tu podes mexer nas nossas??????

(um dia, ainda alguém me vai explicar bem a vantagem de educar filhos com ideias próprias e respostas prontas...)

Pois... e porque nao? Venham mais cinco!

Hoje, na ida para a escola, o M:
- Mamã, podemos ter outro bebé na nossa casa?
- Outro, filho? A mamã já tem três!
- Mas eu queria outro para eui brincar a assim eramos quatro...
- Querias outro irmaozinho filho?
- Nao! queria uma irmazinha....

(E é oficial: A loucura é contagiosa:))

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

E como se o meu dia nao estivesse já a correr menos bem, ao deixar os miudos na escola, diz-me uma mãe (que por acaso é bem simpa´tica e que por acaso também tem três filhos):
- Tenho de lhe enviar uma fotografia dos seus filhos na natação, que tirei quando fui ver a aula deles... estão tão giros..."

Odeio mães perfeitas. ODEIO!!!!!!

(e pronto... acho que a partir deste momento, vou tentar ficar um bocadinho menos mau feitio...)

Recomeçou a dar o "Glee".

E eu, que acho a história uma historieta, sem nada de grande interesse, gosto mesmo de ver. Ou antes: Gosto mesmo de ouvir. Vai daí, ontem já passava da meia noite e eu, em vez de dormir, estava a ouvir cantar o New York da Alicia Keys, numa versão estranha mas mesmo gira...

É... gosto mesmo de música:)

Em dia de pessimismo absolutamente anormal


Há dias em que um calmantezito ia tão bem...

Começamos o dia com o J. a partir um candeeiro, para além de todas as pegas entre irmãos e birras e gritos habituais da manhã. E com uma dor brutal de cabeça e uma paciencia anormalmente baixa.

É em dias como estes que eu consigo perceber um bocadinho a vontade de desistencia de rotinas complicadas.

É em dias como estes que eu percebo que o nao encantamento, o nao glamour das minhas/nossas rotinas diárias, de mãe e filhos que se levantam, vestem, tomam pequeno almoço, gritam, babam, sujam, resmungam, puxam orelhas, choram, caem, arrumam, desarrumam, voltam a gritar e a resmungar, podem assustar.

Estas são as nossas circunstancias. São a nossa vida diária. Que se compõe, em equilibrio, com beijos, mimos, abraços, convivencia, pic-nics no chão, histórias e canções, pernas e mãos entrelaçadas, brincadeiras, corridas e segredos. Mas é uma vida que se equilibra, verdadeiramente, no amor que temos uns pelos outros e que, por ele, nao nos deixa desistir. Nao nos deixa afugentar.

Dizia-me ontem, um colega da pós-graduação que me telefonou a meio do acto de deitar os miudos, que me achava uma heroina:)

Eu? Eu??????

Tão pouco heroina...

Faço, apenas, o que de melhor sei fazer na vida: Viver. Nao desistir. Amar. É nisto que eu sou verdadeiramente boa. Em nao desistir. Em ver o lado bom de todas as coisas. Em agarrar-me à vida e ao amor que sinto pelas e nas pessoas de quem gosto.

E sei, de uma certeza absolutamente segura, que esta é a nossa vida. os nossos dias e as nossas noites.

Com momentos muito bons e outros assim assim. Sempre momentos nossos que nos fortalecem enquanto pessoas individuais e enquanto familia que se quer bem.

Eu sei que nunca vamos desistir uns dos outros. Sei que nunca vou desistir desta minha familia que me aconteceu.

Mas a verdade é que o facto de já, uma vez, terem desistido de nós enquanto familia(independentemente de culpas que nao estou a atribuir nem de vontades de regresso que nao estou a considerar), faz-me pensar, em manhãs como a de hoje, se esta nossa vida nao terá sempre de ser assim. Só nossa. Para que mais ninguém venha, um dia qualquer, a desistir de nós (é que, cá para nós que ninguém nos ouve, acho que não iamos aguentar...).

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011


Adormeceres e acordares. Com chuva e com sol. Com mimos, risos e sabor a chocolate.

Gosto.

Caixa de música

E se eu nao puder ser mais nada, acho que uma caixinha de música está bem para mim...

E os passos que andam em frente são os que nos levam o vento. naquela brisa suave de Março. Logo depois das chuvas que antecedem os primeiros raios de sol, daqueles com cor de arco iris que aquecem o corpo e a alma (...)

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011


Às vezes, com medo dos meus passos.

Que me levem demasiado em frente. Ou que fiquem presos atrás.

Dificil definir o equilibrio entre o que se anda e o que se pára. Ou voltar para trás.

Raio de tempo que veio sem instruções...

Ontem tive uma reunião em Lisboa e acabei por chegar a casa já perto das 21.30h. Passei na MacDonals e quando cheguei tinha os meus tres terroristas na cama com a minha irmã.

Ora, em vez de lhes dar um beijinho de boa noite, o que fez aqui a mae galinha?

Pic-nic no quarto:)

Montamos uma toalha no chão do quarto, batatas fritas em cima de um guardanapo e humburguer e ice tea partilhados a 4 bocas:)

Posso ter ficado assim ligeiramente com fome, mas o coração ficou bem mais cheio... tão bom regressar a casa.

Depois disto, meti-me na cama com eles (explusando a titi pr o outro quarto - sorry...), cantamos canções de embalar e adormecemos os quatro de mãos e braços entrelançados.

Tão doce o regresso...

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011


Diz-me o M. que tu estás na lua e nas estrelas.

Sem ninguém lhe dizer nada. Mas foi ouvindo conversas aqui e ali e tirou as suas proprias conclusões.

Perguntou-me, outro dia, se tinhas morrido a sério. Se nao tinha sido como nos livros e nos filmes.Se tinha sido mesmo, mesmo a sério...

respondi-lhe que sim. o P. quis saber como, se tinhas sido atropelado... Tentei ser o mais verdfadeira possível, de um modo que consigam entender.

E ontem, disse-me o M. que estás na lua e nas estrelas...

Miudo esperto, sabes?

Porque nao há, em todo o mundo, outro sitio onde possas estar.

Saudades tuas.

Beijos até ao céu




Começamos o ano como deviamos: juntos e felizes.



Fizemos um jantar em nossa casa, onde recebemos alguns amigos de quem gostamos muito e os meus principezinhos portaram-se lindamente, tendo ficado acordados até à hora do brinde:)



Depois, dia 01, novos amigos em nossa casa. Outros, mas igualmente de coração.



E jardinagem...



Começamos o ano com sementes de tulipa. As da Mariinha (tal como prometido, aqui fica foto) e as que trouxe ano passado da Holanda, que entretanto já se multiplicaram.



Estivemos a plantar e a regar os bolbos. No fundo, no fundo, a preparar a nossa primavera que, acredito, há-de ser radiosa e cheia de flores...

E finalmente, no dia 02, outros amigos. E castanhas assadas numa tarde quente. de mãos e de alma.

A todos, que o vosso ano 2011 seja MÁGICO!