sexta-feira, 27 de junho de 2008

coração cheio de mimo




Guardo muitos bons momentos das nossas pequenas férias, mas o que recordo com mais carinho foi um daqueles finais de manhã em que o V. estava com o P. e o M. no parque infantil e eu tinha ido fazer outra coisa qualquer ao quarto. Quando voltei fui ter com eles ao escorrega e eles, quando me viram, vieram a correr para mim com os braços abertos e o P. disse:


- corre, corre p'ra mamã...


encheram-me de beijinhos e o coração de mimos....

Licença de maternidade a terminar




Estou quase, quase a terminar a minha licença de maternidade... Segunda-feira volto ao trabalho.
Volto com um misto de tristeza e de ansiedade.
volto com pena de perder tantos e bons momentos com os meus filhotes, mas com a certeza de que vou chegar a casa menos cansada do que ando agora...
Será possível desejar ir trabalhar para descansar????
Penso sempre no meu terno dilema enquanto estava a trabalhar: à segunda-feira só queria que chegasse a sexta; ao domingo de manhã já estava ansiosa que fosse segunda...
Pode não ser politicamente correcto dizê-lo, mas ter três filhos e viver em função deles, cansa!
Ainda hoje, fui levar os mais velhos à escola e em seguida fui passear com o J. Cheguei a casa só a tempo de me vestir para ir almoçar à minha sogra. voltei a casa, dei banho ao J., arrumei umas roupas e fui buscar o P. e o M. à escola. Fui com eles ao S. Pedro da Afurada andar nos carrocéis e comer um gelado, fui buscar a prima C. para passar o fim de semana connosco e já cheguei a casa em cima da hora para dar a sopa ao P. e ao M. (já nem tive tempo de lhes dar banho). Jantamos, dei o leite ao J., deitei todos na cama e fui dar um jeito (só mesmo um jeito...) à cozinha...
Bem, tenho os pés a doer e só quero meter-me na banheira com água bem quente...
Acho que os meus dias vão ser bem mais fáceis a partir de segunda-feira!
E tenho tanta certeza disso como do facto de ir ter saudades desta vida cansativa de mãe dondoca...

Pára, mâe!...

Sei que os meus filhos estão definitivamente a crescer quando, ao dar-lhes banho, me dizem:
- Pára, mãe, já chega!
(...pois... já só falta recusarem os meus abraços e beijinhos...)

quarta-feira, 25 de junho de 2008

As nossas férias


Fomos para a Tunisia.
Ano passado escolhemos a Republica dominicana, mas ir de férias com dois miudos é uma coisa e ir de férias com três, outra completamente diferente...
Além disso, o preço para um casal com dois bebés é completamente diferente de um preço para um casal, uma mãe (sim, porque sem a minha Mãe a palavra férias perderia todo o significado...), duas crianças com mais de dois anos e um bebé.
Um dos inconvenientes de ter mais de dois filhos é que não se encontra nenhum hotel que aceite, num só quarto, três crianças, pelo que, para termos dois quartos, não há dúvida que a Tunisia apresenta preços muito mais interessantes....
A acrescer, a viagem curta (pouco mais de três horas) e a cultura de um povo já muito ocidentalizado, orientaram a nossa decisão final.
E que dizer sobre a viagem?
bem:
para além de um atraso de 4 horas no voo para lá, um atraso de 1he30m para cá e de o V. ter rachado a cabeça á saida do avião, tendo apanhado três pontos no hotel, a sangue frio, correu tudo lindamente.

Claro que é uma aventura ir de viagem com três miúdos tão pequenos. Claro que todos outros hospedes ficavam a olhar para nós num misto de incredulidadade, pena e admiração, mas valeu a pena.
Pela felicidade dos miúdos mais velhos, pelo tempo de qualidade passado com todos, pelas primeiras gargalhadas do J., pelas experiências que vamos guardar, por termos estado juntos.

E até a directora do hotel nos veio dar os parabéns e dizer que os outros hospedes comentavam que os meus filhotes se portavam muito bem...

Pois... com três filhos tão pequenos não conseguimos passar despercebidos! rapidamente somos o centro das atenções!

E os miúdos são realmente amorosos. O P. e o M são terroristas, birrentos, geniosos, teimosos, muitas vezes mal mandados, curiosos, "mexeriqueiros", mas amorosos.
Lindos de morrer. E até com alguma ingenuidade.

Não miúdos de bater ou de tirar os brinquedos das outras crianças. Muito pelo contrário, se lhes tiram os brinquedos, ficam tristes, mas raramente respondem com violencia.
São crianças muito doces, muito mimados, e o J. vai decerto ser assim também.
Já é muito risonho, acorda sempre bem disposto, dá gargalhadas, gosta muito de conversar, adora atenção... Lindo de morrer também!

Não deixo de ficar admirada com os bebés lindos que tenho.
Podia ser discurso de mãe babada, e é... mas não é só isso. Os miudos são realmente bonitos.
Amá-los-ia do mesmo modo ainda que não fossem, mas são.
Lindos e meus filhos. Meus anjos. Meus amores.

terça-feira, 24 de junho de 2008

Outro acidente....

Voltamos de férias.
Fomos, divertimo-nos e já voltamos. Soube a pouco. Muito pouco...
Mas como há muita novidade para contar, vamos começar pelo início, ou seja, pelo antes de férias e pelo acidente de carro que tive.
Como já passou, não há muito para dizer ou lamentar. Apenas para comemorar: o facto de estar viva e de ter podido partilhar estas férias com os meus meninos lindos.
Desta vez, o acidente não foi por descuido, desleixo ou falta de jeito (a condução não é, de todo o meu forte). Foi simplesmente porque adormeci ao volante. Vinha já de uma reunião em Vigo, pela autoestrada e quando dei conta, acordei com o barulho do carro a bater nos rails (será assim que se escreve???). Felizmente, devia vir devagar e não vinha nenhum outro carro por perto, pelo que só houve danos no meu carro, sem consequências de maior.
E depois disso, só consegui pensar não no azar que tive por mais uma porcaria de um acidente, mas na sorte que tive por mais uma vez ter ficado bem...
E pensei nos meus três bebés que vivem, neste momento, numa bolha cor-de-rosa, num mundo perfeito que, de um momento para o outro, podia terminar...
Como tudo correu bem, é passar à frente que atrás vem gente, e ler o próximo post, sobre as férias que acabaram de acontecer!

domingo, 15 de junho de 2008

Não é nada fácil senti-los a crescer. A tornarem-se menos dependentes de mim, a querem experimentar, fazer, saber, perguntar, a porem em causa, a viver....


Ainda hoje lia na Pais e filhos que se deve deixar os filhos fazer sozinhos aquilo que podem, sem a nossa intervenção...


E pensei exactamente nesse artigo quando ao vertir-lhes o pijama, o M. quis vesti-lo sozinho.


Foi com um misto de orgulho e de sentimento de perda que o deixei puxar os calções, que o vi tirá-los de novo porque tinha enfiado as duas pernas no mesmo lado e que apreciei aquele sorriso lindo do tamanho do mundo ao dizer-me:


- O M. conseguiu, Mãe!


Tão, tão lindo o meu filho.


O mais dependente de mim, de nós, das pessoas em geral. Mas também o que mais tem vontade de fazer as coisas sozinho.


"O M. faz; O M. ajuda; O M. consegue; O M. sabe, O M. busca; O M. encontra...



O P. gosta mais de ser bebé. Tem uma voz de menino mimado e adora dizer: " O P. é pequenino, não chega... dá colinho, mamã..."



É um anjinho loiro de olhos azuis (ou verdes, depende do dia) com muito mimo e alguma safadeza. Lindo, lindo...

A crescerem todos os dias e eu todos os dias a vê-los crescer....
Desde ontem decidi que o J. tem de começar a adormecer sozinho tambem.
Até agora tem adormecido ao colo, mas já está na hora, acho eu, de começar a adormecer sozinho.
Por isso, ponho-o na caminha com um ursinho com luz e musica (que já serviu para os irmãos) e espero que adormeça. Ontem correu bem. Hoje, mais ou menos. Mas é um processo de tentativa e erro.
Como o é a eduação em geral.
Também está a cescer. Quase sete quilos de gente, a iniciar amanhã as papas lácteas.
Com uma beleza perfeita, uma pele perfeita, um sorriso perfeito. O meu bebé perfeito.

A crescerem todos os dias e eu todos os dias a vê-los crescer...

Sem vida social nocturna

É verdade que os miúdos raramente saem à noite. Durante a semana vão para a cama por volta das 20.30h e ao sábado, que podiam eventualmente ir mais tarde, jantam e dormem na minha Mãe, pelo que não têm nenhuma vida nocturna.
Hoje, porém, fomos jantar a casa de uns tios do V., para ver o jogo de futebol de Portugal e à vinda para casa, todos os candeeiros das ruas estavam, naturalmente, iluminados.
Disse-me o P. quase histérico:
- luzinhas! festa! uma festa grande, Mãe!
E começaram, ele e o M. a bater palmas....

Estão mesmo a precisar de sair mais de casa á noite....

Meninos bonitos saem à Mãe!


Temos por hábito tomar o pequeno almoço fora de casa aos domingos de manhã.

Quando está bom tempo mas sem ser Verão, vamos à praia, em Gaia; quando está bom tempo mas é Verão, deixamos a praia congestionada e vamos ao Palácio; quando está mau tempo e não temos outra solução, vamos ao centro comercial.

Hoje, com esta chuva, foi o que aconteceu - fomos a um centro comercial onde pelo menos podem andar nuns parques infantis e nas piscinas de bolas....

Depois, ao subir as escadas rolantes, vinha eu com o P. ao colo, e duas senhoras que vinham atrás de mim, estavam a comentar:

- que lindo menino! tão bonito... (etc...)

Claro que me senti na obrigação de olhar para trás para agradecer e assim que o fiz, disse uma das senhoras:

- ah, sai à mãe!...

- YES !!!!!!!

sábado, 14 de junho de 2008




O P. tem andado adoentado, com dores de barriga e alguma diarreia.


Hoje, depois de ter sujado os calções, disse à minha mãe:


- avozinha, o P. está todo borrado...




Notas:
a) Aprendeu os diminutivos, por isso usa-as a torto e a direito, mas é delicioso ouvi-lo de manhã:


- bom dia mãezinha...


b) continuam com a mania de que são jogadores de futebol... falam deles próprios na terceira pessoa....


Bébé J. a crescer

O meu principe J., ou bebé J, como lhe chamam os irmãos, está a crescer. Ri-se muito, tem dois dentes a nascer e palra imenso...
Gosta muito de atenção, de conversa, de brinquedos (já os puxa e mexe neles como se estivesse mesmo a brincar), já tem manhitas (já conhece bem o colo...), adora ver os irmãos, estar de pernoca à mostra... é um querido.
Dorme a noite toda, mas faz muita birra de sono...
É um bébé sereno e parece-me feliz.
Mais um anjo que me caíu no colo....

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Dilema de mãe de três putos rapazes: limpo ou não limpo?

Tenho um grande dilema:
limpo ou não limpo o dito cujo dos meus filhos depois de fazerem xi-xi na sanita?
Eu tenho limpo sempre, porque me faz impressão o pingar da coisa, mas segungo o N. marido da G e pai de outros dois putos, não é assim que se deve fazer... è ensiná-los a abanar e pronto!
????pronto?????
E então as manchas nas cuequitas?!?
Eu sei que agora isso não se põe porque há a fralda a seguir, mas e depois?
E as infecções? e o cheiro? e as alergias?
Será que os machos não pensam nisso?
Claro que o V. concorda com esta teoria do abananço (desde que não em demasia), mas como não é ele que os põe na sanita, ainda não consegue influenciar...
como é: limpo ou não limpo?
Ai se shakespeare aqui estivesse, as dissertações que ele faria sobre este meu dilema....

Características


Já não me bastava a novidade de escrever num blog, agora já recebo desafios e tudo!
Este foi da Belita (obrigada!) e do menu conta que tenho de enunciar cinco caracteríticas que melhor me definam.
hum..., vamos lá ver:
A primeira coisa de que me lembro é:
Estar de bem com a vida. Acho que isto conta como característica, não? Acho que sou efectivamente uma pessoa positiva, bem disposta. De bem com a vida.
segundo:
Forte - não tenho muito a dizer sobre isto. Sou forte porque sim, porque preciso de ser e porque não sei ser de outro modo, muito embora ás vezes canse...
Amiga - deve ser porque estou de bem com a vida. Não quero mal a ninguém e estou sempre disponível para ser amiga de quem merece
... ufa.... Já não tenho muitas mais coisas....
então vá:
Faladora - se não falo, canto...
Mãe - apesar de não gostar que isso me defina e achar que não me define como pessoa, na verdade, desde que o sou, que está entranhado em mim. Não será uma característica, antes um estado de alma, mas vai ter de servir porque não me lembro de mais nada... além disso, sendo mãe de três miúdos, acho que posso usar-me disso para alguma coisa!

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Frases que ficam

a)Disse o M. ao meu colo, numa ida ao Jardim zoológico da Maia, ao ver um rinoceronte:
"- Tem medo, mamã!"

- Como é que ele sabe o que é o medo?

b) O P:
- Dói a barriga, mamã....

Boa... finalmente sabem queixar-se!

c) Hoje, enquanto conduzia e o M. me pedia bolachas, disse-lhe o P:
- A mamã está a conduzir, mano!

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Serralves em festa


Serralves esteve em festa e o Porto inteiro também, pelo menos a avaliar pela quantidade de pessoas que por lá andava...


Nós, claro, também fomos!


E como numa das historinhas que eu conto ao P. e ao M. há uma cena de um pic-nic e eles acham sempre imensa piada à palavra, resolvi fazer um pic-nic para que percebessem o que era.


Aproveitei e convidei as minhas sobrinhas para irem connosco, pelo que foi um verdadeiro dia dedicado a miúdos!


Correram, sujaram-se, brincaram, caíram (o M. escorregou no lago), comeram um gelado, viram patos, mexeram na àgua, saltaram em cima das primas e do pai, cansaram-se. Estavam encantados.


O J. também gostou. Pelo menos passeou e até ficou com um ar levemente avermelhado, do sol que não apanhou directamente mas que andava a circular por entre as árvores...




Claro que não participamos em nenhuma actividade.


Para além de ainda serem pequenos, a verdade é que o que eu mais quero é parar num sitio qualquer e, literalmente, estacionar....


Não é nada fácil passear com três miúdos de colo....




Por isso mesmo, paramos num sitio debaixo de uma àrvore, onde havia sombra, e só saí de lá directamente para casa....




Foi bom, é certo, mas tão cansativo...


Estou ansiosa por voltar ao trabalho, para ver se descanso....

O nosso primeiro passeio de barco


Não faço a mais pequena ideia de quem era o Murphy, mas não há dúvida que tinha razão na formulação da sua lei... Se o pão cair no chão, vai ser seguramente do lado da manteiga e se escolhemos uma fila quando vamos de carro no transito, ela vai ser seguramente a mais lenta e atrasada...

Como não há duvida de que assim é, hoje decidi ir andar de barco com os miúdos e, como é evidente, escolhi o único barco que se atrasou...

Mas vamos ao início:

Desde que começou o bom tempo que tenho tentado aproveitar ao máximo o meu tempo com os meus filhos, antes que tenha de ir trabalhar outra vez!

Por isso, o meu programa de hoje previa uma ida à ribeira de Gaia com passeio de barco incluído (daqueles curtinhos, que só visitam as pontes e demoram cerca de uma hora).

Quando lá chegamos, por volta das 15.45h, escolhemos um barco que supostamente partia ás 16.00h. Mas às 16.30h, avisaram-nos que o barco estava atrasado... (que novidade, como eu ainda não tivesse percebido, com dois putos irrequietos a gritarem pelo barco e outro que estava a começar a ficar com fome...). Às 16.45h, ainda nada de barco e o P. e M. cada vez mais ansiosos...)

Perguntei ao senhor dos bilhetes que me garantiu que o barco estava a chegar e que eram só mais cinco minutos...

E realmente, passados uns 15(!) minutos o barco chegou. Mas com ele chegou também o comandante a dizer que, afinal, o barco só podia partir às 18h!


No entretanto, não sei quantos turistas a reclamar, a pedir a devolução do dinheiro, um vendedor de bilhetes histérico que não tinha mais explicações a dar e nós a ver navios (mas daqueles pequeninos, estilo rabelo...)


Isto foi demais até para mim que tenho muita paciência, e lá pedi também o reembolso do dinheiro, pensando em voltar outro dia.

Mas as expectativas dos meus principes já estavam criadas e o P. desatou num berreiro de fazer doer o coração, sobretudo porque eu sabia que ele tinha razão...

A mãe tinha prometido que íam entrar no barco que tinha acabado de chegar e afinal nada...

Por isso, lá fomos nós procurar outro barco e, felizmente (porque o Murphy nem sempre tem razão e nem tudo corre mal), estava mesmo a sair outro barco. Compramos os bilhetes e entramos no novo barco a correr, para grande felicidade dos miúdos, que adoram barcos mas só os conheciam de longe...


Depois sim, foi uma hora bem passada, com muitas ahs! de admiração, tendo os meus marinheiros de água doce caído na cama á noite como três ratinhos (sendo certo que, neste caso, foram mesmo os primeiros a abandonar o barco...)


terça-feira, 3 de junho de 2008

Na idade dos porquês

Uma das novidades deste fim de semana foi a entrada do P. na fase dos porquês...
Ainda nem sabe sequer dizer bem o "poquê", mas repete-o vezes sem conta...
Será possível? Tão cedo?
A idade dos porquês não é mais tarde?
Não estou mesmo preparada para lidar com isto tão prematuramente.... e em dose dupla!

Nota: Não há uma pílula qualquer que os impeça de crescer?....

Os cheiros e as memórias


Sou uma pessoa de cheiros. E de afectos. E de cheiros que lembram afectos.
Hoje, mais uma vez, a magia da Baixa. dos cheiros das lojas, das recordações das ruas, das evocações das memórias.
A lembrar-me, hoje, de uma amiga de toda uma vida com quem perdi o contacto há mais de dois anos.
Não pela distância fisica (vivemos até muito perto), mas pela distância da intimidade. Que se perdeu sem eu saber como. Apenas se perdeu.
Acho que por algum tempo ambas fizemos um esforço para que essa intimidade se reavivasse, para que os laços se não perdessem, mas a partir de um dado momento, deixou de fazer sentido.
Podia ligar-lhe, claro. Ou simplesmente ir lá a casa, mas isso também deixou de fazer sentido. Porque tenho saudades das amigas que fomos, não das amigas que eramos nestes últimos tempos ou poderíamos ser agora.
Tenho sobretudo saudades dos tais cheiros.
Dos lanches com copos enormes de leite com chocolate e bolo acabado de fazer (a mãe dela, de quem já nem lembro o nome, fazia bolo todos os dias...), das tardes de cinema a ver o carteiro de Pablo Neruda e outros, dos poemas escritos a duas mãos, dos tempos do grupo coral a cujos ensaios faltavamos às quartas feiras à noite para ver o Sherlock Holmes, das missas dos domingos de manhã, das ruas que calcorreávamos sem destino, das horas que passávamos ao telefone (o meu pai costumava dizer que mais parecíamos namorados...), das mensagens subliminares que trocávamos... da amizade sem esforço que todos os dias mantinhamos.
Não sei mesmo como isso se perdeu. Sempre nos imaginamos velhinhas a beber chá no magestic!
E hoje, lembrei-me dela duas vezes:
Ao passar por uma loja em Santa Catarina, onde costumávamos dizer que íamos gastar o nosso primeiro ordenado (nenhuma de nós fez isso, porque a moda das peles, felizmente, passou!) e ao entrar numa outra loja onde já não ia há muitos, muitos anos...
Nem sabia se ainda existia... Mas existe. E é uma loja onde iamos muitas vezes. Uma espécie de drogaria que chamávamos de "loja das coisas e loisas".... nem sequer sei o nome... cheira a velho, mas um velho confortável, familiar... Tem lá de tudo: plásticos, fracos, caixas, sacos de presentes de todos os feitios e uma série de utilidades que não se encontra em mais lado nenhum.
Comprei coisas que não eram indispensáveis, mas que fazem sempre jeito. E fiquei com aquela sensação boa e marga de saudades.
Desses tempos de intimidade, de despreocupação, de sonhos e projectos.

Não há centro comercial que tenha estes cheiros! Que possa evocar estas lembranças...
Eu e a magia dos cheiros das ruas do Porto!...

segunda-feira, 2 de junho de 2008

A sinceridade dos filhos

Claro que tinha de me esquecer de alguma coisa num fim de semana com dois putos planeado em cima de hora...
E uma das coisas de que me esqueci foi da escova do cabelo dos miúdos.
A solução foi usar a minha escova, ao que eles acharam imensa piada...
O P., numa das vezes em que eu o pentei, decidiu pentear-me em seguida: Passou a escova pelo meu cabelo e depois, numa análise sincera e isenta do seu magnifica trabalho, disse-me: "mamã linda!" (o que não vale ter filhos!...)
Em seguida, e ainda com a escova na mão, pôs-se á procura do Pai:
- O pai?
- está no banho, respondi.
- P. qué pentear papá!
- O papá está no banho, filho...
Ele pensou um bocadinho e respondeu-me:
oh! papá não tem cabelo!... e foi embora a rir-se...


As vantagens e desvantagens da sinceridade dos filhos: vantagem para mim, desvantagem para o Pai!

semi-férias em fim de semana

Fomos de fim de semana a quatro. Custou-me muito deixar o J., mas não temos ainda a capacidade para lidar com três filhos tão pequenos mas com exigências tão diferentes e ainda ter tempo para gozar um fim de semana.
Se já assim viemos mais cansados do que fomos, se o J. também tivesse ido, nem nos conseguiriamos levantar hoje...
De todo o modo, ele ainda não liga muito e é bom para o P. e o M. passarem algum tempo só connosco. Para que possamos reafirmar-lhes que o irmão não lhes veio tirar o lugar...
Complexos de culpa de mãe à parte, foi muito bom. Cansativo, claro, mas bom.
O sitio é optimo e aconselho a quem tem crianças.
Chama-se hotel rural maria da fonte, fica em Póvoa do Lanhoso e tem uma vantagem enorme face a vários outros locais: piscina interior. Para além da piscina exterior (que não nos serviu de muito...), cavalos, cães, porcos, galinhas, carneiros, uma horta, um campo de futebol sintético e uma grande proximidade com o Gerês do meu coração.
Foi a segunda vez que lá fomos e planeamos voltar.
Histórias?
Imensas...
De risos, de cumplicidades, de muita água chapinhada, gargalhadas, passeios, jantares ruidosos, novas descobertas e muitas gotas de piscina trocadas...

Foi sobretudo bom para relembrar a proximidade entre Pai e filhos.... Ultimamente o tempo não tem sido muito e os miudos ressentem-se sempre da falta de tempo... especialmente quando estão habituados a esse tempo...

A repetir, sem dúvida!

Mas antes, as férias que estão quase, quase a chegar! E aí, sim, com a familia completa e com felicidade completa!