terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Em dia de pessimismo absolutamente anormal


Há dias em que um calmantezito ia tão bem...

Começamos o dia com o J. a partir um candeeiro, para além de todas as pegas entre irmãos e birras e gritos habituais da manhã. E com uma dor brutal de cabeça e uma paciencia anormalmente baixa.

É em dias como estes que eu consigo perceber um bocadinho a vontade de desistencia de rotinas complicadas.

É em dias como estes que eu percebo que o nao encantamento, o nao glamour das minhas/nossas rotinas diárias, de mãe e filhos que se levantam, vestem, tomam pequeno almoço, gritam, babam, sujam, resmungam, puxam orelhas, choram, caem, arrumam, desarrumam, voltam a gritar e a resmungar, podem assustar.

Estas são as nossas circunstancias. São a nossa vida diária. Que se compõe, em equilibrio, com beijos, mimos, abraços, convivencia, pic-nics no chão, histórias e canções, pernas e mãos entrelaçadas, brincadeiras, corridas e segredos. Mas é uma vida que se equilibra, verdadeiramente, no amor que temos uns pelos outros e que, por ele, nao nos deixa desistir. Nao nos deixa afugentar.

Dizia-me ontem, um colega da pós-graduação que me telefonou a meio do acto de deitar os miudos, que me achava uma heroina:)

Eu? Eu??????

Tão pouco heroina...

Faço, apenas, o que de melhor sei fazer na vida: Viver. Nao desistir. Amar. É nisto que eu sou verdadeiramente boa. Em nao desistir. Em ver o lado bom de todas as coisas. Em agarrar-me à vida e ao amor que sinto pelas e nas pessoas de quem gosto.

E sei, de uma certeza absolutamente segura, que esta é a nossa vida. os nossos dias e as nossas noites.

Com momentos muito bons e outros assim assim. Sempre momentos nossos que nos fortalecem enquanto pessoas individuais e enquanto familia que se quer bem.

Eu sei que nunca vamos desistir uns dos outros. Sei que nunca vou desistir desta minha familia que me aconteceu.

Mas a verdade é que o facto de já, uma vez, terem desistido de nós enquanto familia(independentemente de culpas que nao estou a atribuir nem de vontades de regresso que nao estou a considerar), faz-me pensar, em manhãs como a de hoje, se esta nossa vida nao terá sempre de ser assim. Só nossa. Para que mais ninguém venha, um dia qualquer, a desistir de nós (é que, cá para nós que ninguém nos ouve, acho que não iamos aguentar...).

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