segunda-feira, 21 de maio de 2012

Um destes dias tive a minha primeira experiencia de voluntariado.
É certo que já tinha sido voluntária, nos tempos de faculdade, num hospital de crianças, mas esse foi, apesar de tudo, um voluntariado mais confortável.
Apesar de estarem envolvidas crianças, não estava numa ala com crianças que estivessem de facto em sofrimento e eu ia lá dar-lhes o que melhor sabia fazer: brincar.
Este voluntariado é mais desconfortável. Implica sair do quentinho de casa para uma rua despida, escura e fria. E chuvosa, naquele dia
É mais deconfortável porque se encontram pessoas que podiam ser os nossos colegas do lado, os nossos vizinhos, nossos pais e amigos.
Pessoas, algumas delas, com aspecto "limpinho", tido como "adequado". Gente que perdeu muito, mas nao a dignidade.
Gente que pede nao um pão mas uma lámina de barbear.
Gente sem rumo, de olhos vazios.
Ainda nao sei bem se será este ou outro tipo de voluntariado. se será com esta ou com outra associação. Mas sei que é preciso fazermos, todos, alguma coisa. Que é preciso que nos envolvamos, que deixemos os nossos lugares confortáveis em prol dos outros.
Nao sei bem como, mas sei que é algures por aqui

1 comentário:

amiga da onça disse...

Acho grandioso quem sai do conforto de suas casas para ajudar o desconhecido, mas esse papel de ajudar o cidadão desprotegido e carente compete ao Estado.
Quanto mais voluntariado houver, mais eles esfregam as mãos e demitem-se do seu papel. Eu por agora faço voluntariado em casa que somos muitos, e cada um com as suas carências.