sábado, 24 de maio de 2008

Às vezes


Às vezes, só às vezes (embora muitas vezes), gostava que o tempo parasse.
Naquele exacto momento em que os meus principes mais velhos acordam de noite, chamam por mim, eu chego ao quarto deles e eles olham para mim com um sorriso: " a mamã tá aqui"... e logo em seguida arrastam-se cada um para o seu lado, para eu entrar e me aconchegar no meio deles.
E eu enrosco-me naqueles corpos pequenos, cada vez menos pequenos, no meio de duas camas de grades que juntamos numa só, para dormir mais meia hora ou uma hora, ou quinze minutos que sejam, no quentinho daquela ternura.
Às vezes, só às vezes, gostava que o tempo parasse.
Naquele momento exacto em que acordo no meio deles e eles me dizem: "bom dia, mamã"
Em que eu peço um beijo e um xi-coração e os dois se atiram para cima de mim com beijinhos e xi-corações "apetados, com as duas mãos".
Às vezes, só às vezes, queria poder impedi-los de crescer. De perderem esta inocência, este carinho, estas mãos gordinhas e olhar tão ternurento.
às vezes, muitas e tantas vezes, queria que o nosso mundo se confinasse àquele quarto, àquele momento, àquele tempo de vida. E que tudo fosse perfeito como aqueles inicios de manhã...

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