segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Histórias com finais felizes


Todas as histórias deviam ter finais felizes. Que não têm.
Umas vezes porque as personagens não querem, outras porque não sabem mais, outras ainda porque não tinha de ser.
Há corações demasiado inquietos que não conseguem apreciar a beleza das coisas realmente importantes da vida. E que, por isso, não têm histórias felizes. Nem permitem finais felizes às outras pessoas.
A verdade é que, apesar disso, e pelo menos sob a forma como vejo as coisas, a felicidade devia estar apenas dentro de nós. Não devia depender de outras pessoas, para que não fosse tão incerta. Mas às vezes depende.
Por isso é que a minha história de felicidade se resume, tantas vezes, a ver os que me são queridos, bem. Porque a felicidade deles implica a minha.
Claro que também sou feliz por natureza. Sou bem disposta, de bem com a vida, optimista, positiva. Não me lembro de nada que em algum momento me fizesse sentir mal o suficiente para ser infeliz.
Nem a morte do meu Pai.
Adorava-o. Continuo a adorá-lo. A sua morte foi e é uma enorme pedra na estrada de pedrinhas de brilhantes (como na música que canto aos meus filhos) que venho percorrendo desde sempre, mas nem isso abalou a minha capacidade de sorrir, de rir, de ser feliz.
Porque percebi que tinha o meu próprio caminho para trilhar, a minha própria história para desenhar.
E, agora que já sou bem crescida (pelo menos a maior parte das vezes) continuo a acreditar em histórias com finais felizes. Continuo a ter um coração bem quietinho, equilibrado, que aprecia a beleza dos pequenos momentos, das pequenas magnificências da vida.
Ver o J. bater palmas e olhar para mim como se eu fosse o seu Deus, ter um beijo e um abraço de bom dia do P., sentir o M. bem juntinho a mim, como se acreditasse que o posso proteger de todo o mal, ler um livro na praia, tomar um banho de agua quente, sentir o sol na cara, apreciar o branco tão branco da neve, são os meus pequenos momentos de felicidade. Que, sendo pequenos retalhos, vão construindo uma manta bem coesa que nos vai cobrindo, a mim e aos meus príncipes, com o brilho de mil estrelinhas.
E o que eu quero mesmo, de verdade, é que as nossas histórias tenham um final feliz. Que a minha magia consiga manter uma bola cor de rosa à nossa volta para que tudo fique, sempre, bem.

3 comentários:

Paula Silva disse...

que lindo!!!!!!!! e há que transmitir essa alegria de ser aos meninos
bjokas
paula

Anónimo disse...

Olha rapariga e eu gostava de te conhecer, dar-te um abraço e ficar contagiada com essa tua capacidade de ver beleza em tudo!

Beijos

Edith disse...

3 filhos - que bom que deve ser. Gostei do teu blog, vou á voltar.
Bj