segunda-feira, 6 de abril de 2009

Numa apreciação desapaixonada de mim


Um destes dias a secretária de um colega, no dia em que me conheceu, referiu depois que a impressão dela sobre mim era que eu era bonita, com um ar sofisticado, mas muito simpática e simples.

E eu não pude deixar de pensar que devo ter desenvolvido, ao longo destes anos, uma qualquer capacidade de enganar os outros…
Porque, vamos lá ver numa apreciação perfeitamente desapaixonada de mim mesma:
Bonita – sim, acho que sou bonita. Não há muito a dizer sobre isso.
Sofiscada – Não, de todo. Mas é natural que a J., nos seus 19 anos, me considere a mim, sofisticada…
Simpática – Sou, de facto. Mas acho que à primeira vista consigo ser um bocadinho intimidante. Não sei se é minha postura, o meu tom de voz, a assertividade do meu discurso… mas há qualquer coisa de intimidante em mim, sim.
Simples – pois… eu até achava que sim, mas acho que afinal não sou tanto quanto gostaria… posso até utilizar uma capa de simplicidade mas depois, no dia a dia, nas pequenas coisas do dia a dia, percebo que há mundos que respeito mas que não compartilho, vidas que conheço mas que não quereria nunca para mim, relações que nunca equacionaria… Sim. Não sou tão simples como pensava que era. E muito menos simplória
Quanto ao resto, estou cheia de defeitos.
Sou mandona. Muito. E sou bom feitio apenas enquanto as coisas correm do modo que eu quero.
Sou muito exigente. A meu favor, diga-se que não exijo nada que não dê, mas seja como for sou exigente. Tenho expectativas elevadas e fico sempre triste quando os outros não correspondem a essas expectativas.
Sou fria. Não acho que não seja meiga, de todo. Sou até muito mimada e adoro dar e receber mimos, mas só quando tudo está perfeito. Se não estiver, sou muito fria. Nos gestos e nas palavras. Nunca sou melosa. Não sei sê-lo.
Não lido bem com falta de inteligência. Nunca poderia ser amiga de alguém que não considerasse inteligente, alguém com quem eu não pudesse conversar.
Cada vez mais percebo que o meu respeito pela diferença é exactamente isso: respeito. Não propriamente vontade de conviver com ela.
Sou cheia de defeitos, sim.
Mas tenho uma qualidade, digo eu: Sou honesta. Comigo e com os outros. Com a vida. E isso permite-me olhar para os meus defeitos, compreendê-los e tentar ser melhor.
E com os meus filhos, por eles, acho que tenho conseguido. Apesar de tudo, não sou tão intransigente como quando tinha 18 anos. Apesar de tudo consigo perdoar, que é coisa que eu não saberia fazer se os não tivesse.
Apesar de tudo, sou boa pessoa.
E espero que isso faça toda a diferença…

5 comentários:

Anónimo disse...

Podes até ser boa pessoa..afinal na net quem não o é?? lol

mas o que me intrigou neste teu discurso foi dizeres que não és amiga de quem não é inteligente...mas quem és tu para os teus critérios sobre a inteligencia dos outros ser válida??´tu és amiga é de quem te atura lol
sabes uma coisa os que se julgam mto inteligentes em regra a sua felicidade não o justifica..

beijos querida

Juliana Melos disse...

flor...to passando bem rapidinho para desejar um bom final de semana...
Beijos
Juh e Lipe
:)

Is@ disse...

Sim, és boa pessoa. Conheço-te pessoalmente, e mesmo antes, considerava-te como tal. Do pouco que conheço sei que és, mas também por não te conhecer muito, muito bem, não vou falar de outros aspectos que referes neste post. E fazes toda a diferença na vida dos que são mais importantes para ti. Isso é que interessa.

Beijocas

Anónimo disse...

Quem não te conhecer pode pensar que tens mais defeitos que virtudes - este post não te faz justiça -, mas estará redondamente enganado. Por alguma razão continuo e continuarei sp a considerar-te minha amiga. És uma pessoa fantástica. Um lindo e doce ser humano. E para que não restem dúvidas, és a mãe certa para os nossos filhos. Parabéns por seres como és. Beijinhos do teu sp amigo e admirador, independentemente de tudo. V.

Anónimo disse...

Eu raramente me engano, e acho que esta não foi dessas vezes

;D