Há pessoas que, pela sua natureza, pela sua personalidade, foram talhadas para tomar conta dos outros. E há outras que são talhadas para que alguém tome conta delas.
Eu pertenço ao primeiro tipo.
Não considero isso nem bom nem mau. É apenas um facto, uma característica.
Que, muitas vezes, se torna um fardo.
Porque esta coisa de ter de ser forte, de ser o ponto de equilíbrio é, na maioria das vezes, muito cansativo.
Claro que com isso acabo por ser mandona. Claro que sim. E sou, de facto. Mas não é apenas por ser uma característica minha. É muito mais por não ter outra hipótese.
Não sei se estou a ser clara… provavelmente não.
Mas é isso que sempre senti. Que se eu me desmoronasse, tudo à minha volta desmoronaria também.
Por isso sempre fui eu a tomar conta. A decidir. A, muitas vezes, impor.
Tornou-se um hábito. Um hábito cansativo.
Quando, tantas vezes, o que eu queria era apenas descansar. Pousar a cabeça. Ter mimos. Ter alguém a decidir por mim. Nem que fosse apenas para decidir uma coisa qualquer sem importância nenhuma. Nem que fosse apenas para eu poder ser frágil e partir-me em cacos numa noite qualquer.
Sei que no dia seguinte os apanharia e voltaria tudo a ser igual mas, apenas por uma noite, por uma fracção de segundo, gostava de ter podido partir-me.
De ter podido desfazer-me em lágrimas… de ser o barco à deriva em vez de ser sempre o porto de abrigo.
Há de facto, pessoas que, pela sua natureza, têm por destino tomar conta de outras. Sem serem heroínas ou extraordinárias. Apenas porque não podem fazer outra coisa. Porque sabem que, se o deixarem de fazer, os ponteiros do relógio começam a andar para trás. Como se, como na música, o mundo passasse a girar ao contrário. Como se o Norte vivesse nelas.
Sei que não vou deixar de ser assim. Tenho três bebés para quem eu sou o mundo. O tal Norte, o tal porto de abrigo. Sei que vou continuar a ser firme, assertiva, a lidar com a vida sem receio de errar. Sem medo de arriscar. Sem problemas a decidir.
Mas, de vez em quando, só de vez quando, vou deixar-me abandonar.
Sim… acho que está mais que na hora de, só de muito vez em quando, me deixar abandonar...
Eu pertenço ao primeiro tipo.
Não considero isso nem bom nem mau. É apenas um facto, uma característica.
Que, muitas vezes, se torna um fardo.
Porque esta coisa de ter de ser forte, de ser o ponto de equilíbrio é, na maioria das vezes, muito cansativo.
Claro que com isso acabo por ser mandona. Claro que sim. E sou, de facto. Mas não é apenas por ser uma característica minha. É muito mais por não ter outra hipótese.
Não sei se estou a ser clara… provavelmente não.
Mas é isso que sempre senti. Que se eu me desmoronasse, tudo à minha volta desmoronaria também.
Por isso sempre fui eu a tomar conta. A decidir. A, muitas vezes, impor.
Tornou-se um hábito. Um hábito cansativo.
Quando, tantas vezes, o que eu queria era apenas descansar. Pousar a cabeça. Ter mimos. Ter alguém a decidir por mim. Nem que fosse apenas para decidir uma coisa qualquer sem importância nenhuma. Nem que fosse apenas para eu poder ser frágil e partir-me em cacos numa noite qualquer.
Sei que no dia seguinte os apanharia e voltaria tudo a ser igual mas, apenas por uma noite, por uma fracção de segundo, gostava de ter podido partir-me.
De ter podido desfazer-me em lágrimas… de ser o barco à deriva em vez de ser sempre o porto de abrigo.
Há de facto, pessoas que, pela sua natureza, têm por destino tomar conta de outras. Sem serem heroínas ou extraordinárias. Apenas porque não podem fazer outra coisa. Porque sabem que, se o deixarem de fazer, os ponteiros do relógio começam a andar para trás. Como se, como na música, o mundo passasse a girar ao contrário. Como se o Norte vivesse nelas.
Sei que não vou deixar de ser assim. Tenho três bebés para quem eu sou o mundo. O tal Norte, o tal porto de abrigo. Sei que vou continuar a ser firme, assertiva, a lidar com a vida sem receio de errar. Sem medo de arriscar. Sem problemas a decidir.
Mas, de vez em quando, só de vez quando, vou deixar-me abandonar.
Sim… acho que está mais que na hora de, só de muito vez em quando, me deixar abandonar...
6 comentários:
Como eu te compreendo.
A minha vida está um caos! E queria que alguém tomasse conta de mim, que me dissessem que tudo vai ficar bem...
Bj
sim és os Norte dos teus bebés mas tens arranjar alguem para ser o teu ... sózinha não consegues tudo
Bjoka
Dias melhores virão, mamã! E se puderes, descansar um bocadinho, relaxar a ouvir um bocadinho de música enquanto os miúdos já estão na cama, aproveita!!
Just do it! :)
Sabes que me revejo neste teu texto? Sempre me senti assim, sempre me achei assim e agora, só agora começo a acusar alguma fadiga, alguma vontade de descansar, de encostar a cabeça e dormir...agora...mas agora é que não o posso mesmo fazer! Vou continuar a levantar a cabeça e parecer sempre mais forte para que o J. se sente no meu colo e me veja como o seu porto seguro.
Um xi coração
X
Foste clara, sim. Eu sinto-me tantas vezes assim... tantas vezes gostavam q decidissem por mim, q me desse colo, q tomassem conta... mas, não, sou sempre eu a tomar conta de tudo e de todos :s.
Mas por vezes não podemos apenas querer ou achar que os outros têm que perceber. Por vezes é preciso dizer e até pedir. Já percebi que o esperar que isso aconteça porque achamos que sim, que tem toda a razão, que é imprescindível, urgentíssimo que o outro perceba, causa muitos problemas comunicacionais.
Ter coragem para dizer "i need" é o passo certo, um passo certo.
beijinhos.
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