Sábado estava a jantar com uma rapariga que não me conhece especialmente bem (apesar de a conhecer há muitos anos, acho que só falamos uma ou duas vezes) e a meio da conversa disse-me ela:
- Oh, S. és tão convicta, tão segura de tudo o que dizes!
E sou. O meu discurso sempre foi muito seguro. Tenho a particularidade de falar com muita assertividade, com muita convicção mesmo daquilo que não sei, que não conheço ou sobre o que tenho dúvidas.
Esse foi aliás, um dos motivos pelos quais sempre tive boas notas nas orais…
Seja como for, nem sempre a segurança das minhas palavras condiz com a segurança dos meus motivos, dos meus sentimentos, das minhas razões.
Nestes últimos tempos, então, tenho sido muitas e muitas vezes assolada por muitas e muitas dúvidas.
Sobre o certo e o errado, sobre o preto e o branco, sobre as nuances do cinzento, sobre perdões, sobre falhas humanas, sobre o melhor para mim e para os meus filhos, sobre opiniões, sobre estudos, sobre o valor do amor, da honestidade, da própria insegurança, da vida em geral, sei lá…
Sei que tenho dúvidas sobre quase tudo.
E não é fácil para mim, sempre seguríssima de todas as minhas atitudes, viver com tantas incertezas.
Primeiro porque é difícil em si mesmo e, depois, porque apesar dessas incertezas tenho de continuar a viver como se tivesse certezas.
E isso é, muitas vezes, cansativo.
Continuo com as minhas teorias do preto e do branco, mas parece que agora tenho uma lente desfocada que não me permite ver com a nitidez de sempre que aquelas cores são as minhas cores.
Continuo a decidir de acordo com essas cores, mas fica sempre um saborzinho amargo na boca, como se fosse sempre possível decidir de outro modo.
E por mim, tudo bem.
Sou perfeitamente capaz de viver com esse amarguinho de boca. Misturado com gelado, chocolate ou compota de morango, quase nem se sente… o problema são os meus filhos.
Não suporto ter dúvidas sobre o que é melhor para eles. Não suporto mesmo.
Porque tenho medo que as minhas más decisões influenciem o seu destino, a sua felicidade.
E se eu fizesse antes assim? E se eu tivesse agido antes daquela maneira? Será que este é o caminho certo? Será que assim vão sofrer menos?
(…)
Esta tarefa de ser Mãe (e pai) não está a ser muito fácil de gerir. Não é impossível, claro que não, mas implica tanto, tanto esforço mental…
É uma responsabilidade tão grande, um peso tão grande para os meus ombros tão pequeninos…
Às vezes, caramba, só queria descansar. Ter quem decidisse por mim. Mas acertadamente…
O que não é possível, já sei.
Ninguém conhece o futuro e como ninguém quer aos meus filhos mais e melhor que eu, acho que sou eu que estou mais bem habilitada a decidir…
Mas que isso é uma espada sempre por cima da minha cabeça, lá isso é.
- Oh, S. és tão convicta, tão segura de tudo o que dizes!
E sou. O meu discurso sempre foi muito seguro. Tenho a particularidade de falar com muita assertividade, com muita convicção mesmo daquilo que não sei, que não conheço ou sobre o que tenho dúvidas.
Esse foi aliás, um dos motivos pelos quais sempre tive boas notas nas orais…
Seja como for, nem sempre a segurança das minhas palavras condiz com a segurança dos meus motivos, dos meus sentimentos, das minhas razões.
Nestes últimos tempos, então, tenho sido muitas e muitas vezes assolada por muitas e muitas dúvidas.
Sobre o certo e o errado, sobre o preto e o branco, sobre as nuances do cinzento, sobre perdões, sobre falhas humanas, sobre o melhor para mim e para os meus filhos, sobre opiniões, sobre estudos, sobre o valor do amor, da honestidade, da própria insegurança, da vida em geral, sei lá…
Sei que tenho dúvidas sobre quase tudo.
E não é fácil para mim, sempre seguríssima de todas as minhas atitudes, viver com tantas incertezas.
Primeiro porque é difícil em si mesmo e, depois, porque apesar dessas incertezas tenho de continuar a viver como se tivesse certezas.
E isso é, muitas vezes, cansativo.
Continuo com as minhas teorias do preto e do branco, mas parece que agora tenho uma lente desfocada que não me permite ver com a nitidez de sempre que aquelas cores são as minhas cores.
Continuo a decidir de acordo com essas cores, mas fica sempre um saborzinho amargo na boca, como se fosse sempre possível decidir de outro modo.
E por mim, tudo bem.
Sou perfeitamente capaz de viver com esse amarguinho de boca. Misturado com gelado, chocolate ou compota de morango, quase nem se sente… o problema são os meus filhos.
Não suporto ter dúvidas sobre o que é melhor para eles. Não suporto mesmo.
Porque tenho medo que as minhas más decisões influenciem o seu destino, a sua felicidade.
E se eu fizesse antes assim? E se eu tivesse agido antes daquela maneira? Será que este é o caminho certo? Será que assim vão sofrer menos?
(…)
Esta tarefa de ser Mãe (e pai) não está a ser muito fácil de gerir. Não é impossível, claro que não, mas implica tanto, tanto esforço mental…
É uma responsabilidade tão grande, um peso tão grande para os meus ombros tão pequeninos…
Às vezes, caramba, só queria descansar. Ter quem decidisse por mim. Mas acertadamente…
O que não é possível, já sei.
Ninguém conhece o futuro e como ninguém quer aos meus filhos mais e melhor que eu, acho que sou eu que estou mais bem habilitada a decidir…
Mas que isso é uma espada sempre por cima da minha cabeça, lá isso é.
6 comentários:
Minha querida as tuas duvidas sao tao compreensivas...
Tens de tentar pensar com o coração e "jogar" com a razão... bem sei que é muito mais facil quem está deste "lado", so quem vai dentro do convento é que sabe o que lá vai dentro... :(
Mas tenho a certeza que as tuas decisões serao as melhores para os teus meninos! :)
Quanto á tua "capa protectora" se fosse eu mantinha-a e só a tirava a quem confiasse a minha vida, pk essa capa vai te proteger de pequenos "ataques"...Não sei se percebeste o trocadilho...
Beijinhos nossos e força tu vais conseguir... com eles e por eles :)
Compreendo-te.. Mas, na minh opinião, acho que deves tentar relaxar um pouco.. Não descuidando o teu "duplo" papel.. mas desfruta!!!
Beijinhos
Ser mãe é assim... viver sempre na incerteza se as nossas decisões serão as melhores!
E quando temos que decidir por 2, mais difícil se torna...
Beijinho
meu doce,
REALMENTE...EXISTEM COISAS QUE VAMOS PERDENDO E OUTRAS QUE VAMOS GANHANDO!!
AS TUAS PALAVRAS NO MEU BLOG ENCHERAM.-ME O CORAÇAO..
AS TUAS PALAVRAS AQUI NO TEU...PARECEM SAIDAS DA MINHA PROPRIA BOCA..E TU...TENS DOSE TRIPLA..EHHE A FELICIDADE É A TRIPLICAR..MAS AS RESPONSABILIDADES..SAO SEMPRE A SOMAR NÃO É???
NAO FAZIA IDEIA DA TUA PROFISSAO, SE PUDERES ORIENTAR-ME...EU FICAVA AGRADECIDA DO FUNDO DO CORAÇAO!!!
COM TODO O CARINHO DO MUNDO
BEIJINHUS DOCES
O nosso coraçãozinho está sempre preenchido de dúvidas... mas é importante que só nós tenhamos conhecimento delas... anda por aí muita gente que ao minimo sinal de fraqueza quer logo por a patinha por cima!
Por isso... "Armaduras" ou "Capas Protectoras" venham elas que temos de nos proteger a nós, porque estando nós bem... os nossos filhos também estarão!!!
Beijokas Gordas
ó barrigota... como te entendo, ser mãe é uma tarefa tão dura, sempre sem saber se estamos a fazer bem ou mal (ainda por cima porque os erros que fazemos, não os vemos de imediato e sim, daqui a alguns anos), ser pai e mãe ao mesmo tempo, deve ser cansativo, exigente e esgotante! Claro que tem compensações e tu sabes quais são e reconhece-las, mas ainda assim, não chega para tirar o peso dos ombros, né? Há que ir aguentando e fazer o que acharmos melhor!
Espero que um dia encontres alguém com quem possas dividir as tuas dúvidas e carregar as tuas certezas e que o possam fazer juntinhos!
Beijinhos banitos
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