Ainda a propósito da minha dificuldade em desistir, tenho de confessar que não gosto.
Não gosto, pronto.
E às vezes, por causa disso, insisto em coisas que não valem a pena, só para não ter de desistir. O que é de facto uma estupidez, eu sei.
É preciso saber quando desistir. Quando deitar a toalha ao chão e passar à frente, ainda que isso nos custe os olhos da cara.
Lembro-me de quando era miúda me ter apercebido da existência de um sinal na barriga. Sino, chamava-lhe eu. Pois eu não gostava da porcaria do sino (por acaso agora até lhe acho piada e até fica bem quando ando de barriga à mostra) e vai daí, andava sempre a esfregá-lo. Por muito que a minha mãe me explicasse que o sino não ia sair, eu continuava empenhadíssima em apagá-lo…
Lembro-me de uma outra vez em que estava na praia e fiz um buraco na areia daqueles muito, muito fundos (pelo menos para mim, na altura, era muiiiiito fundo). E depois decidi que o ia encher de água. E era ver-me ir ao mar com baldinhos e retornar ao buraco e despejar a água dos ditos, vezes sem conta.
Uma freira que costumava fazer praia connosco bem me dizia: olha que só Deus consegue encher um buraco de areia com água!... mas eu olhava para ela descrente e passei a tarde a tentar encher a porcaria do buraco…
Tive de crescer um bocadinho para perceber que há coisas que não consigo. Que de facto não sou Deus. Não percebi bem nessa altura mas na altura em que o meu Pai adoeceu. Queria mesmo muito curá-lo. Mesmo muito. Não consegui. Nem eu nem Deus que devia estar um bocadinho desatento na altura (ou então a encher buracos de areia com água para outros meninos noutra terra qualquer).
Seja como for, aprendi, nessa altura, que às vezes só nos resta desistir.
E acho que foi mesmo a partir desse momento que comecei a encarar a vida com outros olhos.
Os olhos de quem tenta mudar o que pode, que tenta aceitar o que não pode mudar e que tenta, mais que isso, e muito arduamente, perceber a diferença entre uma coisa e outra.
Acho que é provavelmente por isso também que desenvolvi o que a Cris disse num comentário a outro post: O Sandra’s way. O meu modo simples (sem ser simplista), claro e transparente de ver a vida.
De aceitar com naturalidade o status das coisas. Não que isso me torne conformista porque sou lutadora e teimosa (demasiado, por sinal) por natureza. Mas não vejo dramas onde a maioria das pessoas veria.
Acho sempre que só a morte não tem solução. Tudo o resto se resolve, seja de um modo ou de outro. E já agora, mais vale aproveitar o que temos, enquanto temos. Nunca sabemos quando nos vamos embora, certo? É bem melhor passarmos os nossos dias com as pessoas de quem gostamos, lutarmos com todas as nossas forças para sermos felizes, para fazermos os outros felizes … Só assim vale a pena…
E se isso significar que temos de desistir algumas vezes, que seja.
Voltaremos mais fortes depois. Mais confiantes. Mais seguros do que queremos e, sobretudo, mais seguros do que não queremos.
Não gosto, pronto.
E às vezes, por causa disso, insisto em coisas que não valem a pena, só para não ter de desistir. O que é de facto uma estupidez, eu sei.
É preciso saber quando desistir. Quando deitar a toalha ao chão e passar à frente, ainda que isso nos custe os olhos da cara.
Lembro-me de quando era miúda me ter apercebido da existência de um sinal na barriga. Sino, chamava-lhe eu. Pois eu não gostava da porcaria do sino (por acaso agora até lhe acho piada e até fica bem quando ando de barriga à mostra) e vai daí, andava sempre a esfregá-lo. Por muito que a minha mãe me explicasse que o sino não ia sair, eu continuava empenhadíssima em apagá-lo…
Lembro-me de uma outra vez em que estava na praia e fiz um buraco na areia daqueles muito, muito fundos (pelo menos para mim, na altura, era muiiiiito fundo). E depois decidi que o ia encher de água. E era ver-me ir ao mar com baldinhos e retornar ao buraco e despejar a água dos ditos, vezes sem conta.
Uma freira que costumava fazer praia connosco bem me dizia: olha que só Deus consegue encher um buraco de areia com água!... mas eu olhava para ela descrente e passei a tarde a tentar encher a porcaria do buraco…
Tive de crescer um bocadinho para perceber que há coisas que não consigo. Que de facto não sou Deus. Não percebi bem nessa altura mas na altura em que o meu Pai adoeceu. Queria mesmo muito curá-lo. Mesmo muito. Não consegui. Nem eu nem Deus que devia estar um bocadinho desatento na altura (ou então a encher buracos de areia com água para outros meninos noutra terra qualquer).
Seja como for, aprendi, nessa altura, que às vezes só nos resta desistir.
E acho que foi mesmo a partir desse momento que comecei a encarar a vida com outros olhos.
Os olhos de quem tenta mudar o que pode, que tenta aceitar o que não pode mudar e que tenta, mais que isso, e muito arduamente, perceber a diferença entre uma coisa e outra.
Acho que é provavelmente por isso também que desenvolvi o que a Cris disse num comentário a outro post: O Sandra’s way. O meu modo simples (sem ser simplista), claro e transparente de ver a vida.
De aceitar com naturalidade o status das coisas. Não que isso me torne conformista porque sou lutadora e teimosa (demasiado, por sinal) por natureza. Mas não vejo dramas onde a maioria das pessoas veria.
Acho sempre que só a morte não tem solução. Tudo o resto se resolve, seja de um modo ou de outro. E já agora, mais vale aproveitar o que temos, enquanto temos. Nunca sabemos quando nos vamos embora, certo? É bem melhor passarmos os nossos dias com as pessoas de quem gostamos, lutarmos com todas as nossas forças para sermos felizes, para fazermos os outros felizes … Só assim vale a pena…
E se isso significar que temos de desistir algumas vezes, que seja.
Voltaremos mais fortes depois. Mais confiantes. Mais seguros do que queremos e, sobretudo, mais seguros do que não queremos.
Digo eu, claro...
que já sabem que gosto de ter opinião sobre tudo (LOL)
3 comentários:
amiga to apuradinha aki soh to passando para deixar meu oi...
aguardamos sua visitinha no meu bloguinho...
Desistir não é fácil, mas saber fazê-lo na altura certa, é uma VIRTUDE!
Beijinhos e força
Concordo plenamente! Desistir é complicado... Às vezes gostamos de nos enganar e pensar que conseguimos fazer coisas que, bem lá no fundo, sabemos serem difíceis de concretizar.
Eu já tive algumas situações assim e acho que depois a desilusão de falhar numa coisa de que devia ter desistido foi bem pior...
São coisas que vamos aprendendo aos poucos!
Beijinhos
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